"Virei Groupie!"Leonora olha o jovem cantor deitado na cama. Pega o celular e tira uma foto, depois se abraça em seu peito e tira outra fazendo uma careta e um sinal de "pequenininho" com a outra mão.
A foto mostra tudo do jovem vocalista, tira outro comparando o tamanho do pinto dele com uma moeda, chega a moeda perto da câmera, para que pareça bem pequeno.
"Pronto, se você filmou nossa transa, eu libero isso na internet. Valeu Helen Barbera!"
Começa a rir de si mesma. Se levanta, veste apenas sua blusa, vai até a janela do hotel, olha a cidade, adora andares altos. Solta um grito:
_ Acordei na cama errada!
Esse é o nome do blog da Helen Barbera. Chegou nele por acaso, estava muito mal.
Depois que sua mãe morreu, ficou perdida. Não sabia bem o que fazer, até sua melhor amiga na internet, a Jose Sato sumiu, foi uns dias, mais sumiu.
Estava triste, sem rumo, seu pai arrasado.
Ligou pra casa de uma amiga mas disseram que ela tinha saído com o namorado "vai até lá" disse a mãe dela, "eles vão adorar ver você".
Como foi ingênua.
Quando chegou sua amiga não estava, só o namorado, conhecia ele desde criança, entrou na casa, ficaram conversando e, foi uma daquelas coisas de momento, Leonora não sabe dizer o que foi, um gesto? Um olhar? Uma palavra?
Quando retomou o autocontrole tinha perdido a virgindade com seu amigo de infância, namorado de sua melhor amiga!
O pior é que o besta tinha que contar. Pior, contar ante dela confessar pra amiga.
Perdeu a amiga, o amigo e se tornou a vagabunda da escola, o que era totalmente injusto, nem namorado tinha!
Mas a Internet salvou sua vida.
Achou um blog chamado "acordei na cama errada" e mandou um e-mail com sua historia. Helen Barbera publicou e defendeu Leonora no seu blog, claro que tudo com nomes trocados.
O post recebeu milhares de comentários, defendendo e criticando Leonora. na verdade, Leka, seu pseudônimo. O post também recebeu comentários de pessoas defendendo o merdinha. Isso deixou Leonora puta.
Depois disso, resolveu experimentar o sexo melhor.
Helen defendia que uma pessoa um pouco mais velha era bom pra segunda vez. Helen tinha resposta pra tudo.
Um de seus professores sempre lhe deu uma atenção extra, O professor de Historia.
Era muito mais velho que ela, pra ser sincero a filha dele é bem mais velha que ela!
"Era gostoso, ele me venerava na cama."
Porque não tentar assim mesmo? Aos 16, sentia que estava no auge do seu corpo, pra que esperar mais?
Adorou a experiencia, ele tinha tempo e paciência. Ia pra casa dele, passavam horas na cama, ele lhe deu prazeres que ela nem sonhava que seu corpo pudesse dar.
"Eu só era boa pra transar."
Mas não passava disso. Ele a tratava como um bebê, tinha altas crises de consciência.
Diminuía tudo que ela falava, como se fosse algo dito por criança. Até o jeito dele passou a incomodar Leonora.
Ele lhe tirava a roupa, beijava, olhava, cheirava... Parecia que admirava uma pintura. Leonora não podia usar nada enquanto estivesse na casa dele, no máximo, uma calcinha de sex shop.
Cansou, era uma pessoa de verdade, não uma obra de arte. O único motivo de ter ficado todo esse tempo com ele foi pelo prazer que ele lhe dava.
Ficaram por três meses.
Ele ainda não parou de ligar.
_Pai, como é que você me apresenta o vocalista da minha banda? Você é um bobão. O que achou que ia acontecer?
Leonora olha o vocalista do One Dy, ainda deitado. Nossa! Um gato, corpo no lugar, lindo.
Mas Leonora também tinha suas surpresas, ele não esperava que ela fosse tudo aquilo na cama.
_Valeu Helen Barbera, valeu professor de historia! Acabei com o crush na cama!
Leonora começou a dançar no quarto, a coreografia que tanto ensaiou, ao som da voz daquele garoto acabado, em sono profundo. Depois se sentou ao pé da cama, olhando o corpo de seu amado vocalista esparramado no colchão.
"Você é melhor na minha imaginação, mas ainda quero ter uns doze filhos contigo."
"Um filho a cada ano e meio, vou ter 34! Para de ser esquisita mulher!"
Não acreditou quando ele ligou pra sua casa, achou que era um trote. Ele sabia seu nome, conversou com ela e marcaram um passeio. Pelo duvida ela se arrumou, quando a limousine parou na sua porta e ele a recebeu com flores, foi magico! Foi uma tarde de sonho!
"Pai, você é um amor."
Seu pai tinha planejado tudo, conheceu o cantor num jantar, armou essa surpresa pra ela.
"Como você faz uma coisas dessas pai? Achou que a gente ia dar uma volta pela cidade encantada e ele ia me levar de volta pra casa?"
O mais engraçado foi seu pai falando pra ele:
"_ Não tire nenhum pedaço da minha filha ou eu vou comer seus intestinos com você ainda vivo."
Leonora não sabia aonde enfiava a cara nessa hora, quase correu e se trancou no quarto.
_ Comer o intestino pai? Que deu em você? Você chorou com o filme do Akito! Dá pra te levar a sério?
Leonora olha o garoto, passa a mão por seu abdome, não resiste e lhe acaricia a virilha, é toda depilada, ele tem menos pelos que ela. Leonora ri sozinha.
_ Certas coisas devem ficar só na fantasia.
O príncipe virou um sapo, não um sapo muito ruim, talvez estivesse cansado, talvez o professor a mimou demais, a verdade que foi... Insatisfatório.
"Certas coisas devem ficar só nos sonhos, nas fantasias."
Palavras de sua Idda, palavras de sua mãe.
Como aguentava viver sem sua mãe?
Começou a lembrar dela, de seu jeito, sua voz, como sempre tinha uma resposta pra tudo, um carinho.
Idda tinha uma forma diferente de ver as coisas que transformava a pior das situações numa saída, num aprendizado, em algo bonito.
Começou a chorar.
Sentiu mãos fortes lhe abraçarem, não quis olhar.
_ Que foi gata?
_ Não foi nada, tava lembrando da mamãe, ai...
Ele a abraça mais forte, e o coração de Leonora dispara.
Eles se deitam abraçados, sente o cheiro de seu tórax, a força de seus braços lhe apertando. Talvez tenha se precipitado em julgar, podia lhe dar mais tempo.
"O que ele esta fazendo, forçando o alto da minha cabeça?"
"O que?"
Talvez sim, também está com vontade de experimentar, talvez isso faça sua dor passar.
Afinal, sempre quis tentar fazer isso, o professor nunca deixava, mas sempre fazia nela.
"Deve ser o jeito carinhoso dele me consolar, ele deve estar querendo que eu esqueça minha dor, ele é atencioso, do jeito dele."
Ela tira a mão dele de sua cabeça, enxuga as lagrimas, olha fundo nos seus olhos e diz:
_ Não espere muita coisa, vai ser a primeira vez que chupo um pau.
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Imperatrix
Misteri / Thriller"Eu sou aquela que comando os exércitos invisíveis. Sou a que controla o que você vê, ouve e sabe. A que cria decretos que ninguém pode ler. Decretos que você obedece sem saber. Sou aquela a quem as pessoas não se curvam, Mas sou a que tem o mundo s...