Capítulo 3

8.6K 793 50
                                    


Não aconteceu muita coisa desde a nossa saída do hospital psiquiátrico, eles meio que me trancaram em um quarto, dentro de o que parece ser um Bunker e só vieram me destrancar agora - 09:50 hrs.

Nesse exato momento eu estava sentada em uma cadeira, ao lado de uma enorme mesa - onde havia vários papéis jogados, dois notebooks e bastante lixo -, tomando um milk shake de chocolate e observando os dois rapazes andando de um lado para o outro, conversando tão rápido que parecia outra língua.

- Ok - exclamei - Vocês podem, por favor, me dizer o que está acontecendo?

- Achei que você saberia - Dean deu de ombros - Afinal, você é a única aqui que prevê o futuro.

- Eu não prevejo o futuro - revirei os olhos.

- Então como você sabia sobre nós? - perguntou Sam, se sentando ao meu lado - Como você sabia que tinha um demônio lá?

- Eu meio que consigo sentir - dou de ombros.

- Então, você é como um radar de demônios? - perguntou Dean, levemente animado.

- Mais ou menos - suspirei.

- Mas isso não explica como você sabia sobre Sam - falou Dean, calmamente, se encostando na parede - Ou sobre mim.

- Eu  te vi em meus sonhos - disse o encarando. Ainda não conseguia ver sua aura e aquilo me incomodava, como explicar que as únicas pessoas que eu não consigo ver a aura ou ler os pensamentos estavam mortas?

- É - deu de ombros - A maioria das mulheres dizem isso.

- Nos meus sonhos você não era tão idiota - apoiei minha cabeça sobre minhas mãos e continuei - Desde que tudo isso começou, eu só tive quatro sonhos. Um deles é que vocês iriam me tirar de lá.

- Então você basicamente prevê o futuro - exclamou Dean.

- Não - suspirei dramaticamente - Você não entendeu, todos esses quatros sonhos não são muito explicativos. É como imagens, eu vejo e quando acordo anoto em um caderno de desenhos que tenho. Nesse sonho que vocês me tiram de lá, eu só consegui ver uma porta, vocês e um relógio marcando 23 horas e 40 minutos.

Os dois irmãos se encararam, Dean se levantou e murmurou alguma coisa como "Vou chamar o Castiel" , enquanto Sam continuou me encarando. Clareei minha mente e foquei meu olhar nele, seus pensamentos estavam todos embaralhados, confusos, mas algumas palavras se destacavam - como por exemplo: "É, ela me parece como uma profeta"

- Uma profeta? - exclamei - Sério?

- Bom, é o melhor palpite, mas Dean ainda acha que você é um anjo - disse enquanto encarava seu irmão, que voltava com um celular na mão.

- Ele já está vindo.

- Espera, você disse um anjo? Isso foi um elogio?

- Sim - ele parou um pouco, confuso - Não, conhecemos uma garota chamada Anna, ela era um anjo que havia caído e perdido sua graça. Ela fazia algumas coisas parecidas com as que você faz.

- Eu não sou um profeta - soltei uma gargalhada - Muito menos um anjo.

Todos deram de ombros, Dean pegou uma cerveja e Sam continuou encarando o nada, pensando em como eu conseguiria ajudar.

- Ajudar com o que? - perguntei.

- Dá pra você parar com isso - ele exclamou.

- Parar com o que? - perguntei assustada, mas ai lembrei - Ah, claro.

- Por que você não faz nada disso com o Dean?

- Eu não consigo - me virei em direção a Dean novamente, o encarando, mas nada aconteceu - Vem aqui. Pegue minhas mãos.

- Opa - ele disse com um sorriso sarcástico, eu continuei com as mãos estendidas e com as sobrancelhas levantadas, ele exitou um pouco, mas depois caminhou em minha direção e esticou suas mãos para mim - Isso é só uma desculpa para você pegar nas minhas mãos.

Suspirei e fechei os olhos, clareei minha mente e peguei nas mãos dele. Primeiro eu senti aquele calor, o começo agradável que eu sempre sentia, depois esperei a onda de emoções... Mas nada aconteceu. Forcei mais meus olhos, me focando e apertei mais suas mãos, minha respiração ficou acelerada, a única coisa que sentia era uma formigamento agradável e uma sensação de conforto. Abri os olhos rapidamente, assustada.

- Eu... eu não entendo - falei rapidamente, uma palavra atropelando a outra - Nunca falhou, eu não entendo, o que você fez? O que você é?

- Calma aí garotinha - exclamou - As vezes você só não está conseguindo fazer sei lá o que você faz com suas mãozinhas mágicas.

- Mas nunca falhou!

Ele deu de ombros e recuou, sentando em uma cadeira que também estava lá. Ficamos em um silêncio desconfortável por alguns minutos, até finalmente o tal Castiel chegar.


--------------------------------------------------------------------------




InsanityOnde histórias criam vida. Descubra agora