Pov Sarah
Acordo assutada ao ouvir as janelas batendo, o vento que entrava por elas me faziam arrepiar. Abro os olhos vagarosamente e a primeira coisa que faço é apalmar o colchão ao meu lado, estranhando Dean não estar lá. Sinto minhas mãos suarem e um peso em meu ombro, definitivamente algo está me incomodando, só não sei o que.
Levanto, colocando meus pés no chão e sentindo os mesmos formigarem por causa do frio, meu coração bate forte em meu peito, como se eu estivesse muito nervosa. Sinto algo errado, como se eu tivesse feito algo e agora estivesse tentando esconde-la. Esfrego minhas mãos contra meus olhos e ando pelo corredor, paro na frente do quarto de Dean - ela está encostada, com uma pequena fresta aberta - e bato na porta, espero alguns segundos e ninguém aparece, empurro a mesma e olho em volta, nem sinal dele. Enquanto caminho em direção do quarto de Sam, escuto vozes e um arrepio me faz estremecer. Bato na porta de Sam e, alguns minutos depois, ele está em minha frente, seus cabelos bagunçados e seus olhos inchados de dormir, ele parecia confuso.
- Tem alguma coisa errada, eu acho - sussurro e olho para a porta da sala- Você consegue escutar essas vozes?
- Sim - ele também olha para a porta e dá de ombros - Deve ser o Dean.
- Eu sinto que tem alguma coisa errada, acho... - olho para ele e faço um sinal com a cabeça para que ele me seguisse - Acho que devemos dar uma olhada.
Ele me segue sem dizer nada, a cada passo aquela sensação de que algo está extremamente errado se intensifica, as vozes vão ficando mais nítidas, mas ainda não consigo saber o que exatamente estava acontecendo. Olho para os lados, mas ninguém está ali, apenas eu e Sam, a porta está bem a minha frente mas não quero abri-la, não quero ver o que diabos de errado está acontecendo. Sam está a alguns passos de distância de mim, por isso quando abro a porta sou a única a ver o que estava errado, extremamente errado, Dean beijando Amara.
Eu me perguntava o porque, sem querer saber a resposta.
Eles se separaram, parecendo ter notado minha presença ali desde que entrei, Amara com um sorriso no rosto e Dean... Bom, eu não queria olhar para Dean agora. Sam, que havia acabado de entrar, já estava com a arma apontada para Amara e, não esperou nenhum segundo, apenas atirou. Com apenas um movimento com a mão, Amara fez a bala desviar de si e ir em direção a Sam, com apenas um movimento meu a bala desviou de Sam e perfurou a parede.
- Finalmente você chegou, Sarah - ela sorri - Temos muitas coisas para conversar.
- Eu não tenho nada para conversar com você - digo entredentes e dou um passo para frente, eu não iria recuar.
- Claro que temos, eu e Dean estávamos conversando sobre... - antes dela acabar a frase, faço um sinal com a mão para frente e ela vai para trás, como se tivesse sido brutalmente empurrada e bate suas costas contra a parede.
- Era suposto nós temos uma conversa civilizada - ela diz, balançando sua cabeça em decepção.
- Era suposto você não ser uma vadiazinha com problemas familiares - digo e dou de ombros, completo - Também era suposto você ir pro inferno.
- Eu já estive lá - ela ignora quase tudo o que eu disse - E, acredite em mim, é bem mais agradável que aqui.
Quando estava prestes a joga-la de novo, ela sorri e aponta seu dedo indicador para mim, imediatamente meus joelhos cedem e eu caio no chão, com as mãos na cabeça tentando fazer com que aquela dor insuportável parasse. Quando aquilo tudo passa e abro os olhos, ela está ajoelhada a minha frente com a mão em minha bochecha.
- Eu, realmente, tenho pena de você - ela olha para baixo e quando volta a olhar para mim, seus olhos estão cheios de lágrimas - Eu nunca quis isso, nunca quis chegar a esse ponto, nunca quis destruir tudo o que meu irmão criou. Mas fui forçada a isso, fui forçada a me virar por contra própria e deixada para trás por um capricho de Deus. Ele tinha medo de que eu criasse algo que fosse mais importante que sua criação, ele...
- Olha só, querida - vou para trás, tirando sua mão de seu rosto - Ninguém aqui está afim de escutar casos de família.
- Como você pode estar do lado de Deus depois de tudo o que ele fez com você? - ela pergunta, indignada.
- Aprendi a lidar com isso - Você também deveria.
Antes dela poder falar, levanto minha mão e continuo.
- Aliás, depois que eu finalmente conseguir te enfiar no buraco imundo, de onde você nunca deveria ter saído - dou um sorriso falso e abaixo a mão - Tudo ficará bem.
- Você, realmente, não contou para ela? - ela faz "tsc tsc" com a boca, balançando sua cabeça em negação enquanto olha para Dean - Não é mesmo?
- Você não...
- Contou o que? - pergunto, interrompendo Dean.
- Não escute ela, Sarah - Dean fala rapidamente, desespero em seu olhar.
- Sinto muito em dizer, querida, mas isso só acabará com a sua morte - ela suspira falsamente e continua - "E quando, por fim, seu sangue for derramado por todos os filhos de Deus". Você achou mesmo que tudo ficaria bem para você?
- O que? - sussurro.
- E a pior parte é que Dean sabia, não é mesmo? - ela olha para Dean - Ele só estava te usando. Aliás, belo plano. Fazer ela se apaixonar por você e depois se matar por amor, apenas para salvar você. Afinal o maior desastre da humanidade é o amor.
- Ele nunca faria isso - sorrio relutante e olho para Dean, meu sorriso se desfaz ao mesmo tempo que o encaro - Faria?
- Não era um plano - ele diz rapidamente, desesperado - Eu sabia, mas não contei porque...
- É claro que você sabia - solto uma gargalhada dolorosa, sentindo meu coração se partir em milhares de pedacinhos e perfurando todo o meu corpo - Belo plano.
- Ele só estava te...
Antes que ela acabasse, minha mão alcança a pequena faca que estava em cima da mesa e, antes de conseguir pensar se aquilo daria certo, a faca está perfurando minha mão. É, eu havia enfiado a merda de uma faca na minha mão e doía bastante, sei que ela sentiu quando solta um grito e arregala os olhos, apenas fico ali, com uma faca enfiada na mão e mordendo os lábios para tentar amenizar a dor.
- O que diabos foi isso? - ela grita enquanto sua mão sangra - Isso não acabou.
E então, ela desaparece. Meu olhar focado no sangue que escorria, na verdade eu nem sentia mais a dor em minha mão, apenas a dor em meu coração partido. Sorrio em seco e seguro o cabo da faca, puxando rapidamente e a jogando no chão, vendo os pingos de sangue colorir o chão. Me viro e saio da sala, remoendo a minha própria dor.
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OLOCOOOO
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Insanity
FanfictionQual a possibilidade de dizer para as pessoas que você consegue ver auras, ler pensamentos, saber tudo sobre alguém apenas com um toque, ter sonhos que muitas vezes se realizam, ter visões pré-apocalípticas e elas levarem numa boa? Bom, nenhuma. Fan...