Eu viro aquele copo, depois mais um e outro, mais uns quatro, na verdade eu não faço a mínima ideia. Agora eu estava no meio de uma pista de dança, pulando, segurando uma garrafa de vodka nas mãos. A única coisa que sentia era uma neblina em meus pensamentos, eu não sentia nada e estava completamente feliz com isso, eu não via auras, não lia pensamentos e podia encostar em qualquer pessoas ali. O álcool cortava meus poderes, eu acho. Eu era uma garota normal, normal e bêbada.
Sinto alguém pegar na minha cintura, não sei quem é, mas continuo dançando. Levanto a garrafa e bebo mais um pouco, minha garganta arde, mas de tantas vezes eu já estava acostumada. Me viro em direção a quem está segurando minha cintura e vejo um cara, alto e loiro, muito bonito.
- Você deveria parar de beber - ele sugere - Acho que já bebeu o bastante.
- Ah, cale a boca - digo e pego no colarinho de sua camisa, o puxando mais para frente e o beijando.
Não sei quanto tempo ficamos no beijando, mas só quando sinto ele sendo puxado de mim, consigo abrir os olhos. A fumaça de gelo seco dificultava a minha visão e eu não conseguia ver o que exatamente havia acontecido, até que Dean aparece na minha frente e pega a garrafa de minhas mãos.
- Já chega disso aqui por hoje - ele simplesmente diz e coloca a garrafa em cima de uma mesinha.
- Idiota - exclamo - Me devolve, agora.
- Não.
- Sou eu que tenho poderes aqui, lembra?
- Não me importo - ele deu de ombros e pegou no meu braço, me puxando - Por que você está aqui se embebedando?
- Eu não sinto - a música estava alta, por isso tive que gritar - Eu não sinto nada Dean, nada. Me sinto normal.
- Tirando o fato que pessoas normais não vão em bares em uma avenida sozinhas e ficam bêbadas.
Eu paro e puxo meu braço fortemente, fazendo-o se virar para mim. Eu não sei exatamente o que eu estou pensando, nem sei se estou pensando, mas a próxima coisa que faço é puxá-lo e beijá-lo. Não foi um beijo calmo, como eu esperava, foi rápido. E ele não se afastou na hora, só se afastou depois de ter me beijado de volta.
- É - ele riu - Você está completamente bêbada.
- Não estou não - cruzo os braços - Pensei que você quisesse me beijar também.
- Eu não quis dizer que não queria, só quis dizer...
- Então, basicamente você está dizendo que queria me beijar.
- Não, só estava tentando dizer que você nunca faria isso se estivesse sóbria, também estou tentando dizer que você não vai se lembrar disso amanhã - ele dá de ombros e me puxa - Agora vamos embora.
- Espera - exclamo - Preciso ir no banheiro.
Ele franze o cenho e exita, mas me solta e diz para mim voltar logo. Saio correndo entre as pessoas, tropeçando em meus próprios pés. Chego ao banheiro e faço o que tinha que fazer, lavo as mãos e saio em direção á onde Dean estava me esperando.
- Pensei que você nunca iria ficar sozinha - eu assusto e me viro, vendo aquele cara que eu tinha beijado - Vamos para minha casa.
- Olha, me desculpa, eu estava bêbada - dou um passo para trás - Ainda estou, na verdade, mas eu não quero ir para a sua casa.
Ele sorri e passa suas mãos sobre meus ombros, depois coloca no meu pescoço e antes que eu perceba, ele está me enforcando. Eu tento chutá-lo, ou machucá-lo de qualquer outro jeito, mas não consigo. Todo o ar foge de meus pulmões e minha visão escurece, a única coisa que escuto antes de apagar completamente é "Eu não estava perguntando".
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Insanity
FanfictionQual a possibilidade de dizer para as pessoas que você consegue ver auras, ler pensamentos, saber tudo sobre alguém apenas com um toque, ter sonhos que muitas vezes se realizam, ter visões pré-apocalípticas e elas levarem numa boa? Bom, nenhuma. Fan...