Capítulo 45

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Eu não tive tempo de ver onde eu estava, após chegar eu apaguei. Não sonhei, apenas fiquei no escuro, as vezes eu conseguia escutar vozes. Quando consegui acordar, me sentei e olhei em volta, um quarto escuro, apenas uma cama e um espelho, a porta era enorme e de madeira. Coloquei meus pés no chão e contei mentalmente até 3 para me levantar, tive que sentar novamente logo depois de conseguir, tudo girou e senti meu estômago revirar, coloquei a mão sobre a boca, impedindo a mim mesma de vomitar ali. Pisquei várias vezes, tentando focar minha visão, mas tudo continuou girando, coloquei minhas mãos na parede e levantei, me apoiando até a porta. Parecia impossível conseguir girar a maçaneta dourada, eu via duas e todas vezes que levantava minha mão a abaixava imediatamente, ela estava muito pesada. Respirei fundo e levantei minha mão até a maçaneta, gemendo de dor, consegui pegá-la, logo depois de gira-la para o lado minha mão desliza e caí novamente, solto um grunhido e levanto as duas, usando toda a força que tenho para abri-la.

Ela se abre, rangendo, estranhei ela não estar trancada. Me apoiei novamente na parede e continuei a andar, eu estava em um longo corredor, havias várias portas - algumas pareciam celas -,havia apenas uma porta no final, eu conseguia ouvir gritos abafados, estremeci e empurrei a porta com as mãos, quase caindo no processo. Olhei em volta, Amara estava sentada em uma cadeira alta no final da sala, seu típico vestido preto - parece que ela nunca troca de roupa - estava rasgado nas pontas, ela parecia animada enquanto falava com um homem de terno. Ela fez um sinal com a mão e, logo depois, o homem foi embora, ela virou-se repentinamente para mim.

- Você acordou mais cedo que o esperado - ela disse.

- Você... - minha voz saiu lenta e enrolada, tentei formar uma frase coerente - Você me drogou?

- Mais ou menos - ela deu de ombros.

- Mais ou menos? - exclamei e me apoiei na mesa ao meu lado - Eu mal consigo ficar em pé.

- Pare de reclamar - ela suspira e revira os olhos - Eu poderia ter te matado enquanto dormia, agradeça por eu não ter feito.

- É, você poderia - concordo - Mas você precisa de mim.

- De você não - ela disse como se fosse óbvio - Eu preciso de seus poderes.

- Porque? - solto uma gargalhada sarcástica - Pensei que você fosse mais forte que Deus.

- Eu...

- Pensei que fosse forte o suficiente para derrotá-lo. Mas parece que você precisa de ajuda, não é mesmo?

- Eu sou forte o suficiente - ela exclamou, irritada - Só preciso de um plano B.

- E eu sou seu plano B? - revirei os olhos e sorri - Esse não foi nosso acordo. Eu só tinha que vir aqui, não ajudar você no seu plano diabólico de se vingar de seu irmão.

- Não estou pedindo sua ajuda - ela disse entredentes.

- Então, me ajude a entender - franzo o cenho e me faço de confusa - Como você pretende me fazer te ajudar?

- Você vai me dar seus poderes, querendo ou não - ela disse - Vou tirá-los de você.

- Quero ver você tentar.

Ela arqueou as sobrancelhas e sorriu, fez um sinal com a mão e me jogou até a parede, como se uma mão invisível estivesse me enforcando. Levantei minha mão direita e a mexi, nada aconteceu, fiz de novo e, mais uma vez, nada aconteceu. Eu estava drogada, era como se eu estivesse bêbada, meus poderes não funcionavam. Arregalei os olhos e levantei minhas mãos até meu pescoço, tentando respirar, alguns segundos depois sinto ela me soltando e caio no chão. Olho para cima e Amara continua sorrindo. Se eu não tinha meus poderes, como eu iria derrotá-la? Ela estralou os dedos e o mesmo homem que ela estava conversando aparece na porta, ele olha para mim, depois olha para ela e faz uma pequena reverência.

- Você já pode trazê-lo - ela diz.


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