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Helena sabia que tinha que ligar para Davi, mas só escutou a mensagem de fora de área. Finalmente, César tomou para se essa tarefa.Ambos estavam emocional e fisicamente esgotados, passar a noite no hospital praticamente em claro não foi uma tarefa muito fácil.
- Ele estará aqui em breve - César murmurou para ela na manhã seguinte. - Talvez seja melhor, você ir para casa e descansar um pouco. Eu fico aqui aguardando notícias.
- Não, eu vou ficar. Se você quiser, pode ir para casa, mas não vou sair daqui enquanto não tiver certeza que ela está bem.
- Não sei por que ainda me dei o trabalho de perguntar - ele murmurou.
No final da manhã transferiram Nina para um quarto privado, até esse momento todos parentes e amigos mais próximos dos Kingsley estavam acampados na sala de espera. Helena foi conduzida ao quarto, onde sentou na cadeira ao lado da cama e observou a bebê dormir sob efeito dos remédios.
Seus pensamentos passaram rapidamente por Davi. Esperava que ele estivesse logo aqui ao seu lado.
Davi lutou contra a vontade de correr pelos corredores impessoais do hospital. Depois de conseguir descobrir o número do quarto de Nina e passar pelos seus familiares, nada poderia detê-lo de encontrar sua filha.
Chegando à porta do quarto, entrou silenciosamente. Seu coração se derreteu com a imagem que encontrou: Helena adormecida na cadeira ao lado da cama em que Nina dormia.
Aproximou-se devagar, sua filha estava pálida, mas pelo menos dormia tranquilamente. Julgando pelas olheiras profundas, suas roupas amassadas e as sombras de cansaço em seu rosto, ela havia passado a noite em claro. Odiava ter de acordá-la, mas precisa desesperadamente saber notícias de sua filha.
Colocando a mão no seu ombro, sacudiu suavemente seu corpo. Devagar, ela abriu seus olhos.
- Davi? - ela sussurrou.
Ele a conduziu para o corredor.
- Quando você chegou? Pensei que seu vôo iria atrasar.
- E iria, mas essa é uma das vantagens de ter seu próprio jato. Como está Nina?
Helena contou o que o médico lhe dissera mais cedo.- Então ela vai ficar bem? - ele estava aliviado.
- Sim, o inchaço no cérebro diminuiu e os médicos disseram que ela não irá ter nenhuma sequela. Davi, ouça...
- Não, ouça você, Helena - ele interrompeu calmamente. - Eu sei o que você irá tentar se culpar e nós dois sabemos que você não tem culpa no que aconteceu. Sabe por que eu deixei Nina com você e não com meus pais ou com o Christian? Por que, eu confiava e ainda confio em você. Acidentes acontecem, baby.
- Mas...
- Querida, você sabe quantas vezes eu ou um dos outros viemos parar no hospital por pequenos acidentes que aconteceram na nossa infância? Posso te dizer que não foram poucas.
- Davi...
- Shhh.
Ele a abraçou, ambos estavam precisando de um toque de conforto. Era isso que queria. Nina e Helena. Sempre.
- Obrigado por estar aqui. O que eu faria sem ela? Ou sem você?
- Estou aqui por vocês dois.
- Afinal, se você não estivesse comigo, quem iria me manter humilde? - ele lhe deu um sorriso brilhante.
- Deus, você é tão idiota que às vezes chega a ser engraçado. Você deve está cansado - ela exclamou de repente.
- Não mais que você.
Nenhum dos dois se moveu, ambas estavam confortável e em paz.
Segunda feira, no final da tarde, Nina recebeu alta. Davi estava exausto. Tudo o que queria era dormir e dormir até a semana seguinte, mas infelizmente precisavam revisar o caso Sinclair-Bishop.
No dia seguinte, acordaram logo cedo para resolverem algumas coisas.
- Espera um pouco, quem vai ficar com Nina? - Helena perguntou de repente.
- Hã, não pensei nisso - Davi respondeu.
Como se o destino estivesse escutando a conversa, a campainha tocou. Davi levantou da mesa onde estava trabalhando, franzindo o cenho para Helena, ele se locomoveu até a porta.
- Mama?
- Oi caro mio - Lola entrou trazendo uma pequena mala com ela. - Estou atrapalhando?
- Hã... não. Por que essa mala? Está indo viajar?
- Não. Vou ficar com vocês por uns dias. Leve a mala para o quarto de hóspedes.
- O que? Acho que não é uma boa idéia.
Só havia um motivo para sua mãe está ali sem seu pai, com certeza eles haviam brigado, e Davi não queria se meter.
- Bobagem, claro que é uma boa idéia. Amanhã vocês não vão está ocupados com a audiência de Camille? Então vão precisar de alguém para cuidar de Nina. E esse alguém pode muito bem ser eu - ela disse alegremente.
- Ta, mas e o pai?
- O que tem ele? - a expressão alegre desapareceu.
- Vocês brigaram?
- Pergunte para ele. Aquele bastardo mentiroso e traiçoeiro.
- Mama!
- O quê? Quando você e seus irmãos descobrirem o que ele fez, também vão pensar a mesma coisa. Se ele tivesse me contado desde o início, eu teria o perdoado, mas não, ele tinha que me esconder tudo!
- Esconder o que, mama?
Pelo visto ele teria que fazer o papel de psicólogo do casal.
- Logo vocês irão saber.
Dizendo isso, ela entrou no quarto de hóspedes onde Nina estava dormindo, deixando a mala para trás.
Seria um dia interessante.