Imortais

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                Eram dez horas e Ingrid já esperava Beatriz, estava sentada na praça de alimentação, vazia a essa hora, tinham bastante privacidade.

_ Tem noticias dele, do meu sobrinho?

Bia riu para si mesma, mesmo com ela, Ingrid continuava a farsa. O garoto era filho do marido de Ingrid com Antonia! Fruto da troca de casais que eles faziam, uma gravidez consciente e incentivada por Ingrid.

_ Ingrid, quando me falou que daria sua vida por ele, estava falando sério ?

_ Estava.

_ Não quer repensar isso ?

_ Não.

_ De nenhuma forma ?

_ Não.

_ E se eu disser que seu destino será horrível, e, que mesmo que sobreviva, irá preferir estar morta?

_ Me leve agora.

_ Consegui trocar você e Antônia pelo garoto.

Ingrid ficou quieta.

_ Acha que ela não aceitaria ? Ela é a mãe do garoto!

_ Claro que aceitaria ! Pode levar até todos nós ! O preço do meu descaso foi alto.

O marido dela fez um acordo com o "homem do saco", um psicopata. Como Ingrid não cumpriu a parte dela no acordo, ele levou o menino.

_ Olhe, eu precisava só dessa confirmação, vou tentar uma outra solução, mas, se não tiver jeito, tome esse endereço, preciso de vocês duas lá manhã as nove.

_ Estaremos lá.

_ Vá se despedir de todos que ama Ingrid, aproveite bem seu dia. Se pensar em alguma besteira tipo levar policia, algo assim, vocês todos vão se tornar exemplo.

Ingrid se foi chorando, Bia agora estava com o coração apertado, valeria a pena viver a qualquer preço, isso era vida ? Precisava espairecer, resolveu andar.

Ia passar o resto da vida intermediando acordos daquele tipo? Salvaria um garoto de um psicopata condenando a mãe dele e a "tia" a passarem uma inesquecível estadia com outro doido, um sádico, um tarado, um monstro... O Cordial!

Estaria se tornando um deles?

Parou em frente a uma loja de bolsas, ali estava ela, custava oito mil reais, uma bolsa linda que deixara Bia apaixonada desde que a vira nas mãos de uma modelo, numa festa badalada. Agora tinha dinheiro para comprá-la, mas, não parecia tão grande coisa.

_ Deveria comprá-la.

Um senhor estava parado ao seu lado, era simpático, em um outro dia, Bia até teria lhe dado atenção, mas, realmente não estava com espirito para isso.

Beatriz sorriu e foi saindo, mas ele pegou ela pela mão, entrou na loja e disse :

_ Por favor, essa simpática menina quer ver aquela bolsa.

Logo, a vendedora trouxe a bolsa, Beatriz a olhou, ele conversava com a vendedora sobre a coleção de outono, Beatriz se olhou no espelho com a bolsa, realmente, ficava ótima. Decidiu levar.

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