Capítulo 10

6.2K 585 42
                                    


Eu viro aquele copo, depois mais um e outro, mais uns quatro, na verdade eu não faço a mínima ideia. Agora eu estava no meio de uma pista de dança, pulando, segurando uma garrafa de vodka nas mãos. A única coisa que sentia era uma neblina em meus pensamentos, eu não sentia nada e estava completamente feliz com isso, eu não via auras, não lia pensamentos e podia encostar em qualquer pessoas ali. O álcool cortava meus poderes, eu acho. Eu era uma garota normal, normal e bêbada.

Sinto alguém pegar na minha cintura, não sei quem é, mas continuo dançando. Levanto a garrafa e bebo mais um pouco, minha garganta arde, mas de tantas vezes eu já estava acostumada. Me viro em direção a quem está segurando minha cintura e vejo um cara, alto e loiro, muito bonito.

- Você deveria parar de beber - ele sugere - Acho que já bebeu o bastante.

- Ah, cale a boca - digo e pego no colarinho de sua camisa, o puxando mais para frente e o beijando.

Não sei quanto tempo ficamos no beijando, mas só quando sinto ele sendo puxado de mim, consigo abrir os olhos. A fumaça de gelo seco dificultava a minha visão e eu não conseguia ver o que exatamente havia acontecido, até que Dean aparece na minha frente e pega a garrafa de minhas mãos. 

- Já chega disso aqui por hoje - ele simplesmente diz e coloca a garrafa em cima de uma mesinha.

- Idiota - exclamo - Me devolve, agora.

- Não.

- Sou eu que tenho poderes aqui, lembra?

- Não me importo - ele deu de ombros e pegou no meu braço, me puxando - Por que você está aqui se embebedando?

- Eu não sinto - a música estava alta, por isso tive que gritar - Eu não sinto nada Dean, nada. Me sinto normal.

- Tirando o fato que pessoas normais não vão em bares em uma avenida sozinhas e ficam bêbadas.

Eu paro e puxo meu braço fortemente, fazendo-o se virar para mim. Eu não sei exatamente o que eu estou pensando, nem sei se estou pensando, mas a próxima coisa que faço é puxá-lo e beijá-lo. Não foi um beijo calmo, como eu esperava, foi rápido. E ele não se afastou na hora, só se afastou depois de ter me beijado de volta.

- É - ele riu - Você está completamente bêbada.

- Não estou não - cruzo os braços - Pensei que você quisesse me beijar também.

- Eu não quis dizer que não queria, só quis dizer...

- Então, basicamente você está dizendo que queria me beijar.

- Não, só estava tentando dizer que você nunca faria isso se estivesse sóbria, também estou tentando dizer que você não vai se lembrar disso amanhã - ele dá de ombros e me puxa - Agora vamos embora.

- Espera - exclamo - Preciso ir no banheiro.

Ele franze o cenho e exita, mas me solta e diz para mim voltar logo. Saio correndo entre as pessoas, tropeçando em meus próprios pés. Chego ao banheiro e faço o que tinha que fazer, lavo as mãos e saio em direção á onde Dean estava me esperando.

- Pensei que você nunca iria ficar sozinha - eu assusto e me viro, vendo aquele cara que eu tinha beijado - Vamos para minha casa.

- Olha, me desculpa, eu estava bêbada - dou um passo para trás - Ainda estou, na verdade, mas eu não quero ir para a sua casa.

Ele sorri e passa suas mãos sobre meus ombros, depois coloca no meu pescoço e antes que eu perceba, ele está me enforcando. Eu tento chutá-lo, ou machucá-lo de qualquer outro jeito, mas não consigo. Todo o ar foge de meus pulmões e minha visão escurece, a única coisa que escuto antes de apagar completamente é "Eu não estava perguntando".


-------------------------------------------------------------------


InsanityOnde histórias criam vida. Descubra agora