Capítulo 34

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Quando jantar havia terminado, César lembrou a todos que em cinco dias iriam viajar para a Itália e não iria aceitar nenhuma desculpa.

- Que tal aproveitarmos a carona, e passar nossas férias na Itália? - Davi perguntou quando já estavam dentro do carro.

- Acho uma idéia maravilhosa - Helena respondeu. - Davi, você poderia me levar para meu apartamento?

- Por quê? Precisa pegar alguma coisa de lá?

- Na verdade, preciso de um pouco de espaço. Estou me sentindo muito pressionada.

- Eu estou te pressionando?

- Davi, por favor, só preciso pensar.

Mesmo contrariado, ele concordou em deixá-la em seu próprio apartamento.

Quando Helena chegou a sua casa, estava exausta e solitária. Uma parte dela pensava que talvez devesse ter voltado para o apartamento de Davi, pelo menos não ficaria sozinha.

Sem nada para fazer, resolveu assistir a um filme, suas pálpebras se fecharam lentamente.

Acordou com o barulho da campainha da porta. Ainda anestesiada por causa do sono, levantou-se cambaleando.

Abriu a porta automaticamente sem ver quem era.

- Oi vadia!

Ela tentou fechar a porta, mas era tarde demais. Douglas Bishop entrou em seu apartamento, ódio estava estampado em seu rosto.

- Achou mesmo que eu te deixaria em paz depois de tudo, não é mesmo? - ele fechou a porta atrás dele. - Está na hora de acertamos nossa conta.

Helena o olhou espantada, gelada de medo.

O que esse homem estava pretendendo?

- Você ferrou com a minha vida - ele foi chegando tão perto que Helena foi obrigada a se afastar. - Não vou deixar por isso mesmo.

Helena fez menção de correr para o quarto, mas Douglas a pegou pelo braço, a jogando contra a parede. Ela estava tremendo de medo.

- Você me arruinou, vadia. Minha esposa vai se divorciar, meu filho me repudiou, as ações da minha empresa estão caindo, e os acionistas que restaram não me querem mais como presidente. Tudo por sua causa e daquela outra vadia! E eu nem tive tempo de aproveitar ela. Você vai pagar!

- Saia do meu apartamento.

Tudo o que ela obteve foi um sorriso de escárnio como resposta. Helena tentou se desvencilhar do aperto dele. Mas Douglas era mais forte e apontou uma arma para Helena. Ela queria gritar por socorro, mas tinha certeza de que acabaria o irritando ainda mais.

Mantenha a calma, converse com ele e procure um meio de fugir - disse sua consciência. Parecia impossível ficar calma com uma arma apontada para sua testa, mas, mesmo assim, tentou.

- Douglas, por favor, me escute, eu não fiz nada.

- Fez, fez sim. Arruinou minha vida - ele falou convicção agitando a arma. - Você vai pagar por ter me feito de palhaço.

Ele estava ficando cada vez mais perigoso.

- Por que não nos sentamos e conversamos, tenho certeza de que se a gente conversar, vamos chegar a um acordo - ele não a soltou, mas o aperto em seu braço abrandou. - Você aceita alguma coisa para beber? Café, água, chá ou quem sabe um suco? Sei que está muito nervoso, eu também estaria no seu lugar.

Enquanto falava, pensava desesperadamente numa rota de fuga. A porta da sala não estava trancada. Se pudesse chegar até lá...

- Acho que vou querer um café - Douglas disse a soltando, mas ela ainda estava na mira da arma.

- Então venha, vou preparar - Helena o guiou até a cozinha. Ligou a cafeteira e esperou.

- Por favor, sente-se.

Douglas sentou em um dos acentos do balcão, ele ficou brincando com a arma.

- Talvez, seja melhor chamar meu sócio, ele pode nos ajudar a resolver essa situação.

- Ajudar? - ele inclinou um pouco a cabeça. Era óbvio para Helena que ele tinha algum desequilíbrio mental. - Pode chamá-lo.

Respirando fundo, ela pegou o celular que Douglas estendeu, ele observava todos os seus movimentos. Helena discou o número e esperou.

- Alô? - Davi atendeu. - Quem é?

- Sou eu, Helena.

- Olá querida. De quem é esse número? Já está sentindo nossa falta?

Ele não sabia o quanto.

- Sim. O telefone é de Douglas Bishop. - Helena estava tentando manter a calma. - Ele está aqui comigo e quer conversar conosco.

Ela escutou os xingamentos de Davi.

- Fica calma! Ele está armado?

- Sim - ela engoliu em seco. - Você pode vim para cá, por favor?

- Claro, vou ligar para a polícia. O mantenha ocupado!

- E como você sugere que eu faça isso?

- Não sei, só tenha cuidado.

Ela desligou o telefone.

- Obrigada - agradeceu e devolveu o telefone para Douglas que continuava a observando. - Ele já está vindo.

Ela se espantou quando a cafeteira apitou.

- O café está pronto - anunciou ao servir uma xícara. Por mais louco que possa parecer, ela teve uma idéia. Quando aproximou a xícara de Douglas jogou o líquido quente sobre ele. Douglas gritou e Helena viu a oportunidade. Tentou pegar a arma, mas ele percebeu o movimento.

Ambos tentavam desesperadamente ficar em posse da arma. A luta continuou, até que eles paralisaram quando a arma disparou.

Douglas olhou para Helena que o encarou de volta. 

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01/04/17
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Adorável PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora