No fim da tarde, Helena, Davi e Nina entraram no apartamento dele, cansados e famintos.
- Você devia realmente considerar contratar uma babá - Helena exclamou ao observar Nina jogar a comida fora. Eles já haviam montado o berço no quarto de hóspedes, e estavam extremamente cansados.
- Próxima semana eu vou começar a procurar - ele prometeu. - É estranho, né?
- O que é estranho?
- Até ontem eu não sabia que tinha uma filha, e olha agora!
Ele indicou Nina.
- Ela é um pequena surpresa.
- Sim, mas no meu caso, eu acho que é uma grande surpresa.
- Você é uma pessoa de sorte em tê-la - Helena tinha um olhar de melancolia.
- Você quer compartilhar esses seus pensamentos?
- Não!
- Por quê? É óbvio que algo a está incomodando!
- Davi, eu já falei que não.
Ele sorriu, irritá-la era um dos seus passatempos preferidos.
- Veja Nina! Lena está guardando segredos de nós.
- Pare de tentar me influenciar!
- Não estou fazendo nada - ele levantou as mãos para cima se rendendo.
- Está na hora do banho de Nina.
Helena pegou a criança e a levou para o banheiro, onde a despiu e a colocou na banheira. Nina soltou gritinhos de felicidade.
Davi encostou-se na porta e observou a cena diante de si. Helena estava, ajoelhada ao lado da banheira e Nina batia alegremente na superfície da água, molhando tudo, paredes, chão e Helena.
- Ela gosta da água - ele observou.
- Quer tentar dar banho nela? - Lena perguntou enquanto tirava um cacho loiro dos seus olhos.
- Talvez outra hora.
- Davi! Você tem que aprender a dar banho em um bebê. Eu não vou está aqui sempre. Venha! É só não lavar o cabelo dela. - Relutante, ele se agachou ao lado dela, e pôs suas mãos embaixo das axilas da bebê.
Nina bateu novamente na água, molhando o pai. Ela estava se divertindo, e ele teve de rir.
Depois de alguns minutos, Lena disse.
- Está na hora de tirá-la da água.
Davi fez o que foi mandado. Nina começou a se debater e gritando em protesto. Lena enrolou a toalha em seu pequeno corpo molhada, depois esvaziou a banheira.
Vendo que seu parque de diversão aquático estava sendo esvaziado, Nina começou a se debater mais ainda.
- Nina! - Davi quase a deixou cair. - Calma!
Ele fez malabarismo tentando segurar o corpo escorregadio.
- Desista, cara! Não vou soltá-la.
Nina tentou voltar para a banheira.
- Pronto, a banheira está vazia. Hora de dormir.
Nina choramingou um pouco.
Lena foi na frente para o novo quarto de Nina, e eles a seguiram.
Acha que consegue terminar de enxugá-la?
- Claro, que dificuldade podia haver nisso?
Ele viu a dificuldade de tentar secar uma criança de 1 ano e 6 meses. Ela brigou, gritou, esperneou. Depois de vários minutos finalmente conseguiu terminar sua tarefa. Helena sentou na cama e estava rindo vendo Davi tentar dominar um bebê.
Após vesti-la, ela sentou na cadeira de balanço e deitou Nina em seu colo.
- Ligue a babá-eletrônica e apague a luz. - ela o instruiu. Helena colocou a chupeta na boca da criança e balançou-as suavemente.
Logo as pálpebras da criança começaram a fechar. Minutos depois, dormia profundamente. Com cuidado, carregou-a para o berço e a depositou ali. Ela fez sinal para Davi pegar um dos monitores e saíram do quarto.
Quando voltaram para a sala, Helena falou.- É provável que ela acorde várias vezes durante a noite, é normal devido as circunstâncias, uma nova casa, novas pessoas, sua cabecinha deve estar confusa.
Ela pegou sua bolsa de cima do sofá.
- Aonde você vai?
- Para minha casa.
- Você não pode ir! Eu preciso de você! - ele exclamou.
- Sei que você esta preocupado, mas vai ficar bem - Helena tentou remediar a situação.
- O que eu faço se ela chorar? - Davi estava em pânico.
- Acalme-a.
- E se ela não parar?
- Pode ser fome, fralda suja, doença ou carência.
- E como...
Ela o interrompeu lançou-lhe um olhar, que ele conhecia. Que dizia claramente, eu vou embora e nada do que você fizer vai me impedi!
- Passo aqui pela manhã antes de ir para o escritório.
- Tudo bem - disse ele, entorpecido.
- Vou deixar meu carro para você e levarei o seu.
- Desculpe, você disse... que vai levar meu bebê?
- Seu bebê está lá em cima, dormindo - ela deu um tapinha suavemente na bochecha dele.
Em vez de deixá-la ir, ele a chamou.
- Lena?
- Fala.
- Só queria agradecer por tudo.
- Fico feliz em ajudar. Agora, se me der licença, vou para minha casa e cair na cama.
Lena ficou na ponta dos pés e beijou o canto da boca dele como sempre fazia.
- Até amanhã.
Davi só percebeu o quanto estava cansado, quando deitou-se. Sua vida havia virado de pernas para o ar em questão de horas. Mas não queria que voltasse ao que era antes. Em poucas horas, Nina já o tinha encantado profundamente.
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25/07/16