Capítulo 47

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Pov. Dean

Observo Sam, que segura água benta em uma mão e uma faca que peguei "emprestado" de Castiel na outra, ele não conversou comigo, nem enquanto tenta fazer aquele demônio falar onde ela está. Ele suspira alto e anda até mim, seus ombros tensos e a expressão em seu rosto diziam que ele não estava gostando daquilo e que, por mais que ele não diga, a culpa é minha. Ele joga a faca para mim e abaixa suas mãos enquanto saí.

- Eu não vou fazer mais isso - ele diz - Faça você mesmo o trabalho sujo.

Ele não diz mais nada, eu não esperei que ele dissesse. Olho para o demônio e respiro fundo, vou até ele e me abaixo, chegando perto.

- Sabemos que você conversa com Amara - digo entredentes - Só diga onde Sarah está.

- Se eu não falar você me mata? - ele diz e eu concordo com a cabeça - Ótimo. Se eu falar você também me mata.

- Basicamente - dou de ombros, já irritado - Diga logo.

- Eu não sei - ele diz - Qual parte você ainda não entendeu de que sua amiguinha está presa com uma força maligna chamada de Escuridão, ou Amara para os amigos, e drogada? Não entendo o porque de você tentar achar uma pessoa que nesse momento deve estar morta.

- Diga onde ela está - exclamo, ignorando o que ele disse e usando toda minha força para dar um soco em seu rosto.

- Eu não sei - ele repete, sangue saindo de sua boca - A vadia já deve estar morta. Ela, provavelmente, morreu da pior forma que você possa imaginar. No pouco tempo que estive lá ela sofreu, ela matou... Eu ouvi os gritos dela e eu amei.

A faca perfura sua barriga antes que ele possa continuar, consigo ver ele morrer antes de sair do cômodo. Vejo Sam pegar algumas armas e colocá-las em uma mala, franzo o cenho e vou até lá.

- O que você está fazendo?

-Porque está aqui? Não deveria estar... - ele começa e depois me olha - Você já matou ele?

- Sim? - digo como se aquilo não fosse nada - Ele não estava ajudando. O que você está fazendo?

- Arrumando minhas coisas, temos um caso - ele dá de ombros.

- O que? - exclamo - Temos que achá-la!

- E vamos - ele também exclama - Você acabou de matar a única chance que tínhamos de achá-la! Não podemos deixar pessoas morrerem. Vamos achá-la, mas agora temos que salvar aquelas pessoas.

- Já salvamos pessoas demais - digo e levanto minhas mãos - Agora precisamos salvá-la, Sam. A culpa é minha dela estar lá, preciso achá-la.

- Salvar pessoas significa todas as pessoas, Dean - ele diz, sua voz já está mais calma - Eu estou indo, pare de tentar procurar algo impossível e venha comigo, vamos achá-la, mas não agora.

Ele diz e se vira, vejo-o andar e ao escutar o barulho da porta do carro batendo, sei que ele está certo.


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