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Capítulo grande, boa leitura 😘.

-Não acredito... - Rebeca sussura, olho pra frente vendo Matt, e Theo encostado no carro do Matt, e os amigos deles os cercando.

-Vamos. - digo pegando o seu braço e a guiando até o meu carro.

-Que foi, ficou com medinho nerd? - ouço Matt gritar.

-Não aceitou ser trocado é? - digo já me irritando - Cara, na boa, você é um grande merda. - digo fechando a porta do carro e me apoiando na mesma, Rebeca entrou no carro.

-O que você disse?- diz vindo em minha direção.

-Você ouviu. - falo calmo e dou um sorriso irônico, e Matt revida com um soco. -Cara... você vai se arrepender. -digo com a mão no canto da minha boca, a olho e vejo sangue nela. Dou um soco no mesmo fazendo ele cair no chão.

Ele se levanta, não diz nada só corre em minha direção, quando se aproxima, fecha os seus braços em volta de minha barriga, me jogando contra o chão. Começa a distribuir socos pelo meu rosto, eu me defendo com meus braços sobre minha cabeça, em um súbito o jogo pro lado, e dou três socos em seu rosto, e o mesmo parece estar desacordado. Me levanto cansado quase que caindo, e vejo Rebeca vindo em minha direção correndo, em um eco ouço a sua voz desesperada que parece estar em câmera lenta.

-Isaac.... Isaac. - diz desesperada, mas ainda assim quase não a escuto.

Ela para e olha pra trás de mim e arregala os olhos. No mesmo instante sinto algo forte em minha cabeça, e sinto o grande impacto do meu corpo colidindo com o chão. Esta tudo preto, começo a abrir meus olhos devagar, dando pequenas piscadelas. Vejo a Rebeca ajoelhada do meu lado, vejo a mesma falar algo, e ela parece estar chorando, mas não tenho certeza, minha vista está embasada e não escuto nada, está tudo confuso, não sei se já se passou muito tempo depois que caí, ou se acabei de cair. Mas começo a ouvir sons distantes, de pessoas gritando ou comemorando, não sei. Começo a recuperar minhas forças, coloco minhas mãos no chão e tento dar um impulso para me levantar, mas caio, tento mais uma vez, e dessa vez vou com calma.

-Isaac, já chega, vamos pra minha casa. - ouço Rebeca me repreender.

-Não. -falo com a voz arrastada, como se estivesse bêbado, e faço um gesto com a mão. -isso não acabou.

Vou andando em direção ao Matt que esta andando até o Theo com a mão erguida, começo a andar um pouco mais rápido, pois não consigo correr, e fecho meus braços em sua cintura, o empurrando contra o carro, ele se vira e eu começo a distribuir socos pelo seu rosto, ele consegue erguer os braços, protegendo sua face, então desço pro abdômen, primeiro na barriga, logo depois mais acima, nas costelas. Com toda a força que ainda tinha, dei um último soco, que pareceu ser em câmera lenta, e no mesmo instante, ouço um estalo, provavelmente o som de sua costela quebrando, me afasto e ele cai, me viro e vou andando até o carro, com muita dificuldade, quase caindo a cada passo, entro e espero a Rebeca, logo que ela entra, arranco com o carro pra casa. Estaciono o carro na frente da mesma.

-Vai querer entrar? - pergunto com a voz cansada, fazendo em seguida uma careta por causa da dor.

-Você deveria ter parado, você poderia ter se machucado mais, sabia? - diz séria e vejo uma lágrima rolar pelo seu rosto.

-Eu disse que sei me cuidar, não se preocupa ta, vem, vamos entrar. - digo já saindo do carro, ela também sai, e me ajuda a andar até a porta de casa.

Com dificuldade procurei a chave de casa, e a deixei cair, Rebeca a ajunta e abre a porta, mando ela ir pra sala enquanto pego os primeiros socorros.

-Meu filho, o que aconteceu - Maria pergunta preocupada, ela trabalhava lá em casa desde o tempo que minha mãe era viva.

-Não foi nada, cade a caixa de primeiros socorros? - tento esconder a dor.

-Deixa que eu pego pra você, vai descansar.

-Vou estar no quarto de hóspedes. - digo um pouco baixo, pra Rebeca não escutar.

-Vamos pro meu quarto? - digo entrando na sala.

-ta, as coisas estão lá? - pergunta normal.

-Não, Maria vai levar. - digo fazendo um gesto com a cabeça para ela me acompanhar.

Chegamos no quarto, onde ela olhou o mesmo e não pareceu nenhum pouco feliz.

-Que foi? - pergunto vendo sua expressão.

-Sério isso? - diz se virando pra mim. - Sério que você não confia em mim, nem sequer para mostrar o seu quarto de verdade? - diz irritada.

-Rebeca, não é isso, é que você não entenderia. - digo passando as mãos no meu rosto.

-Por quê?

-Nada, você só não entenderia. - digo já cansado do assunto.

-Tudo bem, já vou indo. - diz passando pela porta do quarto quase correndo e eu a puxo pelo braço, fazendo com que a mesma se virasse em minha direção, e nossos corpos ficassem muito próximos.

-Eu só, você só -digo aproximando meus lábios dos seus. - Não acho que seja uma boa idéia. - digo me arrumando e me afastando.

-Por quê? - diz tentando não mostrar que ficou constrangida.

Cansado de ouvir ela insistir para ver meu quarto, pego as chaves que estavam em meu bolso e vou andando rápido até ele. Abro a porta com força, e Rebeca arregala os olhos atrás de mim, ela entra devagar no quarto, acende a luz, e começa a caminhar devagar pelo quarto, abre uma porta e vê o boneco de luta e os outros equipamentos, passa por eles apoiando o dedo no boneco de luta.

-Por que não queria que eu visse isso?

-Achei que você acharia estranho, só isso. - digo normal.

-Não achei, mas, porque no seu quarto? Porque não fez em alguma outra área da casa?

-Por que não queria que ninguém visse, faço isso só pra me livrar da raiva.

-Por isso você briga tão bem. - disse como se descobrisse algo colossal.

-Aham. - o silêncio reinou por um bom tempo, até que ela o quebra.

-Porque sente tanta raiva? - pergunta voltando pro quarto e se jogando na cama. - Não é por minha causa, é? - pergunta brincalhona.

-Não -digo sorrindo, e fechando a porta, da onde ficava os equipamentos -, é uma longa história.

-Temos tempo. - diz curiosa.

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