Eu não tive tempo de ver onde eu estava, após chegar eu apaguei. Não sonhei, apenas fiquei no escuro, as vezes eu conseguia escutar vozes. Quando consegui acordar, me sentei e olhei em volta, um quarto escuro, apenas uma cama e um espelho, a porta era enorme e de madeira. Coloquei meus pés no chão e contei mentalmente até 3 para me levantar, tive que sentar novamente logo depois de conseguir, tudo girou e senti meu estômago revirar, coloquei a mão sobre a boca, impedindo a mim mesma de vomitar ali. Pisquei várias vezes, tentando focar minha visão, mas tudo continuou girando, coloquei minhas mãos na parede e levantei, me apoiando até a porta. Parecia impossível conseguir girar a maçaneta dourada, eu via duas e todas vezes que levantava minha mão a abaixava imediatamente, ela estava muito pesada. Respirei fundo e levantei minha mão até a maçaneta, gemendo de dor, consegui pegá-la, logo depois de gira-la para o lado minha mão desliza e caí novamente, solto um grunhido e levanto as duas, usando toda a força que tenho para abri-la.
Ela se abre, rangendo, estranhei ela não estar trancada. Me apoiei novamente na parede e continuei a andar, eu estava em um longo corredor, havias várias portas - algumas pareciam celas -,havia apenas uma porta no final, eu conseguia ouvir gritos abafados, estremeci e empurrei a porta com as mãos, quase caindo no processo. Olhei em volta, Amara estava sentada em uma cadeira alta no final da sala, seu típico vestido preto - parece que ela nunca troca de roupa - estava rasgado nas pontas, ela parecia animada enquanto falava com um homem de terno. Ela fez um sinal com a mão e, logo depois, o homem foi embora, ela virou-se repentinamente para mim.
- Você acordou mais cedo que o esperado - ela disse.
- Você... - minha voz saiu lenta e enrolada, tentei formar uma frase coerente - Você me drogou?
- Mais ou menos - ela deu de ombros.
- Mais ou menos? - exclamei e me apoiei na mesa ao meu lado - Eu mal consigo ficar em pé.
- Pare de reclamar - ela suspira e revira os olhos - Eu poderia ter te matado enquanto dormia, agradeça por eu não ter feito.
- É, você poderia - concordo - Mas você precisa de mim.
- De você não - ela disse como se fosse óbvio - Eu preciso de seus poderes.
- Porque? - solto uma gargalhada sarcástica - Pensei que você fosse mais forte que Deus.
- Eu...
- Pensei que fosse forte o suficiente para derrotá-lo. Mas parece que você precisa de ajuda, não é mesmo?
- Eu sou forte o suficiente - ela exclamou, irritada - Só preciso de um plano B.
- E eu sou seu plano B? - revirei os olhos e sorri - Esse não foi nosso acordo. Eu só tinha que vir aqui, não ajudar você no seu plano diabólico de se vingar de seu irmão.
- Não estou pedindo sua ajuda - ela disse entredentes.
- Então, me ajude a entender - franzo o cenho e me faço de confusa - Como você pretende me fazer te ajudar?
- Você vai me dar seus poderes, querendo ou não - ela disse - Vou tirá-los de você.
- Quero ver você tentar.
Ela arqueou as sobrancelhas e sorriu, fez um sinal com a mão e me jogou até a parede, como se uma mão invisível estivesse me enforcando. Levantei minha mão direita e a mexi, nada aconteceu, fiz de novo e, mais uma vez, nada aconteceu. Eu estava drogada, era como se eu estivesse bêbada, meus poderes não funcionavam. Arregalei os olhos e levantei minhas mãos até meu pescoço, tentando respirar, alguns segundos depois sinto ela me soltando e caio no chão. Olho para cima e Amara continua sorrindo. Se eu não tinha meus poderes, como eu iria derrotá-la? Ela estralou os dedos e o mesmo homem que ela estava conversando aparece na porta, ele olha para mim, depois olha para ela e faz uma pequena reverência.
- Você já pode trazê-lo - ela diz.
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Insanity
FanfictionQual a possibilidade de dizer para as pessoas que você consegue ver auras, ler pensamentos, saber tudo sobre alguém apenas com um toque, ter sonhos que muitas vezes se realizam, ter visões pré-apocalípticas e elas levarem numa boa? Bom, nenhuma. Fan...