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    Quando vi Rebeca, fiquei sem fôlego, ela parecia um anjo, com aquele vestido. Na verdade, um anjo dominador. Que provavelmente iria me domar.
    No que estou pensando?! Afasto esses pensamentos.

-V-você esta linda, Rebeca. - digo nervoso. Droga.

-Você também Isaac. - diz gentil.

   Fomos sem pressa para o salão onde seria o baile, seria tranquilo, iria dançar com ela, me divertir. Ser feliz, um pouco.
    Chegamos ao salão, estava tudo decorado, músicas altas e tinha alguns jovens já bêbados.
A festa de homenagem aos alunos ainda não começou, seria daqui a pouco - o que não me importava, quem vai ser o rei e a rainha do baile, muita coisa inútil -, não demoraria muito, teriam discursos dos diretores, e de alguns professores, depois seria feito a escolhas.
 

  Deixei o carro no estacionamento, sai do carro, e fui até o outro lado. No qual vi que Rebeca já estava abrindo a porta para sair. Abri mais a porta e fiz um sinal de negação. Estiquei minha mão em sua direção, e ela apoia a sua com delicadeza sobre a minha. Saiu do carro com calma, e arrumou o vestido, fechei a porta e dei meu braço pra ela.

-O que você acha? -pergunto me referindo a festa.

-Alguns vão se arrepender pela manhã -olha pra uma garota que esta, bêbada (provavelmente muito bêbada, ou drogada), e  dando em cima de 3 garotos. Que claro, não vão perder a oportunidade de foder com a garota. -Mas outros provavelmente, vão se dar bem. -Olha pra um garoto de óculos que tem um sorriso bobo no rosto, olho mais a frente, e vejo uma garota, muito bonita, se aproximar dele.

-Que fofo. -digo com um pouco de sarcasmo.

-Muito fofo. -diz sorrindo, acho que sem ao menos perceber. O quão linda ficará observando a alegria do garoto, por ver a amada. Era maravilhoso, diria que até mesmo, algo divino.

-Você fica tão linda assim. -sussurro em seu ouvido, e ela ao mesmo tempo me fita surpresa, e cora ao mesmo tempo. Não diz nada, só volta a olhar pra frente e continua andando.
 

  Entramos no salão do baile, a guio até uma mesa onde nos sentamos. Passaram alguns minutos que ficamos em completo silêncio, somente ouvindo a música e observando o ambiente em nossa volta, até que falo.

-Ta gostando? -ela me olha, e então sorri.

-Acho que poderia ser melhor. -diz sorrindo, e ergue uma sobrancelha.

-Ah claro, desculpa -falo meio sem jeito-, Quer dançar? -fico de pé e dou minha mão para ela.

-Claro, senhor Isaac. -diz brincando, pega em minha mão e fomos para o meio da pista de dança.

  Estava tocando uma música agitada, ela dançou animada e eu só a acompanhei. Ela erguia as mão pra cima e dançava conforme a música, cada movimento, parecia ensaiado. Como a pista estava quase cheia, ficamos bem próximos, o que pra mim, não foi incomodo. Ela parecia estar se divertindo muito, e eu também estava, por ela.
    Quando a música acabou, começou a tocar Photograph-Ed Sheeran. Ela colocou os braços ao redor do meu pescoço, e me olhou bem nos olhos, eu não pude deixar de admira-los. Seu rosto, era tão angelical, as vezes duvidava que ela era real. Coloquei minhas mãos em sua cintura. E dançamos conforme a música, com pouca distância entre nós, nos movimentamos devagar, sem parar de olharmos um nos olhos do outro, ela pareceu querer falar algo, então seus lindos olhos tomaram um ar triste. O que realmente doeu em mim.

-Quer me falar algo? - perguntei baixo, ela só fez um sinal de negação.

-Só quero dançar. -falou normal e sorriu.

   Continuamos dançando e nem percebi que a música já tinha acabado, simplesmente continuamos dançando, como outros casais. Algum tempo depois -não sei se passaram alguns segundos ou vários minutos, perdi a total noção do tempo-, começou a tocar " I Hate U I Love U" - Olivia O'Brien, já estava navegando naqueles olhos, tão cativantes e profundos. A puxei pra mais perto, não deixando quase nenhum espaço vago entre nós. Ela continuou me fitando, já podia sentir a respiração dela, ela era consideravelmente mais baixa que eu, mais os saltos a fazia ficar quase da minha altura. Enquanto nos movimentamos de um lado para o outro, devagar, ela deitou a cabeça em meu ombro, e era tudo o que queria, poder sentir ela em meus braços, sentir que poderei a proteger... pra sempre.

-Eu amo isso. -sussurrou em meu ouvido.

-Eu te amo... -falei tão baixo que quase nem eu mesmo escutei, e no fundo, queria que ela também não tivesse escutado.

   Fomos interrompidos pela diretora do colégio, que estava no palco do salão.

-Alunos, queridos alunos, vamos fazer as escolhas do rei e da rainha do baile, como todas os anos anteriores, não vamos perder a tradição, não é mesmo? -deu uma pausa, e olhou em um envelope- esse ano iremos fazer diferente, vamos escolher três casais, pois eles tiveram o mesmo número de votos. -alguns vaiaram outros comemoraram, eu não fiz nada, Rebeca só sorriu animada, enquanto se sentava a mesa.

-Bem, vamos escolher as rainhas, primeiro as damas, né garotos -disse rindo - Melissa Zirien -alguns alunos aplaudiram, e a menina foi até o palco - Myndi Thomas e Rebeca Marshall - fizeram o mesmo com as duas -Agora, os cavalheiros que iram as acompanhar, Martin Cauen, como par da Myndi -eles eram namorados, ele foi até lá, e a beijou - Isaac Marchesin, como par da Rebeca, que lindo casal -não queria ir, mas a Rebeca estava me olhando tão animada, que não pude deixar de ir - Max Thousand, como par da Melissa. Todos formam lindos casais, não é mesmo? -eles colocaram coroas improvisadas em nossas cabeças -Agora, a dança dos reis e rainhas do baile, espero que todos tenham gostado dessa festa que fizemos com tanto carinho para vocês, aproveitem.

  Fomos pro meio da pista de dança com os outros dois casais, e dançamos como antes, mas dessa vez não me contive. A beijei, foi um beijo intenso, cheio de desejo, ela hesita no começo mas logo o retribui, enquanto passava as mãos em meu cabelo, e estávamos completamente juntos, não havia espaço entre nossos corpos, nossas línguas dançavam em perfeita sincronia, o beijo era cada vez mais cheio de desejo, e diria que até mesmo cheio de paixão, e eu precisava disso. Encerramos o beijo por falta de ar, ela deitou a cabeça em meu ombro, sem demonstrar nenhum desconforto. Me pareceu que não queria se afastar de mim, nem agora, nem nunca.

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