Capítulo 20

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Eu estava no banheiro, colocando roupa - depois de ter tomado um longo banho - e me desesperando cada vez mais, fazia umas três hora que eu havia ligado para Sam e eles ainda não chegaram. Cada vez que eu fechada meus olhos via aqueles corpos mortos, sempre que olhava para minhas mãos via o sangue. É, estou ficando louca - mais do que já sou, aliás. Eu já estava com uma roupa confortável, que os rapazes compraram em algum lugar por aí já que minhas roupas não durariam nem por uma semana, esfreguei a toalha em meu cabelo e comecei a penteá-los. Viro em direção ao espelho, em questão de segundos meu reflexo está com as roupas encharcadas de sangue e minha respiração fica presa na garganta. O grito não saí, como imaginei, a única coisa que faço é derrubar a escova no chão, recuar e soltar um grunhido nada feminino. Esfrego minhas mãos em minha roupa, mas elas não se limpam, o sangue pinga e forma gotas no chão branco do banheiro. Finalmente solto um grito e o espelho se racha, primeiro só foi uma rachadura normal - uma linha torta no meio do vidro - e então, de repente, o vidro se quebrou em milhares de pedacinhos voando por todo o banheiro. Coloco as mãos na frente do rosto, tentando protege-lo dos cacos e alguns finos pedaços de vidro perfuram meu braço.

Ouço alguém bater na porta, mas fico atônita no mesmo lugar - olhando paras os cacos do chão e tentando ignorar a dor em meu braço. Então ouço um estrondo e a porta caí, o que foi bem assustador.

- Mas que diabos... - começa Dean.

- Seu braço - Sam pega em meu braço - Está sangrando.

Penso em fazer uma piada com isso, mas as palavras não saem. Continuo encarando os cacos do chão, pensando se eu estava realmente louca. Eles me levam para o quarto e Sam pega algumas coisas, na qual eu não presto atenção, e começa a limpar meu braço. 

Eu não quero ser louca, já está bom de mais as outras pessoas pensarem que sou louca, não quero simplesmente me sentir louca. Me sentir como se minha mente estivesse pregando uma peça em mim cada vez que fecho os olhos, não quero me sentir uma assassina e nem quero pensar que talvez eu não seja tão inocente, não quero pensar que tem - ou vai ter - sangue em minhas mãos. Aqueles pensamentos me dão arrepios. Acordo dos meus pensamentos com Sam estralando seu dedos na minha frente e assusto, recuando um pouco.

- O que aconteceu? - ele pergunta e Dean apenas observa.

- Eu... - a voz saí baixa demais, então limpo a garganta e continuo - Eu tive um sonho... Bom, não foi totalmente um sonho. Miguel falou comigo.

- Miguel? - ele franze o cenho.

- Sim, ele começou com conversas estranhas do tipo "me solte daqui e poderá prender a Escuridão" - tento imitar a voz dele e encaro Sam - E também "Deus tinha um plano B, você é o plano B, mas tem que ter cuidado com suas escolhas por que se não vai destruir o mundo, não salvar, blá blá". E... Ele me colocou de volta no celeiro, havia centenas de pessoas mortas e havia sangue em minhas mãos, Sam.

- Plano B? - pergunta Dean, pela primeira vez.

- É - digo seca.

- Podemos lidar com isso - continua Sam, tentando me acalmar - O que aconteceu no banheiro?

- Eu não sei - lágrimas enchem meus olhos, mas não deixo elas escaparem - Eu acho que estou ficando louca, não sei, eu estava lá e de repente minhas roupas estavam cheias de sangue e bum... Explodiu.

- Você não está ficando louca, Sarah - Sam diz e coloca a mão em meu ombro, tentando me confortar, olho para ele por alguns segundos, com um pequeno sorriso falso, e depois meu olhar se desloca para Dean, que já me encarava, mas desvio o olhar rapidamente.

- Tem outra coisa - sussurro - Precisamos encontrar um demônio,  Filip Marquez, em uma festa, ele tem um baú que precisamos.

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