Imperatrix

Exame de Rotina

_ Tem certeza Rafael?

_ Simples, entrar, colocar a escuta e sair. Sem armas, sem violência.

_ Mas...

_ Esse é sempre o primeiro teste, colocar uma escuta ou fazer uma sondagem, um desafio sem violência, sem ser descoberto.

_ Eu não sei se estou pronta.

_ Está. Você conquistou o direito de estar aqui.

_ Eu era mais segura antes...

_ Antes de que Nadia?

_ De você me treinar. Eu ignorava que sabia tão pouco.

Rafael ri e abre a porta do carro. Ela sai.

_ Nadia!

Ela volta e olha para ele, por dentro da janela.

_ Seja você mesma.

Ela acena a cabeça e sai do carro, anda duas ruas e toca o interfone de uma casa.

_ Doutora Eneá? Sou sua paciente das duas.

Dois dias antes...

_ Não vamos chegar nunca.

_ Estamos indo para algum lugar Nadia?

Nadia segue Rafael pela mata, seus pés estão cheios de bolha e as costas a estão matando por causa da mochila pesada, cheia de itens de sobrevivência que carrega. 

Estão dentro da mata a três dias, sem comida. Comem o que encontram pelo caminho, Nadia caça para os dois, quando ela não encontra nada, ficam com fome. Rafael diz que não se importa.

_ Não estamos? Pensei que estava me levando pra um lugar assim, meio que sagrado pra continuar meu treinamento.

Rafael solta uma risada.

_ Lugares assim existem Nádia, mas cinco minutos de meditação vão fazer mais efeito que ir despreparado a um local desses. Estamos chegando.

_ Então estamos indo mesmo a algum lugar?

_ Estamos.

Eles saem um pouco da floresta, estão num descampado, no alto de um morro, Nádia não acredita, lá embaixo está o sitio de Rafael, devem ser apenas 40 minutos de caminhada.

_ Estamos andando em circulos todo esse tempo?

_ Estamos. Esse local é sagrado para mim Nadia. Eu e Mariana fazemos muitas caminhadas pela mata. Aqui é um dos locais preferidos dela. A Valentina deve ter sido feita aqui.

_ Ai meu Deus! Eu não precisava saber disso! Vão colocar esse nome mesmo na menina?

_ Era o nome da bisavó da Mariana. Escolha minha.

"Parece nome de bisavó mesmo" pensa Nadia.

Rafael tirou a mochila e a deixou no chão, e tirou a camisa. Nadia se contraiu, tomou uma posição defensiva.

_ Ainda não confia em mim? Um dia Nadia, vai ter que aprender a confiar nas pessoas. Qualquer uma.

Ela baixa a cabeça.

_ Porque não tem ligado pra sua Mãe?

_ Eu...

_ Você já é uma Occisor, elas, sua mãe e sua filha estão seguras, mais seguras do que eu e minha familia estamos por estar te ajudando Nadia.Você tem que curar suas feridas, ou elas vão abrir quando você menos esperar.