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DUAS SEMANAS DEPOIS

Sexta-feira; 17hrs11min.

Louis POV

– Vocês vão mesmo? Porque não ficam em casa? Londres é um ótimo lugar para passar férias, todo mundo vem pra cá. – Falei, deitando na cama dos meus pais enquanto minha mãe terminava de arrumar suas malas.

– Boo, as pessoas que não moram em Londres passam as férias aqui. – Me olhou risonha. – Eu sinto muito meu amor, mas a mamãe e o papai querem ficar longe dessa loucura que é nossas vidas por alguns dias. Tente entender, nós precisamos de uma folga desse mundo louco que vivemos. Você ainda vai ter muitas chances para viajar, você é tão novo ainda.

– Mãe, vocês não entendem. – Falei, sentando na cama com as pernas cruzadas como um índio. – A questão não é viajar para outro lugar, a questão é ficar longe de vocês. Vocês estão me excluindo! Me deixando para trás! Isso é cruel! – Fiz bico.

– Filho, nos perdoe, por favor. – Ela largou seus vestidos de praia e sentou-se na cama à minha frente. – Eu queria muito te levar junto, mas você sabe que não tem como. Com as suas notas, se você ficar fora por duas semanas, tem chances de você repetir o ano. E isso não seria bom para entrar em uma faculdade, você sabe.

– Foda-se a faculdade. – Falei emburrado.

– Olha a boca, Louis. – Repreendeu-me.

– Desculpa... – Girei os olhos.

Ela sorriu doce e passou a mão nos meus cabelos, levantando-se e voltando a arrumar as roupas. Frustrado, eu me joguei na cama, encarando o teto gigante do quarto. Alguns minutos se passaram e minha mãe continuava a colocar metade do armário dela dentro das malas, e eu suspirei, tomando coragem para perguntar uma coisa que vinha me incomodando há dias.

– Mãe, existe amor à primeira vista? – Perguntei e encarei-a, e ela devolveu o olhar confuso. – Tipo, um mês e pouco?

– Um mês não é à primeira vista, querido. – Riu. – Mas eu acredito que sim. O amor não é algo racional, logo não tem uma medida de tempo, intensidade ou algo assim.

– Eu não sei mãe... – Cocei a cabeça, confuso. - Eu não consigo entender!

– Lou, o amor não se entende, apenas se sente. – Sorriu doce. – Mas então, quem é a sortuda? Presumo que não seja a Eleanor, já que vocês estão juntos há quase um ano, e você disse um mês.

– É... É uma pessoa aí, mas isso não interessa. – Balancei minha mão, mostrando que essa parte do assunto podia ser esquecida. – Sabe, eu não gosto desse tipo de coisa, essas coisas que a gente não pode entender.

– Qual seria a magia do amor se você pudesse entender?

– Mãe, pare de falar como se isso fosse um filme da Disney. – Revirei os olhos, e ela deu uma risada divertida.

– Okay... Então vamos dizer que quando você parar de querer entender com o cérebro, você vai entender com o coração. – Piscou, sorrindo sapeca.

– Oh Deus, que pessoa romântica! – Ri fraco. - Eu tenho outra pergunta: tem como confundir os amores? Sabe, confundir amizade com paixão, digamos assim? – Perguntei.

– Com certeza! E digo por experiência própria! Eu conheço o seu pai desde criança, e sempre que eu o via com outra garota, eu me mordia de ciúmes, mas achava isso normal, afinal amigos também sentem ciúme. Mas no dia do meu aniversário de dezessete anos, quando ele me beijou, ah filho, foi mágico! Eu soube naquele momento que eu tinha confundido o meu amor todos aqueles anos. – Sorriu largo, como se lembrasse da cena, e eu sorri pela felicidade dela.

You Really Got Me- Larry StylinsonWhere stories live. Discover now