11

191 14 1
                                    


-Tudo bem. - fala em um suspiro, e se joga na cama ao meu lado - Quando eu tinha dez anos, minha mãe falece..

-Oh, eu não sabia, sinto muito Isaac. - o interrompo, e falo gentil.

-Obrigada, ela faleceu, e bem, eu só tinha dez anos, meu pai não era tão presente na minha vida, o via 2 horas por dia, e era só, depois que ela morreu, ele se afastou por completo, e me culpou pela morte de minha mãe, sabe como é se sentir culpado pela morte da própria mãe? Como se já não bastasse a grande perda. -Falo sério.

-Não consigo nem imaginar.

-E agora, ele me dá uma grande mesada por mês, as vezes vem com uns papos de que ta arrependido, mas eu não acredito, ele não é esse tipo de cara.

-Isaac, tenta perdoar ele, eu sei que é difícil, mas, tenta, foi difícil pra ele também, ele errou, claro.

-É. - fala se levantando - vou tomar um banho, fica a vontade.

-Isaac, posso entrar? -ouço uma mulher dizer na porta do quarto

-Claro, deixa em cima na escrivaninha, vou tomar um banho, prepara algo pra Rebeca comer, por favor. -diz gentil.

-Tudo bem. -fala simpática, já saindo do quarto.

-Ela parece ser legal. -Digo logo que ela sai do quarto.

-Ela é, ela trabalha aqui a anos, desde quando eu era uma criança. -Diz indo em direção ao banheiro - já volto.

-Ta. - digo me jogando na cama de novo, e fito o teto.

Se passou uns 15 minutos e nada do Isaac sair do banho, já estava ficando impaciente, acho que acabei dormindo em algum momento. Depois de um tempo, Isaac sai do banheiro, com uma toalha enrolada na cintura, porque ele faz isso?!
Como antes, não pude evitar o olhar, o que é bonito deve ser observado, certo?! Ele entra no closet e depois de alguns instantes ele sai vestindo uma calça de moletom, e com uma blusa nas mãos, ele vem em minha direção a vestindo.

-Doendo muito ainda? -desvio o meu olhar indo pegar os primeiros socorros.

-Não tanto. - diz normal.

-Mas ainda precisa de um curativo, senta ai, vou fazer. - digo levando a caixinha até a cama.

-Muito experiente com isso? - pergunta brincalhão.

-Primeira vez que faço. - digo rindo.

-Jesus. - diz me fazendo gargalhar.

-Eu consigo ta, não deve ser tão difícil -Falo tentando parar de rir, enquanto coloco um curativo na sua sobrancelha.

-Ai - reclama-, cuidado com isso.

-Acabei, viu, eu consegui. -falo convencida.

-Obrigada, por não ter me matado. - fala e começa a gargalhar.

-Engraçadinho, ficou ótimo, o melhor curativo que já vi. - digo convencida.

-Tira uma foto, assim se lembraria pro resto da vida. - fala ainda rindo.

-Ha-ha-ha, não gostei. - me finjo de magoada.

-Vem, vamos comer alguma coisa. - fala passando o braço em volta do meu pescoço.

-Ei, não tenta me comprar com comida. -falo o fazendo rir.

-Ta funcionando, não?! - diz e eu apenas sorrio.

Fomos pra cozinha Maria tinha preparado pequenos sanduíches pra gente, comemos enquanto conversávamos sobre assuntos aleatórios. Depois voltamos pro quarto, deitamos na cama e ficamos conversando, por um bom tempo, até meu celular tocar.

-Alô

-Filha, onde você ta?

-Há, oi mãe, eu to na casa do Isaac.

-Hummm

-O que?

-Nada, se comporte, vai dormir hoje em casa?

-Claro né mãe, aonde mais eu dormiria? -pergunto fazendo Isaac rir.

-Filha, eu vou sair pra jantar com um moço, ele é muito legal sabe, você pode dormir na casa de alguma amiga, se não for dormir ai na casa do Isaac?

-Mãe!, ta, eu durmo na casa de alguém hoje. Boa noite. Te amo.

-Boa noite, se cuida, não esquece de se prevenir.

-Mãe. -ela desliga rindo.

Minha mãe era bem liberal quando se tratava desse assunto, só disse que tinha uma regra.

Não engravida, encontre um homem que preste antes.

Essa era a regra, tirando isso, ela sempre foi liberal, apesar de eu ser virgem ainda.

-Nossa -Isaac fala rindo.

-O que?

-Sério que sua mãe perguntou se você ia dormir aqui? - pergunta gargalhando.

-Sim, ela é bem liberal quanto a isso. - ele se virá e me olha.

-E você?

-Eu o que?

-É liberal quanto a esse assunto? -pergunta normal.

-Eu sou virgem ainda. - falo rindo sem pensar, quando percebo o que acabei de falar fico séria e coro, e o silêncio tomou conta do ambiente.

-Vai dormir aonde? -Isaac pergunta quebrando o silêncio.

-Não sei, não peguei a chave de casa, e - olho no relógio - mamãe já deve ter saído de casa, e não tenho amigas na cidade.

-Dormi aqui hoje - o olho assustada - calma, dormir, sabe? Você deita lá no quarto de hóspedes e fecha os olhos, e dorme, simples. -Diz irônico.

-Ha-ha sem graça, mas vou dormir aqui sim, não tenho outro lugar.

-Nossa, então, quer dizer que se você tivesse outra opção, escolheria ela? -diz se fazendo de magoado.

-Você sabe que não - digo chegando mais perto e o abraçando.

Era tão bom poder ficar assim com ele, sem malícia, sem nada, só sentir ele. Ele me abraça me puxando mais para si, e nesse momento me senti mais segura do que nunca, não sei como, mas sei que ele me protegerá de qualquer mal que possa me acontecer. Ele e mais ninguém.

Colega De Classe Onde histórias criam vida. Descubra agora