Insanity

Capítulo 31

Eu fiquei o resto da noite inquieta, era como se eu estivesse vendo minha mãe morrer a minha frente novamente, só que dessa vez eu podia fazer alguma coisa, eu iria fazer alguma coisa. Chego á frente do quarto onde Dean e Sam estão - tive que implorar por um quarto só para mim, dizendo que como não havia quarto com mais de duas camas naquela pousada alguém iria ter que dormir no chão e que eu queria ficar sozinha, eles desconfiaram um pouco mas no fim confiaram em mim -, bato na porta sem parar até Dean abrir a mesma.

- O que aconteceu para você vir aqui e descontar desesperadamente suas mágoas na porta? - ele pergunta.

- Não seja idiota - suspiro - Não podemos deixar que aconteça, Dean. Podemos ajuda-las.

- Sarah - ele me encara, tentando decidir o que me falar - Não podemos mudar o passado.

- Por favor Dean - exclamo - Não podemos deixar isso acontecer.

- Não podemos fazer nada.

- Você viu como ela era... Como eu era - levanto minhas mãos em indignação - Você não quer que ela acabe assim.

- Assim como?

- Como eu - sussurro e deixo meus braços caírem - Por favor.

- Não podemos Sarah.

- Então pelo menos me deixe morrer essa noite - sussurro - Não deixe que me salvem.

- Não - ele me encara com os olhos arregalados - Eu nunca faria isso. Não podemos, eu não posso. Eu preciso que você viva, todos precisamos. Se você morrer, o mundo acabará.

- Encontraram outra pessoa para salvá-lo - olho para o chão como se aquilo fosse a coisa mais importante ali - Não podemos deixar que isso aconteça só por com capricho de Deus.

- É a vontade Dele - ele dá de ombros.

- Não era você que falava que ele havia desistido?

- E não era você que falava que ele ainda não desistiu? - ele retruca.

- Se deixar que tudo isso aconteça só porque tem medo de acabar com tudo o que Ele mesmo começou é desistir... - levanto o meu olhar de volta para ele e suspiro - Então ele deve ter desistido.

- E se ele não desistiu? E se tudo isso é parte de um plano? - ele diz, era engraçado ouvir Dean proferir aquelas palavras.

- Se ele não desistiu... - dou de ombros e viro para ir embora - Então eu estou desistindo.

Entro no "meu" quarto e bato a porta, espero alguns minutos para ver se ele veio atrás de mim, mas ninguém vem. Então abro a porta, olho de um lado para o outro provando a mim mesma que não havia ninguém ali e saio.

Já era tarde, provavelmente o incêndio iria acontecer daqui a pouco, eu só precisava de alguns minutos para conseguir tirar as duas de lá - já que naquele dia, meu pai e Charlotte haviam saído. Eu corria em direção á minha casa, as ruas estavam vazias e, por causa do vento, as árvores balançavam. Não faço ideia se estou no caminho certo, ou se estou fazendo a coisa certa, mas continuo correndo, virando por ruas que nem sequer me lembrava.

Eu sinto que é a coisa certa, tem que ser, eu não poderia simplesmente deixar minha mãe morrer, me deixar morrer. É isso, eu vou conseguir tirá-las de lá... Repito isso mentalmente várias vezes, mas, quando chego lá, tudo isso se desfaz e sinto tudo desabar. O incêndio já havia começado. O fogo ainda não havia subido para os quartos do segundo andar, onde eu sabia que elas estavam, então ainda havia tempo. 

Corro para mais perto, onde eu já conseguia sentir o calor e tento achar um caminho, uma saída. Ouço o barulho alto de pneus e vejo o Impala subindo no gramado, Sam e Dean saem do mesmo.

- Tente achar uma saída - grito para eles, tentando chegar mais perto, mas Dean segura meu braço.

- Não há uma saída - ele diz - O fogo já está por toda a casa.

- Não está no quarto - aponto para a pequena janela - É lá onde elas estão.

- Não há como sair, nem como entrar - ele diz e o encaro, sinto raiva por todo o meu corpo, ele realmente as deixaria lá.

- Se vocês não vão ajudar - digo e faço um sinal com a mão, fazendo com que os dois caíssem metros de distância - Então eu vou.

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