Insanity

Capítulo 4

Eu nunca tinha visto um anjo pessoalmente - só pela mente de outras pessoas - e posso dizer que fique desapontada ao perceber que não podia ler seus pensamento. A aura de um anjo é completamente branca e brilhante - não muda de cor conforme seus sentimentos, se é que anjos tem sentimentos -, assim como a aura de um demônio é preta e fosca. Ele ficou ali, parado, me encarando com seus olhos azuis por longos minutos, até que se virou rapidamente para Dean.

- O que vocês acham que ela é? - ele pergunta, sua cabeça ligeiramente inclinada para o lado e o cenho franzido.

Dean respondeu rapidamente "anjo",  Sam respondeu "profeta", ao mesmo tempo que eu respondi "um ser humano". Os dois se viraram e se encararam, confusos, por alguns segundos e depois olharam novamente para Castiel.

- Não - ele balançou a cabeça de um lado para o outro, negando - Ela não pode ser uma profeta, Metatron "virou o interruptor" no céu e impediu a continuação de profetas. Depois de Kevin é impossível ter mais algum profeta.

- Meta- o que? Um transformer? - perguntei, confusa.

- Viu - exclamou Dean - Eu disse que parecia o nome de um transformer.

- Não Megatron e sim Metatron - Sam suspirou exasperadamente - Ele era o escriba de Deus.

Eu o encarei, com os olhos arregalados, ele apenas deu de ombros e olhou para  Castiel, que vinha na minha direção com as mãos estendidas. Antes de ele conseguir tocar em mim, recuo automaticamente. Se tocar em um humano era ruim, imagina em um anjo.

- Ela não gosta muito de contato físico - Dean disse, suspirando.

Castiel esticou suas mãos novamente, mas desta vez eu não recuei. Foi completamente diferente do que eu imaginava, tudo o que eu vi foi uma luz e senti como se aquele fosse o momento mais feliz da minha vida miserável, como se tudo estivesse bem. Mas quando ele tirou as mãos de mim, bom, foi como se eu tivesse caído de cara na realidade.

- De fato eu sinto a graça de Deus nela.

- Então, isso quer dizer que ela é um anjo?

- É improvável, mas não impossível.

Eles se encararam mais um pouco, e então começaram uma enorme discussão sobre eu ser ou não um anjo. Sam dizia que eu não era, enquanto Dean dizia que eu era e Castiel continuava quieto. Eles ficaram nisso, mais ou menos, a tarde inteira. Eu continuei sentada, com a cabeça apoiada em uma de minhas mãos.

- Tudo bem - exclamei - Vocês podem decidir outra hora se eu sou ou não um anjo, podem até tirar pedra papel ou tesoura. Mas eu não almocei e a menos que vocês queiram a ira de uma mulher que pode ser um anjo, acho melhor vocês arrumarem alguma coisa para mim jantar.

- Agora sim você está falando a minha língua - Disse Dean, deu meia volta na mesa, pegou o que parecia a chave de um carro e saiu.

- Onde ele foi? - perguntei.

- Comprar hambúrgueres.

- E torta - disse Castiel.

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