44. Ele executa o plano

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Os suicídios não paravam de acontecer em toda a região de Solitude. Haviam começado em uma amenidade silenciosa: um suicídio por vez. E se arrastava como uma cobra rastejante pela mata.

Inúmeros suicídios ainda estavam por acontecer. Os líderes de cada cidade já haviam começado suas partes, e cada alma levada, representava um exército.

Era chegada a hora de fazer as pessoas pagarem por seus pecados.

Aquelas palavras ainda ecoavam na escuridão catastrófica que a cidade estava se tornando. Haveria pouco a ser feito depois que eles começassem a colocar o caos em prática. Logo, já não restaria mais vida em Solitude, ou qualquer lugar pelas redondezas pela.

A cidade seria infestada pela penitência de todos os pecados que seus cidadãos haviam cometido durante aquele tempo, e quando menos se dessem conta, todas as almas seriam pertencentes à um único dono. Angelus Mortis queria ser o grande dominador das almas dispersas, começando pela região de Solitude, finalizando em todo o estado de São Paulo.

E quando menos se dessem conta, o país inteiro estaria perdido nas mãos daquele que visava ser seu novo dono.

Carlos Augusto ainda tinha posse da adaga dourada, e faria de tudo para protegê-la. Ah, aquela adaga teria poderes inimagináveis nas mãos de quem quer que tomasse posse dela, e fazia de tudo para que nenhum dos sócios a roubasse de supetão.

Sabia que não poderia confiar neles, pois qualquer um desejaria ser o novo Anjo da Morte. Eles não queriam ser meros aprendizes de algozes pelo resto de sua existência: queriam tomar o lugar do chefe.

Todos ali dentro tinham a plena consciência daquilo, e Carlos sabia que não poderia dar moleza para eles, caso contrário, eles roubariam dele também aquela tão preciosa adaga.

- A maioria das cidades já iniciaram com nosso plano! – ele exclamava satisfeito, esperando o momento em que o grande chefe iria até eles, dizer quais passos deveriam dar em seguida.

- Logo, todas as almas que habitam este lugar, serão nossas! – o ancião afirmava com grande satisfação, vendo que o resultado de seus esforços estavam dando bons frutos. – Só hoje, doze almas se tornaram minhas. Logo, terei um exército em minha cidade.

Os outros homens riam em grande satisfação, felizes pelo rumo que a conversa tomava. Eles não poupariam esforços para verem o que tanto queriam, se tornando realidade. E custasse o que custasse, as pessoas iriam pagar.

Uma à uma.

- O chefe está aqui! – um miúdo anuncia, entrando na sala, e feliz por ser o portador da esplendorosa notícia: Angelus Mortis havia finalmente tirado um tempo para visita-los, e assim, teriam uma orientação bem mais precisa sobre o golpe.

- Deveras! Estavas a demorar. – Roberto exclama ao ver o homem robusto atravessando a porta. Todos encaram o grande ceifeiro com falsa simpatia no olhar. Eles pareciam tão ansiosos para executarem o plano, quanto para tomarem o lugar que era de Angelus.

- Traz boas notícias, mestre? – Carlos olha diretamente para ele, embora a decepção tome seu semblante. Ele estava no aguardo de Almir, embora não tivesse ideia ainda de que este, já não existia mais.

- As melhores! – o homem deixa seu rosto transparecer, enquanto amansa seu imenso cachorro que trouxe consigo.

- Espero que seja sobre a gostosinha da sua filha. – um dos homens diz em tom de desdém, e recebe um olhar gélido de Angelus. O homem dá a ordem sorrateira para seu cão, que sem hesitar, avança na direção do homem.

Suas presas caninas tornam-se visíveis, expelindo saliva por todos os cantos. A baba escorre pelo chão, mas as grandiosas presas ainda assustam: eram tão grandes quanto as de um leão.

Não foi suicídio! Onde histórias criam vida. Descubra agora