Quando o ar frio da noite atingiu seu rosto, Zoe parou de puxá-la. Elas chamaram um táxi e rapidamente entraram nele. Quando já estavam saindo do estacionamento da boate, Helena resolveu quebrar o silêncio.
- Diga-me, por que tivemos que sair de lá tão cedo?
Ela esperou pacientemente pela resposta de Zoe.
- Por que, já descobri o que eu queria, bebi e dancei um pouco. Além disso, não pense que eu não observei sua interação com o gato sexy. Você tem que ser uma mulher difícil. Difícil é muito mais excitante para os homens do que uma mulher fácil e pegajosa e desesperada, você não concorda?
- Sim, mas...
- Mas nada. Em breve, você irá me agradecer.
- Hum.
- Além disso, tenho que ganhar uma aposta... - Zoe fez uma careta. - Oh, merda. Eu falei demais, não é?
- Aposta?
- Esquece, não é nada demais...
- Zoe... que aposta? - Helena estava tentando manter a calma. Era de conhecimento geral que a família Kingsley e seus associados adoravam apostar. Apostavam em qualquer coisa e nos últimos três anos, parecia que tinha virado uma tradição. O que ela não entendia, era o que sua vida amorosa tinha a ver com isso.
- Não fica com raiva...
- Zoe!
- Está bem, nós apostamos em quanto tempo, você e Davi vão levar para perceber que se amam.
- Como é?
- Querida, fala sério. É óbvio para todos que vocês se amam só não querem admitir. Ah e a idéia foi toda da Carolina - Zoe entregou.
- Quando começou? Davi sabe? - ela perguntou friamente. Eles não tinham o direito de ficar apostando em seus sentimentos.
- Começou há uns quatro meses atrás, logo depois da festa de aniversário de Alex e Ella. E não, Davi não sabe.
Elas passaram o resto da viagem para casa em um silêncio desconfortável, cada uma no fundo de seus próprios pensamentos. Chegando ao prédio de Davi, ela se preparava para descer quando Zoe começou a falar.
- Eu sei que você está chateada, mas nos perdoe - Helena ficou quieta. - Ah, por favor, não conte para ninguém sobre Gisele e seu namorado.
- Por quê? - ela estava curiosa.
- Não precisamos que a notícia do relacionamento dela vire o pivô da Terceira Guerra mundial.
Helena compreendia, ela se despediu com um simples '' tchau '' e caminhou pela entrada do prédio. Ela abriu a porta do apartamento, entrou o mais silenciosamente que pôde. Tudo o que precisava era de uma boa noite de sono e um ou dois Advil quando acordasse. Mal teve tempo de tirar os sapatos antes de se jogar na cama de roupa e adormecer.
Era cedo, quando Helena teve a sensação que a sua cama estava vibrando debaixo dela.
- Está havendo algum terremoto? - perguntou com a voz abafada pelo travesseiro.
- Não - Davi respondeu alegremente.
- Então a menos que o apartamento esteja pegando fogo, vá embora!
- Acorde! Vamos, Lena, levante-se! Temos planos para hoje.
Ela gemeu, mas não levantou e muito menos abriu os olhos.
- Que dia é hoje?
- Sábado.
- Sábado é o dia feito para dormir.