Eu já havia jantado, o que o Dean disse ser o melhor hambúrguer deLíbano - que é o lugarzinho, no Kansas, fim do mundo em que estamos. Eu já havia dormido umas cinco vezes, sempre o mesmo sonho. Quando era criança eu amava sonhar, era a parte mais feliz do dia, mas agora sonhar é a coisa mais cansativa que eu faço. Quase todas as noites os mesmos sonhos, o que é totalmente cansativo e doloroso, afinal eu sinto a dor como se fosse real.
Afasto o cobertor com os pés e me levanto, espreguiço, pego meu caderno de desenhos e um lápis. Abro a porta e saio, esse lugar é gigante e eu estou aqui a um dia, não consegui decorar o caminho. Meu quarto é o última porta no final do corredor, ao lado tem o do Sam, depois o do Dean e um vazio. Vou andando pelo corredor, tentando achar a cozinha, olho para todas as portas que, infelizmente estão fechadas, chego ao fim do corredor e há dois outros corredores, um pela esquerda e outro pela direita. Sigo pela direita, a madeira fria do chão contra meus pés descalços, quando finalmente chego ao final do corredor, acho a cozinha. Me sento em uma das cadeiras altas e coloco meu caderno sobre a bancada, fecho os olhos e deslizo o lápis pela superfície da folha, eu já devo ter feito esse mesmo desenho milhares de vezes, mas só consigo esvaziar a mente desenhando.
- Pesadelos? - viro-me rapidamente, deixando o lápis cair e quase caindo da cadeira. A minha frente estava Dean com seu sorriso sarcástico no rosto, estou começando a pensar que o sorriso sarcástico já faz parte do rosto dele, já que ele só faz isso.
- Estou cansada de sonhar - suspiro e me viro de novo, fechando o caderno.
- Ah é, aquela coisa de ter só quatro sonhos - não respondo, então ele aproveita para continuar - Você só disse sobre um sonho, quais são os outro três?
- Eu sempre sonho com uma mulher - dou de ombros, abro o caderno e mostro um dos desenhos, - tamanho médio, cabelos castanhos escuros, bem bonita, tentando destruir o mundo.
- Você desenha b... Espera - ele toma o caderno de minhas mãos e fica encarando - Amara.
- É, Amara, como você sabe?
- Digamos que ela é uma pessoa má, uma pessoa não, uma coisa muita má.
- Que tipo de coisa má?
- A Escuridão.
- É - concordo - Me parece muito má.
- Qual os outros dois sonhos? - ele me entrega o caderno, no qual eu abro na primeira página.
- Eu sempre, e quando digo sempre quero dizer desde os meus 14 anos, tenho um sonho bem estranho. Eu não conhecia vocês e ainda não tinha tido aquele sonho sobre vocês me tirarem de lá, então para mim as pessoas do sonho eram um enorme ponto de interrogação - mostro o desenho para ele, no qual eu estou deitada no chão, ele também e uma mulher de costas - O por que do Sam não estar nele também é um enorme ponto de interrogação. Esse é o sonho que eu mais tenho, as vezes ele muda, mas no final é sempre a mesma coisa. Nós morremos. Por exemplo, nesse sonho, essa mulher sempre nos mata. As vezes eu tenho outros sonhos, mas no final, nós sempre morremos.
- Uou - ele simplesmente diz.
- É - concordo novamente - Uou.
- Então, provavelmente, vamos morrer logo?
- Provavelmente.
- Então é melhor aproveitar enquanto temos tempo - ele diz e fecha meu caderno, coloca sobre a bancada e sai em direção a porta, dizendo um "boa noite", enquanto desaparece de vista.
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Insanity
FanfictionQual a possibilidade de dizer para as pessoas que você consegue ver auras, ler pensamentos, saber tudo sobre alguém apenas com um toque, ter sonhos que muitas vezes se realizam, ter visões pré-apocalípticas e elas levarem numa boa? Bom, nenhuma. Fan...