Dezoito.

489 38 2
                                    

Depois da discussão de Tobias com mestre Oliver voltei a treinar com os garotos. Treinamos fortalecimento dos tornozelos, e ajuste da postura. Descobri que a minha postura durante a luta era horrível, e eu não tinha sincronia nenhuma com meu pés e muito menos com o resto do corpo. Eu parecia uma bêbada tentando fazer golpes de boxe. Soube disso pelo vídeo que Tommy fez para me mostrar como eu era péssima.

Depois disso eles pegaram ainda mais pesado, me colocando para fazer agachamento enquanto segurava pesos absurdos. Tive que me levantar em barras com as mãos, fazer abdominais, e até polichinelo.

Estava destruída.

Capotei na cama quando cheguei em casa. Pensar em tomar um banho já era um desafio. Peguei a toalha e fui em direção ao meu banheiro. Só queria dormir.

Quando sai do banheiro meu celular começou a tocar.

- Aló? - Atendi sem ver quem era.

- Oi princesa, passo aí daqui meia hora ok? - Reconheci a voz, Carlos. Demorei um pouco pra responder tentando descobrir do que ele estava falando.

- Ah. Sim. Ta bom. - Respondi lembrando que havia marcado com ele de sair.

Ele desligou.

- Droga. - Susurrei.

Vesti uma calça preta justa, uma blusa azul marinho, uma sapatilha vermelha, sequei o cabelo com secador e fiz uma maquiagem básica.

Alguém bateu na porta e depois uma cabeça se deslocou para dentro do meu quarto.

- Oi querida, você vai sair? - Tia Loren perguntou.

- Vou sim tia.

- Conheço sua companhia? - Ela indagou.

- Ah, não, é um amigo da escola.

Minha tia abriu a boca para falar algo mas uma buzina a cortou. Ela abriu a porta e me deu passagem. Peguei a bolsa e as chaves e desci as escadas para me deparar com tio Rogério na soleira da porta em uma conversa com Carlos.

- Olá querida. - Meu tio falou sentindo minha presença.

- Ta tudo bem aqui? - Perguntei desconfiada.

- Claro, estava apenas me apresentando ao seu... Amigo.

- Olá. - Tia Loren apareceu.

- Olá dona...? - Carlos perguntou.

- Loren. - Minha tia respondeu.

- Olá dona Loren, como vai? - Ele disse estendendo a mão.

Minha tia apertou sua mão e sorriu.

- Ora, eu não sou uma velha, pode me chamar de Loren apenas.

- Tudo bem, desculpe don... Loren. - Carlos estava vermelho.

- Vamos embora Carlos. - Abracei meus tios peguei a mão de Carlos e caminhei em direção ao carro.

- Até logo senhor Rogério e... Loren. - Carlos se despediu entre os puxões.

- Isso foi bem tenso. - Ele disse suspirando.

- Onde vamos? - Eu Perguntei.

- Ao cinema.

Carlos ligou o som e fomos todo o trajeto cantando músicas como Powerful da Ellie Goulding & Tarrus, Sorry do Justin e até Beatles.

Chegamos no cinema e enquanto eu comprava a pipoca e o refrigerante Carlos comprava os ingressos.

Entramos na nossa cessão e descobri que nosso filme era o exterminador do futuro, já havia visto esse filme mas não me lembrava de quase nada. Sai do cinema sem saber menos ainda.

Quando o filme começou Carlos me puxou para um beijo e foi assim até o fim do filme. Passei no banheiro do cinema e minha boca estava completamente sem cor. Passei um baton claro que tinha na bolsa e seguimos para fora.

Quando pensei que Carlos me levaria pra casa ele desviou o caminho parando em uma sorveteria.

- O que você fez hoje? - Ele me perguntou.

- Eu, passei o dia treinando. - Falei. Achei que já era hora de jogar todas as cartas na mesa. Afinal eu e o Carlos já estávamos começando a ter algo mais sério.

Não estávamos? A gente estava começando a nos falar em público frequentemente. Estávamos em um encontro (bom, espero que isso possa ser chamado de encontro) e ele se apresentou para meus tios. Talvez eu estivesse exagerando, mas agora já estava dito.

- Treinando o que?

- Boxe. - Disse colocando sorvete na boca.

- Desde quando você luta boxe?

- Há pouco tempo.

- Vai participar do campeonato nacional de luta livre daqui a cinco meses?

- Quê?

- Não sabe que campeonato é? É o campeonato mais esperado por todas as academia de todas as lutas do País.  Vale todo tipo de luta, e no ringue vale tudo, até morte. É patrocinado pelas maiores lojas do país, é um evento enorme. E a recompensa é maior ainda. Acontece todo ano aqui em Nova York City

- Hum, eu não estava sabendo, meu Mestre não me disse nada.

- Deve ser por que você é nova, esse campeonato não é pra qualquer um. Com quem você treina mesmo?

- Mestre Oliver.

Ao dizer isso Carlos parou de andar. Nos estávamos caminhando em uma praça enquanto tomávamos os sorvetes.

- Na mesma academia que Artur Turner? - Ele perguntou ainda parado.

- Sim. Como você sabe? Por que ta parado aí como se eu tivesse dito alguma besteira?

- Não é nada. Eu, conheço o Artur, é um velho amigo. - Disse e começou a andar novamente.

Depois de tomar os sorvetes Artur me deixou em casa. Me levou até a porta e me abraçou por um bom tempo. Depois me deu um beijo leve nos lábios e um rápido na testa.

- Até amanhã princesa.

Se virou e foi embora.

°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°
Esse Campeonato nacional de luta livre (CNLL) foi um invenção minha. Em NYC realmente existem muitas lutas livres mas não sei se existe algo com essa extensão. Não pesquisei isso muito a fundo. Desculpem pelo tamanho do cap. Beijos e até logo.

Lutando pelo amorOnde histórias criam vida. Descubra agora