Gabriel.
- Dentinho! - Chamei ele pelo rádio e ele logo retornou.
- Fala chefia. - Disse com a sua voz de malandro.
- Porra, faz um favor aí para mim meno. A Jade sumiu, preciso que tu vá até o mercado popular e pergunte se alguém a viu, sei lá, fala as características dela e diz que ela estava com uma bebê de colo. - Eu disse desesperado.
- Já é chefe, quando eu tiver notícias te passo um rádio. - Desliguei e puxei os meus cabelos preocupado.
Eu sabia exatamente o que os meus inimigos eram capazes de fazer apenas para me destruir. A essa altura do campeonato eles já descobriram sobre elas. Se o RR tocou nas duas ele ia se ver comigo, aquele filho da puta.
- Fica calmo Gabriel, as vezes ela só quis passear, sei lá pô. - Camila disse e eu balancei a cabeça negativamente.
- Ela não faria isso, eu pedi para ela me ligar se percebe-se qualquer movimento estranho. - Suspirei pesado. - Eu vou achar esse pau no cu, ele está achando que é espertinho mas eu tenho anos de experiência, se eu quiser grampeio o celular dele rapidinho. - Camila assentiu.
- E porque tu não faz isso agora? - Perguntou curiosa.
- Porque eu ainda tenho que saber quem é, não adianta nada eu só achar que é o RR. - Atravessei minha fuzil nas costas e saí sem me despedir.
Montei na minha moto e fui colar na boca. Quando cheguei lá P2 atendia alguns playboy.
- Fala chefia. - P2 fez um toque bandido comigo.
Entrei dentro da minha sala e já cheguei acendendo um beck para ficar mais tranquilo. Alguns minutos depois Dentinho chegou ofegante com algumas papeladas em mãos.
- Chefe, vim o mais rápido que eu pude.. Pelo que tudo indica a tua mina entrou no carro com um homem estranho. Eu o vi pelas câmeras do mercado e não é ninguém conhecido. - Ele disse e eu fiquei encucado.
- Eu já sei como resolver isso. - Peguei o meu celular e abri o Facebook. Uma rede social que eu tinha cadastrado mas não usava, aliás, só usava para postar vídeo e debochar dos vermes.
Abri a página da Jade e como ela não atualizava a um tempo, deu para ver todas as suas fotos antigas. Vi uma foto dela com um cara que com toda a certeza ela conheceu em Portugal.
- É ele chefia - Dentinho arregalou os olhos. - O mane que ela entrou no carro.
***
Eu finalmente havia conseguido grampear o telefone do filha da puta. Pelo que tudo indica, eles estavam em Búzios-RJ. Não seria nada fácil chegar até lá, mas foda-se, eu me arriscaria pela Jade.
Jade.
- Seu doente, o Gabriel vai te achar, será que você é burro? Ele está na vida do crime a anos.
- Cala a boca. - Deu um tapa forte no meu rosto. - Para de me desrespeitar, ô sua piranha! - Gritou.
- Não paro, não paro mesmo. - Balancei a cabeça.
- Vamos ver se tu aprende então. - Apertou o meu braço e me puxou até o que tudo indica, porão.
Lá era escuro e quente, tinha apenas uma janelinha dando visão do quintal pequeno. Octávio olhou dentro dos meus olhos e pude ver a malícia em seu olhar.
- Que saudade que eu tava de tu. - Beijou minha bochecha e eu o empurrei.
- Não encosta em mim, seu maníaco, louco! - Gritei e dei dois passos para trás.
- Grita, grita quantas vezes você quiser, ninguém vai te ouvir, que pena né? - Ironizou e algumas lágrimas rolaram sobre a minha bochecha.
Ele segurou os meus pulsos e me imprensou na parede. Beijou o meu pescoço e depois passou a língua no mesmo, desferindo alguns chupoes.
- Me deixa ir embora.. - Balbuciei, um soluço alto escapou da minha garganta.
- Quanto mais tu pedir, mais vou te machucar. - Sussurrou e mordeu o meu ombro.
Ele rasgou minha blusa com apenas um movimento brusco. Olhou para os meus seios fartos e sorriu, apertou os mesmos com força, fazendo eu gritar alto. Beijou minha boca e eu mordi o seus lábios com força. O olhei com nojo.
- Me beija de volta - Puxou o meu cabelo mas eu me esquivei. - Aé? não quer? Então tá. - Desabotuou meu short jeans rápido, me deixando apenas de calcinha.
- Seu desgraçado. - Cospi em seu rosto e ele limpou rindo. Como ele era homem e obviamente mais forte que eu, me colocou em uma movimento rápido deitada no chão.
Dava para perceber que ele estava fazendo para doer e por mas bizarro que isso seja, o satisfazia.
- É para doer mesmo. - Respondeu. - Fica de quatro, vadia!
Soltei um grunhido, mal conseguia me mexer. Ele me pegou no colo e me pôs de quatro a força. Tirou o cinto de sua calça e desferiu sobre meu corpo. Mordi meus lábios e senti o gosto de sangue chegar na minha boca. Minha pele estava dormente e eu estava prestes a desmaiar de tanta dor.
- Eu te odeio. - Gritei desesperada e ele me deu outra cintada, fechei os olhos e mordo os lábios.
***
- Existe um ditado "É melhor obedecer do que sacrificar", espero que tu tenha aprendido. - Ajeitou a sua calça e saiu do porão o trancando. Sentei e pus a minha cabeça entre minhas pernas.
Chorei, chorei e chorei.
Ele tinha acabado comigo. Minha intimidade latejava como se eu nunca tivesse transado na vida, eu estava cheia de hematomas expostos e a minha bunda ardia de tantas vezes que ele me bateu com o cinto. Meus pensamentos foram em Gabriel, será que ele viria me buscar? Será que isso seria um motivo grave para ele se arriscar? Eu joguei tudo na cara de Octávio sobre isso mas nem eu mesma tinha toda essa certeza.
Já era tarde e eu ainda estava no porão preocupada com a minha filha. Acho que o Octávio não faria nenhum mal a ela. Mas se eu pensar demais nisso posso acabar enlouquecendo, só de imaginar ele maltratando Laura acaba comigo.
A porta se abriu e eu me coloquei de pé com esperança de ser alguém para me tirar desse inferno, mas logo me decepcionei ao ver que era Octávio.
- Faz ela parar de chorar? - Ele disse descendo as escadas com a Laura em seu colo. Peguei ela rapidamente e a mesma foi aliviando o choro aos poucos quando percebeu que era eu.
- Oi meu amor... - Chorei e beijei a sua testa. A mesma fez carinho no meu rosto e adormeceu nos meus braços. - Ela comeu? - Perguntei.
- Comeu. - Disse seco. - Pedi para a empregada dar.
- Pode deixar ela aqui comigo, por favor? - Ele concordou e subiu as escadas.
Olhei para o rostinho da Laura e acariciei. Era incrível como ela me deixava tão em paz, assim como o seu pai. Cada detalhe, até seu jeitinho de dormir me lembrava ele.
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Traficante.
Подростковая литератураEle vinha, ela ia. Eram opostos que se esbarraram na estrada da vida, e sonharam. Ele buscava sempre de forma fria ser calculista, e ela lindamente sonhava. Não eram bons uns com os outros, e não sabiam andar de mãos dadas, mesmo que os caminhos sem...