Capítulo 2

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Helena Vieira-Fernandes estava entediada. Quem poderia imaginar que o belo homem a sua frente poderia ser tão chato ou tão narcisista?

- Você compreendeu?

- Claro! - ela murmurou distraída. Por que ela tinha aceitado sair com ele?

Culpa de Davi! Foi ele que tinha insistido para ela sair com aquele cara.

Ela olhou casualmente para o relógio e percebeu que tinha passado apenas 30 minutos. Com ele parecia uma eternidade. Silenciosamente amaldiçoou Davi.

Como uma resposta à sua maldição, o telefone celular dela tocou na bolsa.

- Eu sinto muito, mas preciso atender.

Ele fez uma carranca por ter sido interrompido.

- Alô?

- Lena, me ajude!

- Davi? O que está acontecendo?

- Venha para cá, por favor, é urgente! - ele disse baixinho.

- Estou indo.

Ela desligou o telefone, e encarou o homem.

- Tomás, eu tenho que ir, sinto muito.

Algumas desculpas depois e ela saiu correndo do restaurante para o ar frio de Nova York.  Livre afinal, ela pensou com um sorriso em seu rosto enquanto alegremente pulava em seu carro e ligava o rádio. Ela fez o caminho para o apartamento de Davi.

Helena escutou o choro de um bebê assim que saiu do elevador, Davi não tinha vizinhos então o choro só podia está vindo do apartamento dele.

Ela se apressou e abriu a porta com sua chave reserva e encontrou Davi sentado no chão com uma criança só de frauda de pé a sua frente.

- Nina, me dê o celular - ele estava com a mão estendida.

A criança tentou bater com o celular no chão. Davi o pegou de sua pequena mãozinha.

A menininha olhou para ele e ficou com os lábios trêmulos, sinal que ia começar a chorar a qualquer momento.

- Não chore! Aqui, pode ficar!- ele estendeu o celular. Mas já era tarde demais. A garotinha abriu um berreiro.

Davi pegou a criança que se debatia no colo e começou a sacudi-la. Se a situação fosse outra, Helena acharia engraçado.

Ela limpou a garganta. Ele se virou com uma expressão de alívio.

- Lena, me ajuda, por favor.

Ele depositou a criança nos seus braços. De repente, estava olhando para um surpreendente par de olhos verdes. A criança soltou um soluço.

Helena deu um sopro no rosto do bebê. Ela parou de gritar e abriu os olhos úmidos de lágrimas. Olhou firme para Helena, e seu lábio inferior se projetou como se estivesse se armando para outro berreiro.

Pegou seu celular e balançou na frente da garotinha, que se esticou para pegá-lo.

- da - ela balbuciou.

- Você quer?

- da.

Helena entregou.

- Obrigado. Não sei o que seria de mim sem você - disse Davi.

- Você não seria nada! Agora me responda, de quem é esta criança?

- Minha.

- Sua?

- Sim, esta é Nina Harris-Kingsley, minha filha.

- Desde quando você tem uma filha?

- Desde hoje a noite, ela tem um ano e seis meses - ele respondeu sentando no sofá e fechando os olhos. - É uma história bem comprida!

- Tenho tempo.

Nina começou a ficar inquieta, Helena a colocou no chão. Com passos lentos, ela caminhou até seu pai e estendeu os braços. Davi a pegou e a colocou no colo.

- Você poderia pegar a mamadeira que está dentro da geladeira? - ele perguntou.

Helena foi a cozinha e abriu a geladeira pegando a mamadeira e a colocou no microondas.

- Você não deveria provar antes de dar para ela?

- Provar?

Ela revirou os olhos.

- Quando você preparou essa mamadeira?

- Não fui eu. A assistente social deixou pronta antes de sair.

- Vai me contar o que está acontecendo?

- Senta, - ele indicou o sofá, antes de colocar a mamadeira ao alcance da criança. Davi explicou a situação.

- Deixa eu ver se entendi! Você teve uma namorada chamada Darla, vocês terminaram e ela escondeu que estava grávida. Agora, ela morreu e você descobriu que tem uma filha.

- Exatamente.

- O que vai fazer? - ela perguntou.

- Não sei! Você vai me ajudar?

- Ah, não! - Helena protestou. - Ela é problema seu.

- Você iria me abandonar numa hora de necessidade?

- Sem dúvida.

- Deixaria um pobre bebê indefeso aos meus cuidados?

Helena adorava crianças. Cuidava dos filhos de Carolina quando a babá estava de folga e ela precisava sair.

- Isso não é justo - reclamou, sentindo-se encurralada.

- Lena - ele sorriu, entregando-lhe o bebê. - Não sei nada sobre crianças. Além do mais, será por pouco tempo. Só até encontrarmos uma babá.

Incapaz de resistir, ela aceitou Nina e olhou para o rosto sonolento.

- Por quê? Chama a sua mãe.

- Você é minha melhor amiga, e não posso chamá-la, ela já acredita que sou um irresponsável - ele disse, Nina cansou de ficar quieta e começou a chorar. - O que será que ela quer?

- Verifique a fralda dela. Você não irá dizer a ninguém que tem uma filha?

- Eu vou, mas no sábado, primeiro temos que nos conhecermos. E como se verifica a fralda?

Helena suspirou isso daria mais trabalho do que ela imaginou.
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Adorável PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora