Capítulo 15

5.1K 491 68
                                    


Sam estava sentado na ponta da cama, confuso, eu estava a sua frente e Dean estava encostado na parede, sem saber o que eu iria fazer. Eu não sabia se aquilo teria resultado, mas não custa tentar, certo? Se eu podia ver a vida inteira de uma pessoa, então eu poderia ver as visões que Sam estava vendo.

- Pegue minhas mãos - disse e esperei ele esticar suas mãos, quando o fez rapidamente peguei nas suas mãos e fechei os olhos.

Tudo aconteceu como imaginei que aconteceria. Senti o conforto, o calor, que sempre sentia e então, foi como se eu tivesse sido atropelada por um caminhão. Todas as emoções dele bateram contra mim e eu fechei os olhos fortemente, impedindo a mim mesma que abrissem. Tudo foi passando pela minha mente rapidamente, algumas coisas dolorosas, algumas coisas que eu desejaria não ter visto e então, eu vi as visões. Ele estava amarrado, os pés e as mãos, algumas correntes puxavam a pele de seu rosto e aquilo sangrava, ele gritava de dor, eu gritava de dor. Tentei ver alguma coisa que ajudasse, olhei em volta e senti a pele de meu rosto ser arrancada - como estava acontecendo com Sam -, coloquei minha mão sobre meu rosto, sufocada pelas lágrimas.

-  Eu vejo correntes e... E grades? Se parece com uma gaiola. Você está sendo torturado e esta dentro da gaiola. Não é Deus, consigo sentir. Não consigo ver mais nada, eu não sei... - digo rapidamente e um grito sufocado sai por entre meus lábios, era hora de sair dali - Está me machucando, preciso sair daqui.

Puxei minha mão e coloquei-a sobre meu peito, senti como se tudo se dissolvesse, a dor foi passando e eu tomei controle apenas de minha mente. Senti tudo passar mais devagar e soltei um suspiro trêmulo. Mas quando abri os olhos, eu não estava mais no quarto de Sam, eu continuava na gaiola e agora, não era Sam amarrado por correntes, era eu. Puxei minhas mãos, tentando solta-las, mas nada aconteceu, eu estava caída no chão e apenas meus pulsos estavam acorrentados, fiquei de pé e olhei em frente, onde um homem me encarava e sorria.

- Abençoada - ele disse - Pensei que não te veria tão cedo, mas parece que você veio em minha procura.

- O que? Quem é você? - perguntei rapidamente.

- Tenho vários nomes para os humanos - ele deu de ombros e inclinou a cabeça para o lado, ainda sorrindo - Mas pode me chamar de Lúcifer.

- Lúci- o que? - exclamei.

- Lú-ci-fer, é fácil de se pronunciar, garotinha tola - ele gargalhou.

- Você que está mandando as visões para Sam?

- Até que você aprende fácil - ele bateu palmas - Sou, mas ele não entende.

- Por que estou aqui? O que você precisa de mim?

- O que te faz pensar que preciso de alguma coisa? - ele se virou de costas, passando a mão sobre a grade - Mas tem razão, preciso de algo.

- Fico feliz em não ajudá-lo - disse e o fantasma de um sorriso apareceu em meus lábios, tentei puxar as correntes novamente.

- Vou ser obrigado a ser desagradável? - ele fez  "tsc tsc" com a boca e balançou a cabeça de um lado para o outro, fez um sinal com as mãos e as correntes se apertaram fortemente - Preciso que você dê um recado para os Winchester, garotinha abençoada. Eu sei como acabar com tudo isso e tenho uma enorme vontade de matá-los dolorosamente.

- Eu não vou te ajudar em nada - eu disse.

Fechei os olhos, pensei em tudo que conseguia fazer. Se eu podia fazer tudo aquilo, por que não conseguiria sair daqui? Tentei canalizar todos meus poderes, pensei no quanto eu queria sair dali e senti como se eu estivesse caindo de um penhasco. Quando abri os olhos novamente, estava no meu quarto, no Bunker. Senti uma enorme ânsia e a primeira coisa que consegui fazer foi me virar para o lado e vomitar, minhas mãos tremiam, passei-as sobre minha boca e quando olhei para elas, um líquido vermelho escuro estava sobre as costas de minhas mãos, sangue.


------------------------------------------------------------




InsanityOnde histórias criam vida. Descubra agora