Vinte e quatro.

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Estava feito.

Depois de três dias que mestre Oliver e Artur me contaram sobre Carlos, eu finalmente encontrei força e coragem pra terminar com ele.

Passei esses três dias fugindo dele, comecei a entrar mais tarde e sair mais cedo na escola, não respondi a nenhuma de suas ligações. No terceiro dia eu não consegui mas me esconder, já estava começando a ignorar o problema. Quando o encontrei fui direta.

- O que foi? - Ele perguntou quando desviei do seu beijo.

- Eu, preciso falar uma coisa com você.

- Você tem fugido de mim, o que ta acontecendo?

- Não posso mais continuar com você.

Ele ficou me olhando sem dizer nada, como se estivesse tentando raciocinar o que eu estava falando.

- Eu, quero terminar.

- O que foi que eu fiz?

"Matou um monte de gente"

- Nada. Só acho que nosso relacionamento não tem futuro.

- Como assim não tem futuro Paige?

"Não sou assassina igual a você... Carreiras diferentes se é que me entende"

- Eu não posso continuar com isso Carlos, eu não amo você e você também não me ama. Nós não temos futuro nenhum juntos e eu não vejo sentido em sustentar um relacionamento só por curtição. Tenho outras prioridades Carlos. Desculpa, de verdade. - Eu disse e sai andando, pensando em como eu sou uma péssima mentirosa.

Quando virei a esquina do corredor ainda conseguia ouvir ele me chamando, mas o ignorei.

* * *

- Oi. - Artur falou assim que eu cheguei na academia.

- Oi. - Respondi enquanto caminhava até o vestiário.

Amarrei o cabelo em uma rabo de cavalo e tirei o casaco, tênis e calça vestindo um short mais longo que havia comprado pra treinar. Estava um dia frio e úmido então comecei a aquecer pra não sentir muito frio.

- Tudo bem com você? - Artur veio para o meu lado e começou a se aquecer junto comigo.

- Tudo. E com você? - Eu tinha fugido do assunto "Namoro com Carlos" com Artur durante esses três dias, então ele simplesmente parou de insistir.

- To legal.

- Terminei com Carlos.

Artur parou com os polichinelos quando falei.

- Como é?

- Hoje de manhã, terminei com ele. - Disse e parei também.

- Você esta bem? Ele fez alguma coisa com você? - Ele perguntou se aproximando um pouco de mim.

- Sim, estou bem. Aliviada eu acho. Ele não fez nada, ficou um pouco abalado mas foi inofensivo.

- Ainda bem. - Ele disse depois de soltar o ar dos pulmões.

- O que é isso no seu olho Artur? - Disse e me aproximei tocando o seu olho esquerdo.

Ele tentou se esquivar da minha mão mas mesmo assim alcancei. Quando passei o dedo um pó pardo veio grudado.

- Desde quando você usa maquiagem? - Disse rindo.

Ele não disse nada, só corou.

- Espera aí. - Me aproximei mais e toquei em seu olho com mais força.

Lutando pelo amorOnde histórias criam vida. Descubra agora