Capítulo 9

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Um dia inteiro se passou e eles não me deixaram sair do quarto, para nada. A maior parte do tempo Sam estava pesquisando algumas coisas no notebook, ou saía para falar com algumas pessoas que viram o que aconteceu, enquanto Dean ia ao bar, falando que teria alguma testemunha lá.

Dean havia acabado de chegar, não sei onde ele estava, Sam estava segurando um mapa, onde estava circulado, de caneta vermelha, os três possíveis lugares onde o ninho de vampiros pode estar. Eles estavam discutindo, cada um achava que era em um lugar. Me levantei da cama, onde estava sentada, e peguei o mapa das mãos de Sam. Passei a mão sobre a mesinha que estava encostada na parede, jogando tudo que estava em cima da mesma no chão e abri o mapa sobre a mesa. Fechei os olhos e abri a mão direita, senti o começo da "mágica", minha mão ficou quente - o que é bem estranho -, e começou a formigar. Passei a mão sobre o mapa, sem encostar, era estranho, eu nunca tinha feito aquilo, mas agia como se já tivesse feito várias vezes. Quando passei pelo segundo lugar circulado, minha mão começou a doer, como se várias agulhas estivessem sendo enfiadas nela. Abri os olhos rapidamente e puxei minha mão.

- Aqui - apontei - Celeiro RonnieVill. Nome estranho.

- Esse tempo todo você conseguia fazer isso, mas só fez agora? - disse Dean.

- Só agora descobri que conseguia fazer isso - dei de ombros - Nem sabia que iria funcionar.

- Já está tarde - Sam falou, se deitando - Amanhã eu e Dean vamos até lá.

- Eu vou junto - eles se viraram para mim, dois pares de olhos me encarando - Afinal, sem mim vocês nem saberiam onde é esse lugar.

- Não, você não vai - disse Dean, irritado - Nós iriamos saber de qualquer jeito

- Me deixe ir - suspirei, ele apenas deu de ombros e se deitou, apagando a luz.

- Não, Sarah - ele disse - Agora deite e durma.

Suspirei e me deitei, estava cansada de seguir ordens, passei minha vida inteira seguindo ordens e olha aonde estou. Esperei algumas horas, até ouvir a respiração de todos ficarem mais pesada, sinal de que estavam dormindo. Me levantei e coloquei os primeiros jeans que achei, uma jaqueta e um coturno. Andei até a cadeira, onde a blusa de Sam estava pendurada e enfiei uma de minhas mãos, pegando a chave do quarto. Sai e comecei a andar, a leve brisa noturna fazia meus cabelos esvoaçarem. Olhei para o céu, nenhuma estrela, quando eu era pequena minha mãe dizia que as estrelas eram os lares dos anjos e que sempre que eu estivesse triste, era pra mim olhar para as estrelas e pedir que tudo ficasse bem. Faz anos que não acredito nisso. Eu acredito em anjos, só não acredito que eles se importam com nós.

Uma placa a minha frente piscava, indicando "Pub Neon Lights", péssimo nome para um bar. Empurro a porta com minhas mãos e entro, o cheiro de cigarro e álcool invadem o ar, fazendo meu nariz arder. Vou até aonde um cara, mal vestido e com uma enorme barba castanha, está distribuindo bebidas, sento-me em uma cadeira no canto e vejo o homem vir em minha direção.

- O que vai ser hoje, boneca?

- Eu, hum - olho em volta, nunca havia estado em um bar antes, nunca havia bebido, passei minha vida inteira trancada em um quarto - O que você indica para mim?

Ele me olha de cima para baixo e depois saí, quando volta está com um copo de vidro nas mãos e uma bebida rosa. Ele estende o copo em minha direção, pego e cheiro, não parecia ser tão forte, fecho os olhos e viro o copo, minha garganta arde um pouco, mas depois de alguns segundos a única coisa que sinto é o leve gosto de cereja.

- O que é isso? - digo e estendo o copo para ele encher.

- Licor de cereja - ele enche o copo de novamente e sai.


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