Capítulo 21

4.4K 469 103
                                    


Eles acharam o tal Filip depois de um dia o procurando, o que me surpreendeu,  ele estava em um lugarzinho em  Wisconsin. Passamos muito tempo dentro do carro, umas 10 horas, e eu não consegui dormir. Eles pararam em um hotel no meio da estrada, foi como quando caçamos aqueles vampiros, havia três camas, mas dessa vez eu fiquei com a do meio. Não passavam das 19 hrs, o céu já estava escuro e eu estava sentada na ponta da cama, Sam sentado em uma cadeira muito pequena para suas enormes pernas e Dean em pé, eles estavam tentando bolar um plano para conseguirmos roubar o baú.

- Não podemos entrar na festa - começa Dean - Só vai haver demônios lá, eles nos conhecem.

- Como vocês sabem se lá só vai ter demônios? - pergunto.

- Tenho meus contatos - diz Sam, com um sorriso de lado.

- Mas não podemos entrar - Dean repete, inquieto.

- Sarah poderia entrar - Sam aponta.

- Não - digo ao mesmo tempo que Dean também fala "não", franzo o cenho e o encaro, volto a olhar para Sam e continuo - Não posso entrar em uma festa.

- Por que? - Sam pergunta, apoiando sua cabeça em sua mão.

- Muitas pessoas... - penso melhor - Demônios, tanto faz, vou ter uma sobrecarga.

- E pode ser perigoso - Dean dá de ombros - Se alguma coisa desse errado, ela não saberia se defender.

- Eu posso muito bem me defender sozinha - exclamo - O que eu preciso fazer?

- Filip tem muito dinheiro, ele dá festas só para demônios e ele gosta de mulheres novas - ele diz e me olha, incomodado - Você vai ter que atraí-lo com o que ele gosta, sexo...

- Espera - me assusto - Você quer dizer que eu vou ter que fazer, hum... Aquilo?

- Não, você vai ter que tentar seduzi-lo e fazer com que ele te leve para o quarto dele - ele começa - O baú vai estar lá, você vai pegar e então você vai ter que sair de lá, usando seus poderes.

- Isso é muito complicado - me afundo na cadeira e abano as mãos - Vocês não podem, simplesmente, entrar lá e matar todo mundo?

- Não seria fácil  - Sam suspira - Muitos demônios, não conseguiríamos matar todos.

- Ela não vai fazer isso.

- Cale a boca, eu vou fazer isso - exclamo e suspiro, me acalmando e olho para Sam - Eu vou fazer, mas ele não pode me tocar.

- Se der tudo certo - ele diz e se levanta - Ele não vai precisar.

- Tudo bem - lembro de tudo que ele falou - Seduzir. Ir para o quarto. Pegar o baú. E usar meus poderes... Vou ter que matá-lo?

- Você não precisa - Sam continua e se deita na cama, apagando a luz - Só vai ter que incapacitá-lo para ganhar tempo e conseguir sair de lá.

Isso vai dar errado, muito errado. Esse não parece ser um bom plano, mandar a garota louca pra uma festa cheia de demônios. Me deito e afundo minha cabeça no travesseiro, suspiro. Fico pensando no plano várias e várias vezes, o suficiente para já saber de cor. Me viro de um lado para o outro na cama, fazia muito tempo que eu não dormia e minha cabeça latejava. Me viro para o lado direito, onde a cama de Dean está e me assusto ao vê-lo acordado, me encarando.

- Você precisa dormir.

- É - sussurro, revirando os olhos.

- Você não precisar ir lá.

- Eu sei - digo - Mas eu vou.

- Esse é um plano suicida - ele teima.

- Já entendi essa parte na hora em que disse que seria uma festa só de demônios - digo, já irritada com tudo aquilo, irritada com o fato dele me achar incapaz de fazer aquilo - Olha, eu consigo fazer.

- Eu sei que você consegue - ele diz e se vira, ficando de costas para mim - Boa noite, Sarah.

- Tanto faz - digo, fria.

Depois disso, passo mais um bom tempo acordada até, finalmente, cair no sono. Tenho um daqueles sonhos novamente em que Dean e eu morremos, mas dessa vez é diferente.

Eu estou perto de um buraco enorme no chão, é tão fundo que não consigo enxergar o final, um barulho alto me assusta e sinto uma dor perto do meu estômago, fica difícil respirar, olho para baixo e percebo que havia sido atingida por um tiro, coloco minha mão sobre o ferimento e minha mão se enche de sangue. Tento, desesperadamente, respirar, mas não consigo. A dor do tiro nem se compara a dor que sinto em meu coração ao ver que Dean está em minha frente, com a arma.

Neste sonho, Dean não morre.

 Dean me mata.


--------------------------------------------------


Na última vez que vi, havia 666 leituras e 69 votos, isso só pode ser um bom sinal.


InsanityOnde histórias criam vida. Descubra agora