two fingers

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Ariana POV

E então eu contei. Contei pra ele sobre meu pai não ter sido o melhor pai do mundo, mas que nunca me fez mal algum, pelo contrário. Contei também que minha mãe o traiu, não só uma vez e sim várias, e isso fez com que ele entrasse em  depressão. Depois de um ano, meu pai havia passado pelos portões do paraíso. Bom, pelo menos eu gostava de imaginar que ele foi pra lá.

Mas por que a minha mãe estaria aqui? Ela sempre odiou cidades grandes e, mesmo morando em LA, sempre ficou no interior. Por isso eu vim pro centro com o Sean, porque sabia que ela não viria pra cá. Na verdade, nem me procurar ela iria.

- Mas e se ela estivesse te procurando? Quer dizer, não pode descartar essa opção. 

-Acredito que não. - Estávamos no telhado da casa da piscina. Hábitos ruins.

- Você quer procurar ela? 

Eu acendi o terceiro cigarro deste maldito dia e o traguei, me deitando no telhado e olhando para o sol se pondo. O céu começava a ficar alaranjado, assim como o esmalte em minhas unhas.

- Quero procurar alguma coisa hoje. - Justin me olhou - Mas não quero planejar o que procurar.

- Como vai saber o que está procurando?

- Eu nunca sei - me sentei e soltei a fumaça, apagando o cigarro no telhado - E essa é a melhor parte de procurar: Você nunca sabe o que está procurando, aí você encontra algo e pensa "nossa, como eu pude viver sem isso?"

- Já disse que adoro suas frases de efeito? 

Eu ri e o empurrei.

- Então vamos - disse ele se levantando

-Vamos aonde?

Ele ajeitou a jaquete que usava e me olhou com um sorriso de canto de boca

- Vamos procurar o seu grande mistério - eu sorri

***

(Opção de música: Two fingers- Jake Bugg) 

(N/A: vale a pena colocar a música, sério, não custa nada)

Justin POV

Estamos no carro, os cabelos dela balançam em minha direção e ela está com a cabeça pra fora da janela. Ela olha pra mim e ri, eu acelero com o carro, sentindo seu cheiro pelo carro: cigarro, baunilha e liberdade.

Ela canta junto ao rádio, seguindo a batida com a ponta dos dedos e erguendo a cabeça para trás.

Eu paro na praça e abro a porta pra ela. Começamos a dançar para a nossa própria platéia, ela gira, gira até ficar tonta e se apoiar em mim. Seu sorriso é largo e puro, sua pele é macia e fria, seus lábios são a perdição, e eu já estou mais que perdido.

Ela pula em cima de um banco e começa a girar, deve estar pensando que é uma bailarina, eu subo no banco e giro junto à ela. A puxo para perto e dançamos juntos. O som do carro está ecoando pela praça, somos os únicos ali.

- Vou te contar um segredo - Ele se aproxima de meus ouvidos - As coisas mais bonitas na vida estão entre acender um cigarro e dançar por aí. A vida é bonita, Justin, linda.

Depois fomos para casa e bebemos no telhado. Ela me contou sobre astrologia, eu a mostrei minha constelação favorita. Ela me disse que seu pai já foi policial, eu a mostrei minha arma nova. Ela me contou que fez uma tatuagem, e eu ri quando ela percebeu minha tatuagem no rosto.

Ela me disse que o céu não teria utilidade à noite se não tivesse as estrelas. Eu disse que me perderia se ela não iluminasse meu caminho.

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Maratona? OPA



Save me from myself  {Jariana}Onde histórias criam vida. Descubra agora