Imperatrix

Encontro de família

Cecilia esta sentada nume pequena praça, numa cidade no interior do japão, perdida em seus pensamento, enquanto olha algumas meninas com uniforme escolar, pouco mais novas que ela, sentadas, conversando em outro banco.

_ A Imperatrix do mundo está pensando no passado?

Olha para frente, uma cigana muito velha, de rosto enrugado e corpo curvado esta a sua frente.

_ Não tia. Pensando no que eu perdi.

A cigana da uma risada e senta-se ao seu lado, quando senta, é uma menina, um pouco mais nova que Cecilia.

_ Nunca te vi tão nova tia.

_ É a alegria do casamento.

Cecilia sorri.

_ Como está meu avô?

_ Maravilhosamente bem na cama.

_ Tia, se falar isso de novo eu vou vomitar!

Karen da uma gargalhada.

_ Se soubessem o que a senhora do mundo oculto e a cigana conversam...

_ Ai tia... Como tenho saudade de vocês. Tem visto o Veúrr?

_ Falei com ele tem alguns minutos.

_ Ele mandou algum recado pra mim?

_ Nada que uma pessoa educada possa repetir.

_ Será que algum dia ele vai aceitar me ver de novo?

_ Vai sim, você sabe aonde ele mora. Vai visitá-lo.

_ Não tenho coragem.

_ Pinta o cabelo de vermelho. Ele não consegue ficar zangado com uma ruiva.

_ Verdade?

Karen olha Cecilia com seus profundos olhos verdes e num instante está completamente Ruiva.

_ Porque acha que ele me recebeu?

_ Esse sim é um dom que eu queria ter.

_ Um disfarce Lili. Uma imortal precisa aprender coisas assim.

_ Esse dom vem com a imortalidade?

_ Não, eu só aprendi muitos anos depois, quando conheci sua tia Cristina.

_ Tia Cristina? Ela que foi amante do meu avô, uma Imortal também?

_ Foi amante de seu avô e era Imortal.

A Imperatrix fica um tempo quieta, depois pergunta:

_ Kaká era a reencarnação dela?

_ Isso você vai ter que perguntar pra ela.

_ Ela está morta Tia.

_ Morte é apenas uma transformação. E a Kaká transmutou o corpo. Isso é um tipo muito especial de morte.

_ Ela não falaria comigo... Mesmo que pudesse.

_ Você não sente ela perto de você?

_ Sinto... As vezes falo com ela. Mas é minha imaginação. O poder está me deixando louca.

Karen deu um sorriso.

_ Você pode falar com quem se foi Lili, qualquer um pode, e você não é qualquer pessoa, é a Imperatrix. Por falar nisso, porque veio ao Japão?

_ Vim falar com o Kendo.

_ Porque?

_ Ele e o Chern são os unicos que ainda tem um exercito.

_ Dois loucos Lili. Você não precisa se envolver com outros imortais. Você precisa de uma ajuda mais poderosa.

Cecilia se recostou na cadeira.

_ Illuminatis?

_ Precisa deles Lili. Tome.

_ Que papel é esse?

_ O endereço de um deles. Ele vai fazer um acordo com você. Esse admite que a Ordem negra tenha mais um tempo para provar o seu valor.

_ Não sei. Eu não sou unanimidade dentro da Ordem Negra, e a Emily não tem o apoio que eu esperava da Sociedade da sacerdotisa. Do jeito que as coisas caminham talvez meu reinado seja muito curto.

_ Quer se tornar uma imortal?

_ Nunca tia. Eu já fui Imortal, numa outra vida?

_ Não sei Lili, mas acredito que já foi namorada de um. Não vai gostar de lembrar.

Cecilia se lembrou que sua tia avó foi namorada de seu Tio, pai de kaká, um Imortal. Cecilia foi criada com ele, quase um pai tambem.

_ Hughh...

Karen soltou uma risada.

_ Certas coisas não devem ser lembradas sobrinha... Devo te chamar de neta agora?

_ Não! Sobrinha está bem melhor.

_ Esqueça Kendo, vá se encontrar com o Illuminati. Se precisar de um exercito, sabe como criar um.

_ Sei sim tia. Isso tambem está me matando. São decisões em cima de decisões, uma pior do que a outra. Sabe o que eu sonhei hoje?

_ Quer me contar?

_ Eu estava em casa, com Emily, estavamos namorando, a casa foi invadida, traziam lanças, me enfiaram a lança sabe, lá!

_ Na buceta?

_ Que educação Tia! Foi! enfiaram na piriquita, e eu senti ela me rasgando, o sangue saindo, eu gritava, era horrível, senti ela entrar quase no estomago, mas não foi o suficiente pra eles, que riam da minha dor, dos meus gritos. Sabe o que eles fizeram?

_ Levaram você para fora, para o jardim.

_ Isso tia! Tinha um buraco, enterram a ponta da lança nele, e me ergueram! Eu tentava com meus braços sair da lança, erguer o corpo, mas eles estavam trazendo a Emily também, e a puseram do meu lado, nos duas ficamos assim, erguidas uma ao lado da outra! O sonho não acabava, toda vez que a dor diminuía, eles puxavam minhas pernas pra baixo, a lança entrava mais um pouco, o sol se punha e se levantava e eu ainda estava viva tia! Como sabia?

_ Eu vi esse futuro nas cartas... Mas tem mais coisas que você não está me contando.

_ Quando eu finalmente morri eu comecei a subir, subi acima de tudo isso, e via uma fileira longa de lanças, Nadia, Rafael, Carmem, Mariana, até a bebezinha da Mariana espetaram numa lança!

_ São perigos do seu cargo. Você tem como evitar esse futuro.

_ Muito arriscado Tia Karen, Nadia é boa, se ela concluir a vingança dela eu estou salva.

_ Vai contar só com isso?

_ Infelizmente não posso. Vou criar meu exercito. Ia pedir ajuda ao Kendo, mas vou criar meu proprio exercito.

Karen olha profundamente para Cecilia. Impossível dizer se aprova ou não.

_ E vou procurar o Illuminati.

_ Uma decisão sábia meu amor.

_ Uma que eu não gostaria de ter tomado.

_ Coisas do seu cargo Lili, tomar decisões que não gosta. Preciso ir embora. Algum recado para seu avô?

_ Que ele lembre a idade que tem e não tenha um infarto do seu lado.

Karen sorri e se levanta, mas Lili a segura pela mão.

_ Algum conselho tia?

_ Sele o acordo de forma tradicional. Você sabe o que eu estou dizendo.