Paris

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_ Parabéns Nadia, agora é uma occisor de verdade.

_ Não fale comigo

Estão num carro alugado, voltando para a fazenda.Rafael dirige.

_ Todo teste final é num esgoto.

_ Quatro dias Rafael! Quatro dias dentro da merda antes de descobrir que era uma brincadeira sem graça de vocês!

_ Eu fiquei seis.

Os dois sorriem.

_ Tem certeza que tomou banho direito? O carro está fedendo.

_ Meu cabelo. Esse cheiro nunca vai sair?

Rafael sorri. Estava orgulhoso de Nadia, tinha feito seu ultimo teste enfrentando outros Occisor, passou com louvor, foi muito elogiada.

Por Tradição, depois que o novo occisor era aprovado e fazia seu ultimo serviço de matar alguém,  o que para muitos era a primeira vez,  eles se reuniam num sitio e mandavam o novo companheiro de profissão em uma missão de vigia.

Uma brincadeira, a posição designada era sempre o esgoto. 

Uma piada que o candidato levava dias para entender.

_ Não estou chateada com o esgoto, sei que foi brincadeira. Adorei de verdade, não ficar no esgoto, mas a festa que vocês fizeram depois. E a cerimonia foi incrível Rafael.

_ Já escolheu seu novo nome?

_Isso é obrigatório?

_ Não.

_ Seu nome é Rafael mesmo?

_ Não. Deblim.

_ Deblim?

_ Eu sempre detestei. E Rafael "pegou". O Arcanjo da cura e da morte.

_ Pegou porque é mais bonito que Deblim. Qualquer coisa é mais bonito que Deblim.

_ Foi escolhido para mim pelo Bispo da Ordem Negra.

_ O que sumiu?

_ Ele mesmo...

_ Como ele era?

_ Uma pessoa incrível. Parecia bobo, até inocente algumas vezes, mas tudo que ele fazia tinha segundas, terceiras, quartas intenções...

Nadia ficou quieta um tempo.

_ Preciso mesmo de um nome?

_ Só se você quiser. E Nádia já é conhecido e temido. Eu não trocaria.

Nadia concordou com a cabeça, depois de um silêncio Rafael disse:

_ Não se preocupe, você ainda vai achar o pai da Helena.

_ Ainda faltam mais três.

Antes da formatura, Nadia matou mais um de sua lista. 

Um que deu muito trabalho.

Os últimos eram poderosos e cercados de seguranças. Achou que não conseguiria matar esse ultimo em alguns momento.

Olhou com orgulho a tatuagem de um forte quebrado, no seu tornozelo esquerdo. Mereceu cada pedaço dela. Sorriu para si mesma, olhou para seu amigo e disse:

_ Eu só espero Rafael, que o pai dela não seja o Pascal.

_ Ia ser estranho. Mas ela não tem nada a ver com ele, nem do rosto, nem do jeito, nem se parece com nenhum dos filhos dele.

Hanna concordou com a cabeça, estavam chegando na fazenda. Estacionaram,  Nadia sai do carro e Helena veio correndo abraçá-la

_ Mãe!

_ Oi filha. Pronta pra Paris?

_ Valentina pode ir comigo?

_ Eu... Não sei...

Mariana chegou, beijou Rafael e disse:

_ Claro que pode. Acho que eu vou junto. Quatro mulheres em paris.

_ Meu amor, mas Valentina ainda nem fala direito. Paris?

Valentina vem correndo de longe, abraça Rafael e fala no ouvido dele.

_ Pai, Te amo Pai, tava com saudades.

_ Nossa filha!

_ Viu amor? O que eu disse?

_ Pra mim não me preocupar. Mariana, Nádia quer curtir a filha!

Valentina continuava abraçada com Rafael.

_ Eu vou adorar Rafael, adoro Mariana e quero uns dias de mulherzinha depois desse trabalho.

_ Filha, quer ir pra longe do Papai?

_ Eu quero ficar perto da Lena Papai.

_ Está decidido Rafael, vou levar a Mari, a Val e a Lena pra Paris. Todo mundo merece uma folga de vez enquanto.

ImperatrixOnde histórias criam vida. Descubra agora