- Então, você tem algum registro de ligações ou e-mails do Sr. Bishop? - Helena perguntou.
- Recebi algumas mensagens e e-mails, mas eu os apaguei - Camille se lamentou. - Na verdade, ontem um pouco depois das nove da noite, eu recebi uma ameaça, dizendo que eu deveria desistir do caso ou eu sofreria as consequências.
- Você está com ela ai? - ele perguntou pensativo.
- Sim - Camille pegou sua bolsa e pegou seu celular. - Aqui está a mensagem, mas é de um número restrito.
- Não será problema, conheço uma pessoa que pode ajudar, e também podemos conseguir o backup de todas as suas conversas - disse Davi. - Outra coisa, não dê nenhuma declaração para os jornalistas. Se esse caso for para o júri, temos que preservar ao máximo sua imagem.
- Por quê? - ela perguntou confusa.
- Simples, se você der uma entrevista ou qualquer coisa do tipo, muitas pessoas podem pensar que você só está atrás dos seus quinze minutos de fama - Helena respondeu. - Além disso, o Sr. Bishop já tem aquela imagem pública de Defensor das Causas Humanitárias, o que já conta a seu favor. Se eu fosse você eu consideraria passar um tempo na casa de um parente ou um conhecido, será melhor para sua segurança.
- Eu não quero que mais ninguém se envolva - Camille disse baixinho.
- Talvez, - disse Davi. - Você pode ficar na casa dos meus pais, eles não se importariam, além do fato que a propriedade da casa é protegida 24 horas por dia.
- Eu... obrigada. Tem certeza? - ela perguntou emocionada.
- Com certeza, só ligar para eles, e deixá-los a postos te esperando - Davi respondeu.
- Muito obrigada.
Depois de mais algumas instruções para a segurança de Camille, eles se despediram dela.
- Você tem certeza? Eu posso ir no seu lugar - disse Helena.
- Não, eu vou. Obrigado.
- Por quê?
- Por colocar as necessidades de Nina a frente das suas.
Helena corou e logo mudou de assunto.
- Parece que seus planos de tentar me conquistar vão ter que esperar um pouco.
- Veremos. Em outros tempos, convidaria você para almoçar em um restaurante, mas dadas as circunstâncias, vou pedir alguma coisa. Quer almoçar algum sanduíche aqui no escritório?
- Claro, por que não?
O sorriso de Davi tornou-se largo, e um sentimento desabrochou no peito dela. Pela primeira vez naquele dia, a sombra da preocupação começou a dar lugar para outro sentimento.
Depois do almoço improvisado, Davi voltou para sua sala para entrar em contado com o hacker que ele conhecia.
Depois que tudo isso acabasse, vou tirar férias. Talvez um tempo em algum lugar com o clima quente, faria maravilhas.
Ela ficou tão concentrada no seu trabalho que nem percebeu a hora passando.
Quando entrou no apartamento, cansada, congelou. Ela estava esperando encontrar uma bagunça, mas na verdade tudo estava impecável, exceto por um por de tênis encostado no sofá.
Nina estava sentada no colo de Zoe com os olhos vidrados na televisão, a tia sussurrava no seu ouvido.
Mas o que assustou Helena foi que as duas, tia e sobrinha, estavam vestidas iguais, mesmas legging azul celeste, camisetas do Doctor Who e sem sapatos. Eles pareciam gêmeas, só a idade e o tamanho dos cabelos eram diferentes. Elas tinham o mesmo cabelo loiro e olhos azuis herdados de César.
- Oh meu Deus - Davi exclamou observando a cena diante dos seus olhos. - O que você está fazendo?
Zoe se assustou com a presença repentina deles.
- Transformando minha sobrinha em uma nerd - ela disse como se fosse óbvio.
Nina percebeu a presença do pai começou a se mexer querendo ir para o chão. Assim que seus pezinhos descalços tocaram o piso ela correu para abraçar a perna dele.
- Oi princesa. Como foi seu dia? - ele a pegou no colo. - Se divertiu com a tia Zoe?
- Claro que ela se divertiu - Zoe disse. - Fomos ao zoológico, depois na casa dos nossos pais, ao meu apartamento pegar alguns DVDs. Fiz panquecas para nos duas, e Helena? Você recebeu uma visita.
- Recebi? Quem era? - Helena estava curiosa.
- Um tal de Theodor. Ele trouxe uma caixa de bombons, está ali em cima da mesa. Ah e também, ele queria convidá-la para jantar, mas eu elegantemente mandei ele ir se ferrar.
- Zoe!
- O que? Não gostei dele - ela deu de ombros. - Eu também desliguei o telefone, ele não parava de tocar, anotei algumas das mensagens, mas vocês me conhecem, eu não tenho paciência para isso.
Helena piscou algumas vezes, tentando processar a enxurrada de informações.
- Por que somos amigas mesmo?
Zoe sorriu, seus olhos azuis brilhavam com humor.
- Por causa da cláusula de sem devolução' no nosso acordo de amizade. E também, você sabe que não adianta tentar se livrar de mim, eu sempre volto.
Seus lábios se contraíram.
- Okay baixinha.
- O que vocês, quando eu digo vocês é só o Davi, vão fazer para o jantar? - ela perguntou descaradamente.
- Não sei, vamos pedir alguma coisa - Helena disse antes que Davi pudesse recrutar.
- Ótimo, estou com fome.
- Cara de pau - Davi disse antes de ir para a cozinha.
Depois de um jantar cheio de risadas e provocações, Zoe foi embora. Após um boa noite cada um foi para o seu quarto, dormir. Ambos estavam exaustos.
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15/01/17
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