Capítulo 12

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Uma hora depois Helena e Nina voltaram para o apartamento e encontraram Davi deitado no sofá, fitando o teto.

- Cadê a Zoe?

- Já foi embora.

- Que pena, trouxemos o suco de amora que ela adora - ela largou a sacola na mesinha da sala, e logo depois tirou Nina do carrinho. - Vocês conversaram? - ela perguntou como quem não queria nada.

- Mais ou menos - ele desconversou. - Aonde vocês foram?

- Na padaria a duas quadras daqui. E não vai adiantar mudar de assunto.

- Você não vai desistir, não é mesmo? Pois bem, tentei conversar com ela, mas acabamos brigando.

- Por qual motivo, além do óbvio?

- Eu posso ter citado o Júlio na nossa discussão - ele parecia envergonhado e arrependido.

- Não! Você não fez isso! Eu quero sinceramente acreditar que você ainda tem um pouco de sensibilidade dentro de você.

- Eu fiz - ele se levantou e pegou Nina do chão. - Ela saiu bem chateada daqui.

- Claro que saiu! Se coloque no lugar dela, idiota. Dois meses antes do casamento, Zoe descobriu que o noivo dela estava com ela só por que estava interessado no dinheiro da família. Seu imbecil!

- Isso já faz mais de 1 ano - Davi tentou argumentar.

- Não importa se faz 1 ano, 10 anos ou 100 anos!

- Mas...

- Não fale mais nada! Se você falar mais alguma bobagem, eu vou te bater.

- Calma ai! Não precisa ficar estressada.

- Preciso sim! Eu vou ligar para ela, e se ela estiver chorando...

- Já sei, vou sentir o peso de sua mão no meu rosto - ele completou. - Enquanto você faz isso, vou fazer um café.

Davi levou Nina para a cozinha, ela pegou o celular e discou o número de Zoe, ela não atendeu, o celular só chamava.
Helena abafou um bocejo e se deitou no sofá onde antes Davi estava deitado e acabou dormindo.
Ela não sabia se tinha passado minutos ou horas.

- Ei, acorda - Davi a cutucou. Ela se recusava a abrir os olhos. - Carolina, Christian e as crianças vão chegar a qualquer minuto.

Ele a cutucou novamente.

- Acorda!

Lentamente Helena abriu um olho, Davi estava bem perto, inclinado sobre ela, ele só teria que abaixar um pouco a cabeça para beijá-la.

- Até que fim! Pensei que eu teria de jogar água em você - ele brincou, ela umedeceu os lábios com sua língua, capturando o olhar de Davi. - Você está tornando difícil cumprir minha promessa.

- Nem pense nisso.

Helena o empurrou de leve.

- Tarde demais - ele murmurou. - Talvez você queira trocar de roupa, vamos ter visitas daqui a pouco.

- Ok - ela levantou sonolenta. - Volto logo.

Depois de um banho frio, ela voltou para a sala. Nina estava sentada no chão ao lado de Davi que estava tentando fazê-la comer banana batida.

- Abre a boquinha princesa - ele colocou uma colherada dentro da boca dela.

A visão deles dois juntos era tão íntima que ela se sentiu uma intrusa na porta observando.

- Ai está você - Davi disse de repente. - Tudo bem?

Ele voltou seus olhos para ela.

- Claro, por que não estaria? - Helena retrucou.

- Não sei, você está estranha.

Ela deu de ombros, soltando um sorriso elusivo e distraído.

- Eu sou estranha, querido.

Ele lhe deu um sorriso de leve, voltando sua atenção para a filha.

- Cadê o pessoal?

- Christian acabou de mandar uma mensagem dizendo que só estava estacionando o carro.

- Ótimo, por que estou com fome. Quem vai cozinhar?

- Não será você ou Carolina. Da última vez vocês quase colocaram fogo no apartamento.

- Não foi nossa culpa.

O som da campainha impediu ele de recrutar. Helena abriu a porta e dois pequenos furacões agarraram suas pernas quase a derrubando.

- Opa. Calma diabinhos - ela tentou se equilibrar.

- Você acabou de chamar meus filhos de diabinhos? - Carolina perguntou entrando.

- Seu cabelo está lindo - disse intencionalmente.

- Conseguiu se safar com essa.

- Obrigada. Estou com fome, cadê o teu marido?

- Aqui - Christian apareceu trazendo três sacolas. - Espero que goste de filé mignon com molho de cogumelos. Crianças, soltem a tia Helena.

Eles entraram. Christian e Davi foram para a cozinha deixando Carolina e Helena com taças de vinho e as crianças brincando no chão.

- Vai me contar o que está acontecendo entre você e Davi? - perguntou Carolina sem conseguir se conter.

- Nada. Ele me pediu ajuda e resolvi ajudar.

- Aham, sei. E o que você não está me contando? Já rolou alguma coisa nesse meio tempo?

- Não! Quero dizer, podemos ter nos beijado uma vez.

- Só isso? É só isso que você tem pra me dizer? Vocês estão nesse joguinho de gato e rato, há anos e tudo o que você me diz é que vocês se beijaram?

- Sim, o que queria escutar? Que estou mais atraída por ele que o normal? Sim, eu estou.

Carolina deu um sorriso de quem sabia das coisas.

- Eu sei. Acho que vou dizer a mesma coisa que você me disse anos atrás...

- Pode ir parando ai mesmo. Nossos casos são completamente diferentes. Não preciso de mais nenhum problema para minha vida.

- Vamos ver. Quando o tempo provar que eu estava certa espero no mínimo um agradecimento - disse Carolina.

- Então espere sentada.

O outro casal resolveu passar a tarde no apartamento de Davi e ficar para o jantar. Quando eles finalmente foram embora e Nina estava dormindo, Helena e Davi puderam sentar no sofá e compartilhar uma garrafa de vinho num silêncio mais que bem vindo.

- É impressão minha ou eu bebi o vinho quase todo sozinha? - ela perguntou de repente. - Você está tentando me embebedar?

- Para falar a verdade, sim. Você fica mais solicita a responder minhas perguntas bêbada.

- O que quer saber?

- Por que eu seria um problema para sua vida?

Helena empalideceu.

- Você estava escutando minha conversa com Carolina?

- Algumas partes. Você não respondeu minha pergunta.

- Por que eu não quero me apegar e depois ter que me afastar. O seu relacionamento mais duradouro foi de 2 meses, imagine comigo. Iríamos brincar de casinha e depois? Você iria terminar comigo e nossa amizade iria acabar.

- E quem disse que tem que ser assim?

- Davi, eu te conheço.

- E se eu mostar que eu posso mudar?

- Baby, ninguém pode mudar sua verdade natureza, você não seria diferente - ela se inclinou para trás, apoiando sua cabeça no peito de Davi.

- Eu posso mudar, sim...

A voz dele não foi capaz de passar através da névoa cobrindo seus pensamentos e o sono a venceu.

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26/09/2016

Adorável PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora