Capítulo 41

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Pov Sarah

Acordo assutada ao ouvir as janelas batendo, o vento que entrava por elas me faziam arrepiar. Abro os olhos vagarosamente e a primeira coisa que faço é apalmar o colchão ao meu lado, estranhando Dean não estar lá. Sinto minhas mãos suarem e um peso em meu ombro, definitivamente algo está me incomodando, só não sei o que.

Levanto, colocando meus pés no chão e sentindo os mesmos formigarem por causa do frio, meu coração bate forte em meu peito, como se eu estivesse muito nervosa. Sinto algo errado, como se eu tivesse feito algo e agora estivesse tentando esconde-la. Esfrego minhas mãos contra meus olhos e ando pelo corredor, paro na frente do quarto de Dean - ela está encostada, com uma pequena fresta aberta - e bato na porta, espero alguns segundos e ninguém aparece, empurro a mesma e olho em volta, nem sinal dele. Enquanto caminho em direção do quarto de Sam, escuto vozes e um arrepio me faz estremecer. Bato na porta de Sam e, alguns minutos depois, ele está em minha frente, seus cabelos bagunçados e seus olhos inchados de dormir, ele parecia confuso.

- Tem alguma coisa errada, eu acho - sussurro e olho para a porta da sala- Você consegue escutar essas vozes?

- Sim - ele também olha para a porta e dá de ombros - Deve ser o Dean.

- Eu sinto que tem alguma coisa errada, acho... - olho para ele e faço um sinal com a cabeça para que ele me seguisse - Acho que devemos dar uma olhada.

Ele me segue sem dizer nada, a cada passo aquela sensação de que algo está extremamente errado se intensifica, as vozes vão ficando mais nítidas, mas ainda não consigo saber o que exatamente estava acontecendo. Olho para os lados, mas ninguém está ali, apenas eu e Sam, a porta está bem a minha frente mas não quero abri-la, não quero ver o que diabos de errado está acontecendo. Sam está a alguns passos de distância de mim, por isso quando abro a porta sou a única a ver o que estava errado, extremamente errado, Dean beijando Amara.

Eu me perguntava o porque, sem querer saber a resposta.

Eles se separaram, parecendo ter notado minha presença ali desde que entrei, Amara com um sorriso no rosto e Dean... Bom, eu não queria olhar para Dean agora. Sam, que havia acabado de entrar, já estava com a arma apontada para Amara e, não esperou nenhum segundo, apenas atirou. Com apenas um movimento com a mão, Amara fez a bala desviar de si e ir em direção a Sam, com apenas um movimento meu a bala desviou de Sam e perfurou a parede. 

- Finalmente você chegou, Sarah - ela sorri - Temos muitas coisas para conversar.

- Eu não tenho nada para conversar com você - digo entredentes e dou um passo para frente, eu não iria recuar.

- Claro que temos, eu e Dean estávamos conversando sobre... - antes dela acabar a frase, faço um sinal com a mão para frente e ela vai para trás, como se tivesse sido brutalmente empurrada e bate suas costas contra a parede.

- Era suposto nós temos uma conversa civilizada - ela diz, balançando sua cabeça em decepção.

- Era suposto você não ser uma vadiazinha com problemas familiares - digo e dou de ombros, completo - Também era suposto você ir pro inferno.

- Eu já estive lá - ela ignora quase tudo o que eu disse - E, acredite em mim, é bem mais agradável que aqui.

Quando estava prestes a joga-la de novo, ela sorri e aponta seu dedo indicador para mim, imediatamente meus joelhos cedem e eu caio no chão, com as mãos na cabeça tentando fazer com que aquela dor insuportável parasse. Quando aquilo tudo passa e abro os olhos, ela está ajoelhada a minha frente com a mão em minha bochecha.

- Eu, realmente, tenho pena de você - ela olha para baixo e quando volta a olhar para mim, seus olhos estão cheios de lágrimas - Eu nunca quis isso, nunca quis chegar a esse ponto, nunca quis destruir tudo o que meu irmão criou. Mas fui forçada a isso, fui forçada a me virar por contra própria e deixada para trás por um capricho de Deus. Ele tinha medo de que eu criasse algo que fosse mais importante que sua criação, ele...

- Olha só, querida - vou para trás, tirando sua mão de seu rosto - Ninguém aqui está afim de escutar casos de família.

- Como você pode estar do lado de Deus depois de tudo o que ele fez com você? - ela pergunta, indignada.

- Aprendi a lidar com isso - Você também deveria.

Antes dela poder falar, levanto minha mão e continuo.

- Aliás, depois que eu finalmente conseguir te enfiar no buraco imundo, de onde você nunca deveria ter saído - dou um sorriso falso e abaixo a mão - Tudo ficará bem.

- Você, realmente, não contou para ela? - ela faz "tsc tsc" com a boca, balançando sua cabeça em negação enquanto olha para Dean - Não é mesmo?

- Você não...

- Contou o que? - pergunto, interrompendo Dean.

- Não escute ela, Sarah - Dean fala rapidamente, desespero em seu olhar.

- Sinto muito em dizer, querida, mas isso só acabará com a sua morte - ela suspira falsamente e continua - "E quando, por fim, seu sangue for derramado por todos os filhos de Deus". Você achou mesmo que tudo ficaria bem para você?

- O que? - sussurro.

- E a pior parte é que Dean sabia, não é mesmo? - ela olha para Dean - Ele só estava te usando. Aliás, belo plano. Fazer ela se apaixonar por você e depois se matar por amor, apenas para salvar você. Afinal o maior desastre da humanidade é o amor.

- Ele nunca faria isso - sorrio relutante e olho para Dean, meu sorriso se desfaz ao mesmo tempo que o encaro - Faria?

- Não era um plano - ele diz rapidamente, desesperado - Eu sabia, mas não contei porque...

- É claro que você sabia - solto uma gargalhada dolorosa, sentindo meu coração se partir em milhares de pedacinhos e perfurando todo o meu corpo - Belo plano.

- Ele só estava te...

Antes que ela acabasse, minha mão alcança a pequena faca que estava em cima da mesa e, antes de conseguir pensar se aquilo daria certo, a faca está perfurando minha mão. É, eu havia enfiado a merda de uma faca na minha mão e doía bastante, sei que ela sentiu quando solta um grito e arregala os olhos, apenas fico ali, com uma faca enfiada na mão e mordendo os lábios para tentar amenizar a dor.

- O que diabos foi isso? - ela grita enquanto sua mão sangra - Isso não acabou.

E então, ela desaparece. Meu olhar focado no sangue que escorria, na verdade eu nem sentia mais a dor em minha mão, apenas a dor em meu coração partido. Sorrio em seco e seguro o cabo da faca, puxando rapidamente e a jogando no chão, vendo os pingos de sangue colorir o chão. Me viro e saio da sala, remoendo a minha própria dor.


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OLOCOOOO 




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