Capítulo 13

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Eu, literalmente, não senti mais nada a partir dai. Só sei que eles me trouxeram de volta ao Bunker  me colocaram na minha cama e tentaram conversar comigo, depois de verem que eu não iria responder, eles saíram e me deixaram.

Eu nunca havia feito mal a alguém, mesmo que esse alguém já tenha feito algum mal para mim. Nunca imaginei que algum dia eu faria mal a alguém. Mas e se for para ser assim? E se eu não fosse tão abençoada como as pessoas dizem? E se os meus poderes vieram de alguma coisa má, e se eu me tornar uma pessoa má? Sempre achei que poderia fazer algo bom com meus poderes, ajudar pessoas, mas e se eu os tenho só para o mal? E se esse for o meu destino?

Me levanto e vou até o banheiro, tiro minhas roupas entro no box, a água fervendo batia contra meus ombros e sangue, que eu nem sabia que havia pelo meu corpo, desce até o ralo. Fico lá durante um bom tempo, até a ponta de meus dedos a enrrugarem. Saio e coloco uma roupa confortável, me deito novamente e passo a mão pelo meu rosto, o que diabos estava acontecendo comigo? Vou até a minha mala e pego alguns comprimidos. Alguém bate na porta, não respondo, mas ele abre a porta mesmo assim.

- Tudo bem por aqui? - Dean diz, chegando mais perto da cama.

- Perfeito - dou de ombros e engulo todos os comprimidos.

- Você deveria parar de tomar tantos remédios, você sabe que isso não é uma doença.

- Eu me sinto doente - sussurro, enquanto ele senta na ponta da cama.

- Quer falar sobre o que aconteceu lá?

- Não era eu - levanto meus joelhos e abraço minhas pernas - Eu sentia, mas não conseguia controlar. Eu não queria ter feito o que fiz, Dean.

- Você fez o que foi necessário.

- Mas senti que fazia por que gostava. E se eu me torna uma pessoa má, Dean? E se meus poderes for para isso?

- Ninguém nasce boa ou má, Sarah - ele diz e pega em uma das minhas mãos - Você tem que escolher o que quer seguir.

- Eu escolhi, quer dizer, eu quero ser boa, quero ajudar - puxo minha mão e meus olhos se enchem de lágrimas - Mas, mesmo assim, olha o que eu fiz.

- Minha vida inteira eu fiz isso - ele dá de ombros - Mas não foi por isso que me tornei uma pessoa má.

- Você não é uma pessoa má - eu disse e o encarei - Quer dizer, você e Sam, vocês me ajudaram, vocês foram bons comigo. Ninguém nunca fez isso.

- Isso é por que você não sabe de tudo o que fiz - ele sussurra e me encara, ficamos assim por alguns minutos, lágrimas escorriam pelo meu rosto.

- Eu tenho medo, Dean - digo num fio de voz, ele passa a mão sobre meu rosto, limpando as lágrimas e depois se levanta.

- Não tenha, não deixarei nada de mal acontecer á você - ele diz e vai embora, fechando a porta.


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