Eu, literalmente, não senti mais nada a partir dai. Só sei que eles me trouxeram de volta ao Bunker me colocaram na minha cama e tentaram conversar comigo, depois de verem que eu não iria responder, eles saíram e me deixaram.
Eu nunca havia feito mal a alguém, mesmo que esse alguém já tenha feito algum mal para mim. Nunca imaginei que algum dia eu faria mal a alguém. Mas e se for para ser assim? E se eu não fosse tão abençoada como as pessoas dizem? E se os meus poderes vieram de alguma coisa má, e se eu me tornar uma pessoa má? Sempre achei que poderia fazer algo bom com meus poderes, ajudar pessoas, mas e se eu os tenho só para o mal? E se esse for o meu destino?
Me levanto e vou até o banheiro, tiro minhas roupas entro no box, a água fervendo batia contra meus ombros e sangue, que eu nem sabia que havia pelo meu corpo, desce até o ralo. Fico lá durante um bom tempo, até a ponta de meus dedos a enrrugarem. Saio e coloco uma roupa confortável, me deito novamente e passo a mão pelo meu rosto, o que diabos estava acontecendo comigo? Vou até a minha mala e pego alguns comprimidos. Alguém bate na porta, não respondo, mas ele abre a porta mesmo assim.
- Tudo bem por aqui? - Dean diz, chegando mais perto da cama.
- Perfeito - dou de ombros e engulo todos os comprimidos.
- Você deveria parar de tomar tantos remédios, você sabe que isso não é uma doença.
- Eu me sinto doente - sussurro, enquanto ele senta na ponta da cama.
- Quer falar sobre o que aconteceu lá?
- Não era eu - levanto meus joelhos e abraço minhas pernas - Eu sentia, mas não conseguia controlar. Eu não queria ter feito o que fiz, Dean.
- Você fez o que foi necessário.
- Mas senti que fazia por que gostava. E se eu me torna uma pessoa má, Dean? E se meus poderes for para isso?
- Ninguém nasce boa ou má, Sarah - ele diz e pega em uma das minhas mãos - Você tem que escolher o que quer seguir.
- Eu escolhi, quer dizer, eu quero ser boa, quero ajudar - puxo minha mão e meus olhos se enchem de lágrimas - Mas, mesmo assim, olha o que eu fiz.
- Minha vida inteira eu fiz isso - ele dá de ombros - Mas não foi por isso que me tornei uma pessoa má.
- Você não é uma pessoa má - eu disse e o encarei - Quer dizer, você e Sam, vocês me ajudaram, vocês foram bons comigo. Ninguém nunca fez isso.
- Isso é por que você não sabe de tudo o que fiz - ele sussurra e me encara, ficamos assim por alguns minutos, lágrimas escorriam pelo meu rosto.
- Eu tenho medo, Dean - digo num fio de voz, ele passa a mão sobre meu rosto, limpando as lágrimas e depois se levanta.
- Não tenha, não deixarei nada de mal acontecer á você - ele diz e vai embora, fechando a porta.
------------------------------------------------------------------------
VOCÊ ESTÁ LENDO
Insanity
FanfictionQual a possibilidade de dizer para as pessoas que você consegue ver auras, ler pensamentos, saber tudo sobre alguém apenas com um toque, ter sonhos que muitas vezes se realizam, ter visões pré-apocalípticas e elas levarem numa boa? Bom, nenhuma. Fan...