Preparativos

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Luce estava demorando um pouco mais que o necessário para se trocar, e Mark já estava ficando preocupado.

-Algum problema por aí? -Ele perguntou, ao bater na porta.
-Não, eu só...Na consigo terminar de por essas coisas que ficam por dentro da armadura. Poderia me ajudar?

Mark ficou surpreso. Luce nunca chamava ninguém para ajudá-la em algo relacionado a batalha, ainda mais a vestir alguma coisa.

-Sim.

Então ele empurrou a porta e viu Luce de costas, com uma visível dificuldade em terminar de amarrar algumas coisas. Mark a ajudou a ela não demorou muito mais tempo para terminar de colocar o resto.

Ela agora estava pronta, e não sabia ao certo como, mas sentia que estava pronta.

Mark nem precisou guiá-la até o caminho de volta, Luce apenas foi na frente.

Eles chegaram no salão principal e a maioria das pessoas não estavam mais lá.

-Onde está todo mundo? -Perguntou Luce.
-Acho que todos já se dirigiram até o campo de batalha. Vamos?
-Sim.

Então eles saíram do salão e entraram na área arborizada (Que estava mais com tudo morto do que nunca), que ficava em volta do Castelo.

Seguiram pelo caminho e Luce passou na frente de Mark.

-Para onde está indo? -Ele perguntou.
-Para onde? Para o...
-Você não deve se lembrar que não fica tão perto assim daqui, não é?
-Para falar a verdade não tenho nenhum tipo de noção de caminho pela a minha mente.
-Então...Acho que deve estar se esquecendo dos cavalos.
-Cavalos?

Eles estavam indo para o celeiro do Castelo agora, lugar que só parecia um pouco familiar para Luce.

Mark a levou até um dos cavalos de lá, ele tinha dito durante o caminho que era o cavalo preferido de Luce, mas ela não se lembrava de alguma vez ter andado em um.

Foi quando ela enfim viu o cavalo que Mark estava falando, um cavalo exuberante e estramamente negro, tão lindo que Luce o olhou no fundo dos olhos e lembrou de uma vez na qual montara nele, e aquilo foi o sufiente para se sentir confortável em tentar de novo. Ela o tocou, com a maior calma possível, e logo depois o montou, indo em direção ao seu destino.

Quando Luce enfim chegou por perto do local, pôde ver que era uma enorme arena, com arquibancadas e um local para a realeza ficar, como ela tinha visto em um de seus livros de história.

Luce ouviu a voz de um homem anunciando o que ocorreria por lá, anunciando quem iria lutar, por quais motivos e outras coisas. Mas Luce realmente não estava prestando atenção em nada do que acontecia.

Mark tocou em suas mãos ainda descobertas.
-Escute, você terá que ter muito cuidado, mesmo sendo Gus, ainda terá que ter cautela, porque ele infelizmente é um dos melhores nisso por aqui. Então...Lembre-se de como você lutava e era boa, e boa sorte.
Ele a soltou e teve que deixar Luce ir para o centro da arena, pois já estava sendo chamada.

Ela deu uma boa olhada 360 graus, e assim que voltou o olhar de volta, viu Gus não muito longe dela.

-Luce, olha...Quero que saiba que eu realmente não pedi para fazer isso, mesmo porque seria covardia me aproveitar da sua falta de memória, mas sabes que não posso desobedecer uma ordem direta de meu rei, só que se não fosse por isso eu realmente não iria querer matá-la. Mas é claro que..
-Espera...Me matar?
-Sim. Não vai me dizer que você não lembra das regras dessa arena? Ou não lembra? Pois bem, se fôssemos lutar em outro lugar, tipo no nosso espaço de treinamentos que era o habitual, nesse caso nao teríamos que lutar até a morte, sabes? Mas como todos exigiram que isso acontecesse aqui, eu infelizmente não terei outra escolha a não ser...
Luce começou a rir de repente, o que fez Gus parar de falar no mesmo instante.
-O quê achas tão engraçado em minhas palavras a ponto de rir delas?
-O simples fato que lembro das inúmeras vezes em que derrotei você, das vezes em que treinamos. Da nossa vida toda juntos. Então acredite, eu é quem não queria de machucar.

Gus não disse mais nada, ele nem conseguia. Eram muito raras as vezes em que conseguia derrotar Luce em uma disputa do tipo. Ele contava que ela não lembrasse de tudo isso, mas infelizmente ela lembrava e poderia acabar com ele, se não fosse pelo fato de que ele treinava arduamente todo esse tempo, enquanto Luce vivia a sua vida de mortal, então Gus ainda não se dava por vencido.

-Que comece a contagem! -Disse a voz que Luce identificava ser a do locutor.

E todos presentes, uma boa parte do Reino que pôde estar lá, começaram uma grande e alta contagem juntos.

Dez
Nove
Oito
Sete
Seis
Cinco
Quatro
Três
Dois
Um

E durante essa contagem vieram não só na mente de Luce, mas de Gus também, diversas cenas deles dois juntos, em diversas situações de suas vidas.

Eles agora se encaravam ardentemente, ainda um pouco longe um do outro, mas o suficiente para se sentirem perto.
              
                               ...

Todos estavam alarmados, preocupados e tentando achar alguma pista de onde Luce poderia estar.

Castiel não quis pensar no pior. Se Luce tivesse sido levada à força seria uma coisa, mas se ela tivesse ido por vontade própria (Que era o que ele e todos temiam), seria outra totalemnte diferente.

Mundos Opostos/ Amor ConvergenteOnde histórias criam vida. Descubra agora