Capítulo 5

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Voltei para a escola na terça. — infelismente. — Mas completamente diferente. As roupas as unhas e as maquiagens que antes eram sempre coloridas e vibrantes foram substituídas por um preto de luto sem fim, meus olhos verdes sempre tão chamativos ficaram opacos e vazios, meus cabelos longos, macios e de um ruivo vibrante se tornaram secos, meu corpo esbelto, se tornou fraco e pálido, meus sapados sempre de salto ou delicados, foram substituído por tênis escuros também sem vida.
Minha vida se transformou e eu também.

Ao entrar pelo portão da escola coloco o capuz do meu casaco preto sobre a cabeça. Não queria que as pessoas me vissem como a coitadinha da menina que perdeu os pais , porém não foi essa reação que eu esperava. Todos me olhavam com curiosidade como se eu fosse uma aluna nova, ninguém me reconheceu de imediato nem meus amigos e meu próprio namorado que nem percebeu minha presença quando me aproximei.

_ Oi. _ digo retirando o capuz e os cumprimentando.

_ O que você fez com você? _ Dani me pergunta me analisando dos pés a cabeça onde todos fizeram o mesmo.

_ Nossa, achei que iria ser cumprimentada com um "oi tudo bem?" _ digo com irônia.

_ Desculpa Sofia, é que você está muito diferente.

_ É, depois que você perde a família e todo o dinheiro se tornando pobre, você acaba mudando um pouco.

_ O que? _ Lucas me pergunta se dirigindo a palavra comigo pela primeira vez.

_ Poisé, depois que eles morreram eu e meu irmão descobrimos que meus pais estavam falidos e nós tivemos que vender tudo de valor na casa, agora eu estou pobre. _ digo levantando os braços para enfatizar minhas palavras. Alguns dos meus colegas me olharam com pena, e outros desconfiados, mas Lucas me olhava como se não acreditava no que ouvia, e via, não sei se era por eu estar falida ou a minha aparência.

_ Precisamos conversar. _ Lucas diz mais antes que pudesse responder o sinal tocou.

_ No intervalo conversamos. _ eu digo indo em sua direção e lhe dando um selinho, que por acaso não foi correspondido, acho que ele ainda estava em choque.

Na sala sentei no mesmo lugar de sempre, mas outra pessoal sentou ao meu lado.

_ Oi. Como você tá? _ Max me pergunta.

_ O que você acha?

_ Você está diferente

Jura?.

_ Eu sei, agora sou uma nova pessoa. _ digo encerrando o assunto, Max da um sorriso e vira para frente prestando atenção na aula, coisa que não consigo fazer.

***

No intervalo vou em direção aos meus amigos que riam de algo que Vinny disse. Ao me verem todos ficaram em silêncio e saíram da mesa onde apenas Lucas permaneceu.

_ Oi _ eu digo lhe dando um beijo no rosto.

_ Sofia, precisamos conversar.

_ Estou aqui.

_ Olha, acho melhor agente terminar. _ ele me diz simplesmente sem olhar nos meus olhos.

_ O que? Porque? _ foi minha única reação.

_ Você mudou e eu também, desde aquele dia na rua, vi que tínhamos nos afastado e eu conheci outra pessoa. - ao dizer isso Sheila, uma garota da sala do Lucas sentou ao seu lado e lhe deu um beijo.

_ O que? Quer dizer que você está me dispensando pra ficar com essa aí? _ eu digo um pouco alto de mais, onde todos os olhares se concentraram em nós.

_ Calma Sofia, esse tipo de coisa acontece, paixões acabam outras começam...

_ Você ta fazendo isso porque agora eu estou pobre? _ pergunto descontrolada.

_ Não, não é isso. _ ele tenta se explicar mais Sheila me dirigi a palavra.

_ Não sei você é burra ou se faz? se não percebeu eu sou melhor que você querida, se olha no espelho! você está horrível e pobre, Lucas fez a escolha certa, até porque já estamos juntos a um tempo. _ ela diz me olhando com deboche. Não digo nada e seguro as lágrimas tentando me controlar, me levanto com um pouco de dignidade que me restou e vou até o novo casal, dou um tapa no rosto de Lucas que fica completamente surpreso e jogo o copo de suco que estava sobre a mesa naquela garota escrota que gritou como uma criança mimada. Lanço meu melhor sorriso ao novo casal, e lhe dou as costas deixando os outros alunos rirem desse pequeno barraco.

Quando vi que estava longe deles as lagrimas começaram a sair descontroladamente, procuro um lugar para me exilar mais vejo alguém se aproximando. Então coloco o capuz sobre a cabeça e corro em direção ao banheiro. Porem esbarro em uma pessoa com tanta força que me desequilibro mais antes de cair ele me segura bem forte me prendendo em seu corpo.

_ Desculpa Max. _ digo logo me afastando. Max da um sorriso e cora ao perceber nossa a proximidade e então se afasta por completo.

_ Ta tudo bem? _ ele me pergunta se aproximando novamente.

_ Não, será que você pode me ouvir por um momento? _ ele acena com a cabeça e me acompanha até uma mesa vazia do refeitório onde se sentou na minha frente.

_ Pode desabafar, estou só de ouvidos. _ não acredito que vou falar da minha vida com ele novamente, mais ele me passa segurança e tranqüilidade, então...

_ Não sei o que esta acontecendo com minha vida! ta dando tudo errado! primeiro perco meus pais! depois o meu dinheiro e agora meu namorado! eu mereço isso?! _ pergunto um pouco exaltada e voltando a chorar. Ele abaixa a cabeça e diz em um tom baixo que me pareceu um "você não merece". _ Poxa Max, só queria ter um minuto de felicidade, será que é possível?

_ Eu sei que não sou o cara apropriado para isso, mais se você quiser posso te fazer um pouco de companhia, tomar um sorvete talvez? _ ele diz sem me olhar nos olhos com as bochechas um pouco rosa, sério qual é o problema dele, acho que ele nunca deve nem ter beijado uma garota a julgar por sua vergonha.

_ Se você pagar um de chocolate para mim eu topo, to sem grana.. _ ele deixa escapar um sorriso.

_ Hoje a noite então, passo na sua casa pra gente sair. _ olho desconfiada para ele, então emenda. _ Como amigos é claro. _ e novamente cora, acho que ele quebrou um novo recorde. Não digo nada, apenas dou um sorriso fraco, até parece que vou me interessar por Max.

O sinal logo tocou e fomos para a sala, duas aulas de química, onde nem se quer presto atenção na chamada, apenas fico pensando em como minha vida mudou por completo. E em como eu não tenho sorte.

Na quela mesma tarde, fui andando a pé para casa, estava cansada e esgotada, meu irmão não estava, peguei uma lasanha fria e comi assistindo uma série na TV. Senti alguém me cutucando e percebi então que havia dormido.

_ Que oras são Bruno? _ pergunto ao meu irmão ainda meio grogue.

_ Cinco.

_ Nossa, eu dormi muito! vou tomar um banho e me arrumar, um colega meu vai vim me buscar para passear um pouco.

_ Tudo bem. _ meu irmão estava um pouco estranho depois da morte dos nossos pais, eu não o culpo até porque eu também estava.

Subi para o meu quarto e tomei um longo banho, escovei meus dentes e comecei a me arrumar, não fiz muita coisa, botei uma legue e uma blusa de frio um pouco cumprida com as mangas caídas e meus novos inseparável All star. Claro um look totalmente sem graça penteei meus cabelos e os prendi em uma trança, fiz uma maquiagem simples porem marcada, estava pronta. Eu tinha uma única certeza, meu luto nunca teria fim.

Desci e esperei na sala, Max chegou logo depois e nem esperei ele entrar e já fui ao seu encontro. Vamos ver como ele vai se sair.

***

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