Fuga

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                Beatriz estava ficando apavorada, haviam parado no pé de um morro, não sabia bem aonde estavam, mas tinha uma comunidade, uma favela próxima, podia ver, aquela rua era o tipo de rua que não se entrava no Rio de janeiro, aliais, em cidade nenhuma. Rua  deserta, algumas casas aparentemente abandonadas próximas, sem nenhuma outra construção e, ao que parece, uma entrada de uma comunidade, que ela podia ver dali.

Pararam e os cinco ficaram conversando um pouco afastados, Beatriz tentava ouvir, mas o que ouviu não era animador :

_ Quinhentos mil, fora o que a pegarmos dela ? Sem chance ! É muito arriscado, vai que ela é filha de alguém !

_ Logico que ela é filha de alguém seu cretino, acha que ela nasceu de chocadeira ?

_ De alguém importante demente !

_ E quem vai saber ? Vamos por ela num microondas !

Beatriz sabia o que era um "microondas" era enrolar a pessoa em pneus e atear fogo.

_ Nada, vocês sabem o que nós temos que fazer.

Os outros riram, mas um falou :

_ Não, isso não, eu tenho uma filha da idade dela. Chega da outra vez.

Voce fica na sua então Rodrigues, deixa conosco.

Os quatro foram até o camburão, e tiraram Bia de trás.

_ Olha, eu posso pagar muito mais do que eles, juro !

Levou um tapa na boca.

Os quatro abaixaram as calças, e um deles, o mais forte, segurou Bia no camburão, puxando suas pernas para fora, os outros colocavam camisinhas, um deles tirou o cintos, os documentos e a arma e pôs ao lado do camburão.

_ A gente precisa acabar com você menina, por isso vamos te estuprar e te matar, para parecer que foram os traficantes que te pegaram. A gente mesmo vai chamar o IML daqui a uns dias.

_ É, pode deixar que tua família vai ter teu corpo de volta, você vai ter um enterro. A gente só vai se divertir um pouquinho antes.

Beatriz tentou fugir, mas Cardoso, o que a estava segurando, era mais forte, muito mais forte, ele a jogou de novo dentro da caçamba, Beatriz ficou imóvel.

Ele tirou o tênis que Bia usava, e as meias, e ficou um tempo lambendo seus pés e suas solas, mas seus amigos o estavam apressando, então ele abriu a calça de Bia, a tirou, e tirou sua calcinha, foi quando ficou surpreso e se virou para os demais :

_ Pessoal ! Eu nunca vi isso, ela é toda depilada ! parece garota de playboy, playboy americana ! olhem só !

Nessa hora Beatriz se encheu de coragem, aproveitou que ele estava virado para o lado e dobrou as pernas para a barriga, pegou impulso e chutou com o fundo do pé o gogó de Cardoso, tinha aprendido isso em um curso de defesa pessoal.

Cardoso arregalou os olhos e tentou gritar, soltou Beatriz e deu dois passos para trás, mas não tinha equilíbrio, e caiu no chão.

Os outros três foram acudi-lo, mas ele não conseguia respirar, parecia estar sufocando, estava morrendo, não havia o que eles pudessem fazer. Levou menos de dois minutos, mas Beatriz aproveitou o susto deles para pular para o chão e sair correndo pela estrada, na direção das casas abandonadas, os policiais vestiram as calças e corriam atrás dela.

Ela entrou em uma das casas, a porta estava aberta, havia uma família lá dentro, uma mulher e seis crianças, eles viraram o rosto, Beatriz abriu outra porta e saiu para outra das casas, abriu a porta, estava vazia. Ouvia os policiais vindo, como eles foram se vestir, demoraram um pouco, ela ganhou distancia, mas estava algemada, o que era uma desvantagem enorme, principalmente para abrir portas.

A casa que entrou tinha um segundo andar, subiu, tudo estava podre e cheio de mofo, as paredes sujas, havia ate cocô pelos cantos. Num dos quartos, havia um colchão, alguém usava aquele lugar imundo de motel, a julgar por como o colchão estava manchado. O colchão Era a unica coisa "limpa" do local.

Entrou em outro dos quartos, havia uma comoda velha, e um amontoado de trapos, parecia um monte de lixo. Ela ouviu os policiais subindo, por isso se meteu no meio dos trapos.

Ouvia os policiais chegando, sentia também sua pele ser picada de pulga, sentia coceiras pelo corpo todo, nunca, jamais ficaria limpa de novo, nem com todos os banhos do mundo, pensava isso, mas, sabia que só estava evitando pensar no próprio fim.

Os policiais a mandavam sair, gritavam que seria pior ela se esconder, "como pior ? Iam me estuprar e me matar, e agora que eu matei um deles, o que vão fazer comigo ?"

Sentia eles mais perto, pelas vozes, um deles entrou no quarto.

Sentiu pelos nas suas pernas, e patinhas, eles subiam por suas coxas e andavam pela sua barriga, o policial olhou a comoda, mas nem mexeu nos trapos.

_ Ela está ai Rodrigues ?

_ Não, aqui só tem uma comoda e uns trapos.

_ Revirou os trapos ?

_ Não ! Abri a comoda, mas ali tá tudo podre.

_ Vamos continuar procurando.

_ Ok.

Beatriz os esperou sair do quarto e rolou pelo chão, os ratos correram, mas algumas baratas pareciam não querer sair, Beatriz se esfregou o máximo que pode e foi espiar pela janela, parecia que eles haviam sumido, desceu devagar as escadas, não tinha muito tempo, olhou o relógio, já eram sete horas, logo Hanna voltaria a caçá-la, precisava fugir e se encontrar com Ingrid e Antonia, Precisava se encontrar com o Cordial pois agora poderia negociar com ele.

Parecia que eles tinham ido embora, olhou da porta e viu que perto do camburão estava só um dos policiais, guardando o corpo do oficial Cardoso.

"Posso ir até lá e tentar pegar minha scooter" pensou Bia. "Posso furar o pneu da viatura... Mas teria que achar a chave das algemas primeiro." Beatriz pensava nas suas possibilidades. "Mas o melhor é me embrenhar pelo mato e fugir. Mas sou uma mulher pelada da cintura para baixo, algemada, e correndo sozinha no mato... não, não é uma boa ideia... Posso ir até a comunidade... Também não é uma boa ideia."

Beatriz pensava isso quando sentiu uma mão forte agarrá-la pelos cabelos, ela estava gritando e tentando lutar, mas o policial a agarrava pelos cabelos e a levava quarto acima gritando :

_ Achei ! Não disse que ela estava escondida em uma das casas ? Venham !

Lopes a jogou no colchão imundo do quarto, segurou-lhe as pernas e algemou seus tornozelos. Bia agora estava com mãos e pernas algemadas. Ele rasgou a blusa dela e começou a morder seus seios, ela gritava e deu-lhe uma mordida na cabeça. Ele levantou e deu-lhe um chute na boca do estomago. Bia se dobrou e ficou no colchão.

Lopes tirou o cassetete, se agachou e disse :

_ Sua arrombada, ele era meu amigo desde que entrei pra força! Sabe quantas vezes ele salvou minha vida? Aquele cara era um herói! Vou te foder com o cacetete até não poder mais, depois vamos fazer a festa contigo piranha, te prometo, o dia de hoje é teu !

Logo chegaram os outros, todos dessa vez, pareciam muito irritados, foram tirando as calças e colocando as camisinhas, um deles segurou os cabelos de beatriz e a segurou de costas, o outro, as pernas, Lopes brincava com o cacetete pelas costas de Beatriz, ameaçando envia-lo, enquanto Bia gritava e chorava.

Estava perdida.

ImperatrixOnde histórias criam vida. Descubra agora