Capítulo 24

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Fazia dois dias. Dois longos dias que Davi havia viajado.

Helena resolveu trabalhar em casa, para tentar se concentrar, mas ela percebeu que estava errada quando a bebê começou a chamar sua atenção.

Na noite de sexta-feira, Nina estava agitada devido aos dentes que nasciam, consequentemente Helena levou mais tempo para mantê-la quieta. Na hora em que a bebê estava dormindo, ela estava cansado e seus ombros doíam. Resolveu aproveitar a banheira com hidromassagem de Davi.

Quando o telefone tocou, ela demorou um pouco para atender.

- Alô? - ela respondeu ofegante.

- Lena? Está tudo bem ai?

- Claro e você? - Helena voltou a entrar na banheira, procurando uma posição confortável.

- Cansado - Davi respondeu, a frustração em sua voz era óbvia. - A Neveah McCartney se mudou, o detetive encontrou outro endereço amanhã vou verificar. O que você está vestindo?

- Bem, nada. Estou na sua banheira.

Ela escutou um gemido do outro lado da linha.

- Você joga muito sujo. Eu queria está ai.

Ela mordeu o lábio.

- Eu também.

Ele limpou a garganta tentando por seus pensamentos em ordem.

- Como está Nina? - ele mudou de assunto.

- Agora está dormindo, tive que levá-la a um pediatra, alguns dentes estão nascendo.

- Oh. Mas ela está doente?

- Não. Ela está medicada e dormindo.

- Ah, bom.

Um silêncio se intrometeu entre eles. Helena não queria desligar, mas não conseguia pensar em nada para dizer para mantê-lo na linha.

- Boa noite, Lena.

- Boa noite.

E então desligou.

No dia seguinte, logo cedo de manhã, Davi estava no novo endereço de Neveah McCartney. Ele tocou a campainha uma, duas, três vezes. Estava quase desistindo quando uma mulher bonita abriu a porta enrolada em uma toalha.

- Posso ajudá-lo? - ela perguntou, amavelmente.

- Sim, estou procurando Neveah J. McCartney.

- O que você quer comigo?

- Sou advogado, gostaria de falar com a senhorita sobre seu antigo chefe.

- Claro você pode esperar um pouco? Tenho que trocar de roupa. Volto logo.

E fechou a porta. Por um momento, ele podia jurar que Neveah parecia com medo.
Minutos mais tarde, ela tornou a abrir a porta e o convidou a entrar.

A sala era pequena, mas bem arrumada e limpa, um ambiente estéril, sem nenhum toque pessoal.

- Então, sobre o que exatamente você quer falar comigo? - ela perguntou.

- Quero fazer algumas perguntas sobre o tempo em que você trabalhou para Douglas Bishop.

Neveah empalideceu subitamente, ela esperou ele continuar.

- Fiquei sabendo que você trabalhou para o Sr. Bishop, há um ano e meio?

- Quase três anos. E?

Claro, que Davi já sabia dessa informação.

- E eu quero saber por que uma funcionária em plena ascensão profissional desistiu de uma hora para outra de seu emprego. E devo acrescentar um emprego muito bem remunerado.

- Qual o seu objetivo?

- Há algumas semanas atrás, uma moça foi agredida pelo canalha do Sr. Bishop, e tenho certeza que aconteceu o mesmo com você.

Ele estava jogando verde.

- Só quero saber o que aconteceu e o motivo de você ter retirado a acusação de agressão contra ele.

Neveah respirou fundo o encarando, ela não piscou só ficou em silêncio.

- Você quer mesmo saber? - ela perguntou, Davi concordou. - Pois bem, mas vou querer algo em troca.

- Olha, eu não vou pagar por essa informação.

- E quem falou que eu quero dinheiro? Veja, vou mostrar o motivo de eu ter desistido da acusação.

Ela pegou sua bolsa e se encaminhou até a porta. Davi seguiu logo atrás dela, eles saíram do prédio a pé. Durante todo o percurso Neveah ficou em silêncio, Davi tentou começar uma conversar, mas recebeu o silêncio de resposta. Algumas ruas depois chegaram a um hospital.

Neveah liderou o caminho. Passaram pela recepção até o elevador. Subiram para o setor de oncologia.

- Ei Neveah - uma enfermeira a chamou. - Pensei que você só viria mais tarde.

- Não consegui ficar longe - Neveah respondeu.

- Compreendo - a enfermeira percebeu a presença de Davi. - E quem é esse? Ele é o...?

- Não, ele é um advogado. Vai nos ajudar.

- Eu espero sinceramente que sim - disse a enfermeira. - Bom, eu tenho que ir.

Elas se despediram antes de Neveah seguir pelo corredor.

Eles percorreram o corredor do hospital até um quarto. Pararam e observaram pela janela de vidro. Davi não conseguia desviar o olhar.

Um garotinho de dois ou três anos, estava sentado de frente para eles, com a cabeça baixa, entretido brincado com o médico.

Sentindo que estava sendo observado o menino levantou a cabeça e acenou. Neveah acenou para ele.

- Foi ele o motivo - ela disse sem tirar os olhos do garoto. - Aquele é o Noah, meu filho.

- Não entendi, por que ele foi o motivo? - Davi perguntou confuso. - Espera aí, ele é filho de Douglas Bishop?

- Sim.

O médico fez um movimento com as mãos para eles esperarem do lado de fora. O homem saiu logo em seguida.

- Dr. John. Ele está reagindo ao tratamento? - ela perguntou com expectativa.

O médico parecia infeliz ao dar a notícia.

- Lamento profundamente ter que dizer isso. As notícias não são nada boas, ele vai precisar do transplante.

Neveah ficou imóvel.

- Nós já sabíamos que isso podia acontecer.

O médico se despediu e os deixou a sós olhando para a criança.

- Acho que agora, temos que conversar.

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30/01/17
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Adorável PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora