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Helena respirou com dificuldade, o som do disparo ainda ressoava em sua audição.
Droga.Apesar de todos os seus instintos mandarem procurar qualquer ferimento pelo seu corpo, ela não largou a arma, até que sentiu algo escorrendo pela lateral de seu tórax. Douglas aproveitou o momento de distração de Helena para puxar a arma para si. Ao fazer isso, ela foi empurrada com força de encontro contra a parede.
Ela sentiu uma forte dor na parte traseira das costas e da cabeça.
- Olha o que você fez! - Douglas pegou uma pouco de seu cabelo e puxou com força. - Eu tinha planos para você.
Helena estava zonza demais para entender o que ele estava falando. Olhando para baixo, viu sua blusa sendo encharcada de um líquido vermelho. Sangue.
Douglas se assustou com o barulho de batidas na porta.
- Helena! Está tudo bem? Abra a porta. Eu chamei já a polícia.
Ela estava meio fora de si, mas mesmo assim escutou a voz de sua vizinha intrometida.
- Droga - Douglas murmurou. - Parece que não teremos tempo para diversão, talvez na próxima vez.
Helena sentiu outra forte dor na cabeça. Ela rapidamente perdeu a consciência.
Davi dirigiu como um louco deixou Nina com uma vizinha e praticamente saiu correndo. Mas não sem antes ligar para a polícia.
Chegando ao prédio de Helena, ele encontrou vários carros de polícia, uma ambulância, por sorte ainda não havia nenhum jornalista a vista.
Ele se aproximou a passos largos da área interditada que era à entrada do prédio.
- Senhor! O senhor não pode passar - um policial entrou em seu caminho. - Não se aproxime.
- Oficial, o senhor não entende...
- O senhor que não entende. Estou fazendo meu trabalho. Se insistir, terei que prendê-lo por obstrução de justiça e desacato a autoridade.
- Eu conheço meus direitos. Minha noiva está dentro desse prédio e pode está em perigo. Agora, me deixe passar.
A mentira saiu facilmente, Helena não era sua noiva, ainda. A paciência de Davi estava por um fio. Não importava se fosse preso contando que Helena estivesse bem.
- Afaste-se senhor.
Davi ia recrutar, mas percebeu uma movimentação na entrada do prédio, antes dos paramédicos saírem empurrando uma maca.
Ele se livrou do policial e se aproximou da maca. O que viu o fez perder o fôlego.
Helena estava coberta de sangue, respirando por um tubo de ar enfiado em sua garganta.
- Me diga como ela está! - ele segurou um dos paramédicos pelo braço, o impedindo de continuar.
- Senhor, se acalme e me solte. O senhor conhece a paciente?
- Sou o noivo dela.
- Entendo. O senhor gostaria de acompanhá-la? Tenho certeza que os policiais vão querer interrogá-lo.
E foi o que aconteceu. Davi contou sobre o telefonema assustado de Helena, contou sobre a invasão de Douglas e sobre a batalha judicial que haviam travado dois de atrás e que Douglas havia perdido.
Davi tinha certeza que quando encontrasse Douglas, dessa vez ele não iria se livrar com trabalho voluntário, ele iria para a prisão. Davi faria questão que Douglas fosse acusado de tentativa de homicídio, invasão domiciliar e agressão e mais alguns outros delitos.
Na sala de espera, ele pensava em maneiras de condená-lo, se pensasse em Helena naquela situação, ficaria desesperado.
Ele preferiu ficar sozinho, e não ligar para a família. Se eles ainda não tivessem descobrindo, ele ligaria mais tarde.
Quando o médico saiu para falar com ele, foi bombardeado por inúmeras perguntas.
- Acalme-se um pouco. Sua noiva sofreu um leve traumatismo craniano, que não deve causar problemas. A bala passou de raspou pelo seu tórax, não ficou alojada, o máximo que fiz foi esterilizar e dar alguns pontos.
- Obrigado.
- O senhor como parente mais próximo deve assinar um termo de autorização. Antes de entrar no centro cirúrgico, recebemos uma notificação que a sua noiva deveria ter feito seu exame de rotina semana passada, aproveitamos que já estávamos lá e colhemos o material. Dentro de algumas horas deve sair o resultado.
- Espere um pouco. Exame de Rotina? - Davi perguntou sem entender.
- Sim, a srta. Fernandes faz a cada seis meses um exame de hemograma para realizar a contagem de glóbulos brancos. Há mais ou menos uns três anos atrás, ela teve leucemia. O senhor não sabia?
- Não.
Ela não havia contado nada para ele.
- Desculpa. A sua noiva irá receber alta pela manhã. Logo será levada para um quarto, se quiser, pode ficar o resto da noite com ela.
Dizendo isso, o médico se afastou, deixando Davi abismado.
Pelo visto, Helena não confiava tanto assim nele.
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Ola! Gostaria de comunicar que a partir de agora tentarei ser o mais pontual possível, as postagens serão três a quatro capítulos a cada duas semanas.
Agradeço a atenção.
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Oiiii.... Você não vai sair sem deixar um voto e comentários, vai?
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18/04/17