26. O quarto

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Já havíamos terminado o jantar, e Pierre ainda me encarava como se eu fosse uma ninfomaníaca a procura de uma grande diversão. Não posso negar que estava realmente me sentindo estimulada, mas ele não manifestava nenhum sentimento favorável.

Ora, era claro que ele queria! Ele sempre quis, aliás. Bem antes de começar a namorar a Lara. Ou ele acha que eu não sabia dos sentimentos que ele tentava esconder de mim?!

Talvez por aquele motivo, a Lara tivesse feito o pacto. Ela sempre teve inveja de tudo o que eu possuía mesmo, qual seria a diferença agora? Não havia nenhuma. Isso mesmo! Ele me queria, eu sentia isso, e naquela noite, eu faria com que fosse especial o enfim momento em que ficaríamos juntos.

Como sempre deveríamos ter ficado. Não havia mais nada entre nós.

Pierre me levou de volta ao hotel, mas sua expressão não havia suavizado ainda: ele apresentava intensas rugas em sua linha de expressão na testa, demonstrando o quão insatisfeito ele estava com a minha repentina atitude.

Eu não queria que ele pensasse que eu era uma promíscua, mas sua enorme indiferença estava me machucando por dentro. Tudo o que eu precisava, era um pouco de seu carinho e atenção.

Eu estaria pedindo demais por aquilo?

Descemos na porta do hotel. Fui tomada por uma tontura repentina.

- Bel... – ele veio em minha direção, me acudindo. – Eu sabia que você não estava bem! – ouço-o dizendo, mas não consigo responder nada.

Algo dentro de mim remexia intensamente, quase me fazendo perder o equilíbrio em minhas pernas. Minha visão ficou turva por um instante, e pude ver perfeitamente Pierre da maneira como sempre o vi.

Mas um desejo incontrolável surgia dentro de mim, e minhas atitudes e palavras eram muito mais fortes do que qualquer atitude que eu poderia ter de maneira consciente.

- Vamos subir! – disse, já me sentindo recuperada do momento de fraqueza que tive. Tudo se tornava ainda mais estranho dentro de mim, e quanto mais eu andava, mais confusa a minha mente ficava.

Olhei novamente para Pierre, desta vez, vendo nele o homem que ele era. Forte, com grandes olhos verdes, barba cerrada e por fazer. Desejei ardentemente que ele me tomasse em seus braços, e me conduzisse para nossa cama.

Aquela ideia me fez ser tomada por uma torrente de arrepios intensos que subiam na direção de meus seios. Ele estava mexendo comigo de uma maneira intensa e inexplicável, o que me fazia crer que havia algo bem estranho naquilo.

Deveríamos sair daquela cidade antes que a loucura me acometesse de uma vez por todas. Ou seria mais conveniente me entregar de uma só vez àquele desejo que brotava dentro de mim, e teimava por ser liberto?

Seguimos para nosso quarto, e eu sentia a insensatez me tomando de jeito novamente. Minha visão voltava a ficar levemente turva, e eu olhava para Pierre como eu encarava uma lasanha no almoço.

Com muito desejo de saborear tudo aquilo.

E ele sabia que seria uma presa fácil, se eu fosse uma predadora pronta para o ataque.

- Já pode ir para a cama. – ele disse, ao acender a luz do quarto, apontando na direção. Evitava olhar em meus olhos, e a falta de contato visual apenas fez aumentar ainda mais o tesão que estava surgindo ali.

- Claro! – e dizendo aquilo, deixei a minha bolsa no chão. Abri o zíper da saia em um gesto rápido, e tirando a blusa, fiquei apenas com as roupas íntimas. Agora Pierre me mirava, ao mesmo tempo em que tentava esconder sua admiração por minhas formas bem delineadas, ele repetia:

- Você realmente está louca! – e mordicando o lábio, ele desviou o olhar para outro canto.

- Estou mesmo? – disse eu, me aproximando sensualmente dele. – Ou você vai continuar negando que quer isso tanto quanto eu?

Virei seu rosto em direção ao meu, fazendo-o fixar seus olhos no meu olhar. Eu posso não ser a melhor pessoa do mundo para identificar uma linguagem corporal, mas no fundo de seus olhos era bem visível todo o sentimento exacerbado que ali existia, e viveu escondido nos últimos tempos.

- Me faça sua. – eu disse, sussurrando em seu ouvido.

- Não me provoque, Bel. – ele anuncia, colocando as mãos firmes em minha cintura. – Você não vai querer que isso aconteça... eu não posso!

- Não vou querer? – dou um riso divertido, puxando-o para mim. Dei um beijo em seus lábios, e tive um retorno rápido e espontâneo. Seus lábios possuíam o leve gosto da massa que havíamos acabado de comer, com o frescor de uma bala de menta. Era inexplicável a maneira como ele fez eu me sentir naquele instante, mas por um mero segundo, foi como se o mundo ao nosso redor já não mais existisse, e estivéssemos agora em seu centro, deleitados pelo sabor de um sentimento novo que nascia de maneira pequena, e aumentava conforme a intensidade de nossos corpos iam se colando.

O beijo foi tomando proporções maiores, expandindo de lugar. O que havia começado em um curto espaço entre dois corpos, se expandia para outros cantos do quarto. Eu estava praticamente despida, se não fosse pelas lingeries novas que estava usando.

Ele desceu os lábios em direção ao meu pescoço, mordiscando levemente a região, me fazendo ter arrepios de prazer. Seus lábios voltavam aos meus, em mais um beijo intensamente saboroso.

Tirei-lhe a camisa, arremessando-a ao outro canto, permitindo visualizar seu peitoril depilado. Ele possuía ombros largos, e embora não tivesse o abdômen mais definido, ainda assim era permitido ver as marcas que os bons tempos de academia haviam deixado em seu corpo.

Nossos olhos intercalaram um olhar de momento, e pude ver o desejo ardente subindo em chamas por nós dois. Ele agarrou minha cintura com mais precisão, e me tirou o restante de roupa que ainda estava em meu corpo.

Em poucos segundos, fiz o mesmo com suas vestes, e já completamente juntos, fomos para a enorme cama de casal, que naquele momento, ficou pequena demais para nós dois.

*** 

Olá, meus amores! Como vão? 

Então, a intenção era escrever uma cena nesse estilo, rs, mas sem desrespeitar o fato de que meu livro está classificado como "Conteúdo Livre". 

Segundo as estatísticas do NFS, a maioria dos leitores tem de 12 à 16 anos, então eu não quis escrever nada muito detalhado, hahaha. 

Até a próxima. 

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