Capítulo 16

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- O que diabos aconteceu? - Dean exclama.

- Não faço a mínima ideia - suspiro e esfrego minhas mãos contra meu rosto - Não era Deus, era Lúcifer.

- Lúcifer? - pergunta Sam, com os olhos arregalados.

- É - sinto um caroço se formar em minha garganta e fica difícil respirar - Podemos conversar depois? Me sinto cansada.

- Mas...

Antes que Dean possa acabar sua frase, minhas pernas ficam moles e minha visão fica turva, me sentia engasgada, sem conseguir respirar. Levo minhas mãos a minha garganta, que queima como se eu tivesse engolido fogo, meu estômago se revira e coloco as costas de minha mão sobre minha boca, me impedindo de vomitar ali. Fecho meus olhos, minha cabeça lateja e sinto como se eu não dormisse a dias, quando abro os olhos tudo fica num tom claro de vermelho, como quando se abre os olhos dentro da piscina, só que em vez de água, há sangue. Sinto um par de braços me segurarem antes que eu possa entrar em contato com o chão, levo minhas mãos até meus olhos, olho para as minhas mãos e sangue escorre da mesma.

- O que está acontecendo? - reúno todas as forças que me restam para fazer uma simples pergunta.

- Acho que você esgotou todas suas forças saindo de lá - diz Sam, a única coisa que vejo antes de apagar é a preocupação estampada em seu rosto.

Depois que apaguei, não sonhei, tudo ficou simplesmente escuro, foi tranquilo. Eu já havia acordado, mas não queria abrir os olhos, eu ainda sentia uma enorme dor de cabeça, mas eu já estava melhor. Depois de ficar um longo tempo assim, decido que já posso abrir os olhos. Esfrego meus olhos e olho por todo o quarto, Sam está sentado em uma cadeira, nada confortável, ao meu lado.

- Que horas são? - resmungo e cubro minha cabeça com o travesseiro.

- Meio dia.

- Eu dormi um dia inteiro?

- Quatro dias, Sarah - ele suspira e se afunda na cadeira - Você dormiu por quatro dias.

- Quatro dias? - exclamo e me levanto.

- Você poderia ter morrido lá, ficamos preocupados - ele estava sério enquanto falava, mas depois deu um sorriso de lado - Principalmente Dean.

- O que? Por que? - ele deu de ombros, com um enorme sorriso em seu rosto, foco meu olhar nele, lendo seus pensamentos, era algo como ele estar afim de... - Não. Você está enganado.

- Não leia os meus pensamentos, Parker - ele ri e se levanta - Vou avisa-lo que você acordou.

- Não - exclamo e jogo o travesseiro nele - Volte aqui!

Ele continua rindo enquanto daí do quarto e fecha a porta, suspiro e deito na cama, olhando para o teto e com um sorriso bobo dançando em meu rosto. Será que é verdade? Eu perceberia, certo? Não que isso importe, não pode importar, não podemos.

 Me sinto estranha ao perceber que eu desejava que nós pudéssemos.


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