Capítulo 8

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Jade.

Dormi durante duas horas e acordei no susto pois estava em cima da hora. Abri meu guarda-roupa e pus as mãos nos lábios indecisa.

Peguei uma calça jeans de lavagem escura que eu nunca havia usado, uma blusa preta  colada que contornava meu pescoço e um vans preto.

Tomei um banho rápido, me vesti, passei o hidratante e me perfumei. Deixei meu cabelo solto em ondulações, fiz uma maquiagem para a noite com direito a batom vinho e delineado gatinho.

Desci as escadas e me despedi de Rosa que havia acabado de chegar do trabalho. Júlia já me esperava.

- Como sempre pegando o carro escondida do Dimenor... - Gargalhei e ela me deu língua.

- Tô louca para fazer dezoitão e tirar a droga dessa carteira de habilitação. - Ri.

- Onde é esse baile? - Perguntei curiosa.

- Vidigal. - Disse e eu assenti.

***              

Chegamos no pé do morro e já era possível ouvir o som estrondoso do funk. Júlia parou o carro perto da onde o baile rolava e dalí fomos andando.

Era aberto, diferente de muitos bailes que eu já tinha visto. O que deixava tudo mais lindo era a vista de toda a favela, as luzes lindas formando uma imagem só.

- Vamos encontrar a Malu... - Júlia gritou por conta do som alto.

- Ela está aqui? - Ela assentiu.

- Hoje é aniversário do chefe daqui, então a maioria das pessoas do nosso morro veio. -  Ela disse e saiu do meu campo de vista.

Na única oportunidade que tenho de ficar longe do Gabriel ele está, ótimo, não podia ficar pior, obrigada Júlia.

Vi uma mesa com algumas cadeiras, logo tratei de sentar. Fiquei observando as roupas e o jeito de cada pessoa, eu gargalhava sozinha, era cada coisa que passava...

Senti alguém tocar as minhas costas e dei um pulo.

- Calma moça. - Riu irônico. - Está devendo?

- Você me assustou! - Ponho a mão sobre o peito encantada com a beleza daquele homem.

Ele tinha cabelos negros, pele cor de jambo e um físico maravilhoso, era lindo demais, parecia um verdadeiro deus grego.

- Desculpa princesa. - Beijou minha mão. - Prazer, Eric.

- Jade. - Sorri envergonhada.

- Que desperdício uma mina dessa sozinha, quem foi o vacilão? - Perguntou puxando assunto.

- Que nada. - Sorri. - Minha amiga que me largou mesmo, ela sempre faz isso. - Revirei os olhos.

-Mulheres... - Riu. - O que te traz ao meu morro? - Diz me fazendo arregalar os olhos.

- É... bom... é que. - Gagueijei e ele se divertiu com o meu nervosismo.

- Precisa me explicar nada não.

Eric chegou perto de mim segurando minha cintura e me lascando um beijo inesperado. Só sei que não consegui recusar, seu beijo era tão envolvente e gostoso. Ele mordia meus lábios com tanta precisão, sua língua guiava a minha sabendo exatamente para onde ir, ele apertava minha bunda me fazendo arfar.

Sinto seu gosto sendo tirado para longe de mim.

- Porra, qual foi GT? - ele gritou rolando com Gabriel no chão.

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