Capítulo 34

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Escutem a música "Home - Gabrielle Aplin" - está na mídia- enquanto estiverem lendo ( se quiserem, claro ) para ficar mais emocionantes shauhsuah c: Boa leitura <3

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Eu encarava o teto branco do quarto como se aquilo fosse realmente interessante, segurava uma garrafa de whisky em uma mão e uma foto na outra. Eu não estava bêbada, acho que meia garrafa não faz uma pessoa ficar bêbada, não faço ideia. Os rapazes bateram na porta algumas vezes, metade delas eu mandei eles se danar, a outra metade eu não respondi. Nesse momento alguém estava batendo na minha porta.

- Está aberta - resmungo.

- Eu estava preste de derrubá-la - Dean entra e acende a luz, fazendo meus olhos arderem.

- Apague isso - digo entredentes.

- Não sou seu escravo - ele diz, revirando os olhos, mas apaga e se senta ao meu lado - Onde você conseguiu isso?

- Uma ladra nunca revela seus segredos - digo e franzo o cenho - Ou será mágico?

- Deixe eu ver - ele pega a garrafa de minhas mãos e vira, fazendo uma careta.

- Você não tem cara de que bebe alguma coisa sem ser cerveja.

- Nunca recuso uma bebida - ele dá de ombros e sorri.

Pego a garrafa das mãos dele e reviro os olhos, bebendo, o líquido faz minha garganta arder. Coloco minha mão no bolso de minha jaqueta e tiro de lá a pequena foto amassada.

- Também roubei isso - entrego para ele a foto em que eu havia jogado fora muitos anos atrás, onde eu e minha mãe estávamos abraçadas.

- Você é uma ladra - ele arregala os olhos, fingindo choque e pega alguma coisa que estava ao seu lado, eu nem havia reparado - Ainda bem que também sou.

Em suas mãos estava o pequeno urso, já não estava tão limpo ou novo, faltava um de seus olhos. Soltei um pequeno guicho e peguei o urso em minhas mãos.

- Eu não acredito - exclamo, sorrindo - Como você conseguiu?

- Um ladrão nunca revela seus segredos.

- Não use minhas palavras contra mim, Winchester - digo, rindo e o encaro - Pensei que não havíamos conseguido.

- De nada - ele diz e revira os olhos, também sorrindo.

Olho para o urso em minhas mãos e depois olho para Dean novamente, pensei que tudo tinha sido em vão, que eu havia revivido tudo novamente sem conseguir um maldito ursinho de pelúcia. Solto uma gargalhada e o coloco no chão, me viro para Dean e o abraço. Meus braços em volta de seu pescoço num abraço desajeitado, já que estávamos sentados.

- Obrigado - sussurro.

Ele não diz nada, apenas me abraça de volta. Ficamos ali alguns minutos, até eu voltar a sentar ao seu lado.

- Foi um dia bem maluco - digo e encosto minha cabeça na parede.

- Foi - ele diz - Você está bem?

- Perfeitamente.

- Não - ele me encara, com o cenho franzido - Não está.

- Então porque você perguntou, idiota? - digo, sorrindo - Mas, na verdade, estou bem. Parece um daqueles dias em que alguns enfermeiros se achavam superiores que alguém do hospital e eu via eles batendo em alguém, era uma coisa ruim e boa ao mesmo tempo, porque sempre que eu via era uma oportunidade de quebrar a cara deles. Então eu dava uns socos neles, nada que pudesse machucar. Eu ficava mal com aquilo por algumas horas, mas depois me sentia feliz.

- Então você está feliz agora?

- É... Quer dizer, não estou completamente feliz - digo e olho para ele - Mas me sinto aliviada, acho que agora eu sinto que tenho uma missão... Me sinto determinada, não sei.

- Determinada a fazer o que?

- A fazer o que preciso, vou prender aquela vadia no inferno - digo, dando de ombros - Se elas morreram, não vou deixar que seja em vão.

Ele sorri - um sorriso estranho, não parecia totalmente verdadeiro, ele não parecia totalmente feliz com a minha decisão. 

- O jeito que a sua casa explodiu... - ele diz - Foi realmente um milagre você ter sobrevivido. Você deve ter lutado muito para viver.

- Quando eu acordei no hospital sem nenhum ferimento, todos diziam que era um milagre. Sempre que eu estava em casa, eles costumavam vir me visitar, apenas por Deus ter salvado a minha vida. Eu sempre me perguntava como eu havia sobrevivido, eu estava triste pela minha mãe, mas feliz por mim. Me sentia privilegiada - digo e olho para minhas mãos - Mas depois percebi que eu também havia morrido lá.

- Mas...

- Me deixe terminar - sorrio e dou um leve tapa no seu braço - Eu morri lá e projeitei uma outra vida, tentei de todos os modos possíveis ser normal ou, pelo menos, ter uma vida normal. Nada daquilo adiantava, é claro. Eu nunca vou ser como eu era, eu apenas vou ser o que Deus quer que eu seja, por mais que eu tente fugir. Sempre vai acontecer desastres em minha vida se eu não fizer o que ele quer, por isso eu aceitei ser o que sou. Não morremos em vão.


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A música da mídia é a música dedicada a Sarah. EU FICO ESCUTANDO REPETIDAMENTE ATÉ MEUS PAIS ME MANDAREM COLOCAR UM FONE PORQUE NÃO AGUENTAM MAIS. Exatamente.

Byeeee


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