You Really Got Me- Larry Stylinson

39

Louis POV

Eu estava parado no mesmo lugar, olhando para os olhos incrédulos do meu pai. Nada mais podia ser ouvido após eu mandar o Harry sair, embora eu soubesse que Eleanor continuava chorando.

Eu não estava com uma sensação normal de nervosismo. Minhas mãos suavam como nunca em toda a minha vida, e eu já não sentia minhas pernas. Meu coração não pulsava normalmente, ele batia mais rápido do que seria natural. E aquela sensação de que o coração vai sair pela sua boca, como geralmente é dito, não acontecia, no lugar, eu imaginava que ele poderia saltar caixa torácica afora, tamanha era a rapidez e a força que batia.

Eu teria um ataque cardíaco a qualquer minuto.

Desviei os olhos, parando de encara-lo, pois já não havia toda aquela coragem, e virei para a escada. Lá, parada no penúltimo degrau de baixo para cima, estava minha mãe; ela tinha uma das mãos contra os lábios, e me olhava com pena. Retirou a mão de seu rosto, suspirando. "Está tudo bem, amor", ela apenas moveu os lábios, nenhuma palavra proferida.

Virei novamente para os senhores na sala de estar, e John se pôs em pé. Estendeu a mão para Eleanor e a mesma aceitou, levantando-se também. Ainda chorava, e única coisa que podia me fazer mexer algum musculo do meu corpo naquele momento era a vontade de socar a cara da Calder; mas acho que não seria uma boa ideia.

- Acho que você e seu filho precisam conversar, Mark. – John disse, arrumando o terno. – E talvez, você e sua empregada também.

- Você tem razão. – Meu pai concordou. – Se você puder, então, nos dar licença. – Ele estendeu a mão na direção da porta, e começou a caminhar em direção à mesma.

John e Eleanor seguiram meu pai. John repousava a mão em um dos ombros de Eleanor, como se quisesse protege-la. Meu pai abriu a porta, e virou-se para John antes do mesmo sair.

- Eu espero que este problema entre Louis e Eleanor não interfira em nossos negócios na empresa, John. – Meu pai falou, e naquele momento eu abaixei a cabeça, sentindo meu sangue ferver.

Como ele podia se preocupar com a empresa naquele momento?

- O relacionamento de Louis e Eleanor nunca se relacionou com a empresa, Mark. Eu apenas queria Eleanor com um bom menino, e me enganei com Louis. – John olhava sério para meu pai, que suspirou nervoso. – Eu acho que o senhor deveria começar a se importar mais com o que acontece na sua casa, com seus filhos, do que o que acontece fora dela. E cuidado com sua empregada, ela pode ter uma filha também, e você tem quatro. – John terminou, saindo de casa.

Eleanor me deu um último olhar antes de sair porta afora. Ela limpou o rosto com as costas de uma das mãos e sorriu. E aquele sorriso foi o mais cínico que eu já havia visto.

Meu pai fechou a porta e encostou a testa sobre a madeira escura da mesma. Ele bateu a cabeça levemente duas vezes naquela superfície, e eu fiquei apenas observando-o. Ele virou para mim e desabotoou os dois primeiros botões da camisa branca que ele usava sob o casaco de inverno.

- Vamos para o escritório, Louis. – Ele falou, seguindo para o corredor ao lado da escada, nem olhou para o meu rosto.

Engoli seco e acompanhei-o, ainda de cabeça baixa.

- Louis. – Ouvi minha mãe falar, e virei o rosto para ela. – Eu te amo. Vai ficar tudo bem. – Ela completou, e eu sorri, mas não era verdadeiro.

Porque eu realmente não acredito que vai ficar tudo bem.

Nem ao menos sei como consegui chegar ao escritório com minhas pernas trêmulas. Meu pai já estava sentado à mesa, e apontou para a cadeira à sua frente. Sentei-me onde ele mandou, e ainda não conseguia fita-lo.