Traficante.

Capítulo 23

Jade.

Vimos um filme infantil super horrível e ainda por cima a Laura dormiu no meio do desenho. Gabriel xingava a beça porque tinha gastado dinheiro a toa, eu só ria me divertindo, agora que ele iria ver o que é ter gastos com criança...

- Iai quer comer onde? - Perguntou e eu ajeitei a Laura no meu colo.

- BK mesmo. - Digo e ele assente.

Comi um sanduíche com batata e coca e ele foi de mc mesmo. Nem preciso falar que fiquei com vergonha né? Gabriel comeu cinco sanduíches de uma vez só, ainda por cima terminou o lanche dizendo que iria tomar um milk shake.

- Parecemos até um casal, não acha? - Ele perguntou e eu franzi o cenho.

- Parece, mas não somos... - Revirei os olhos e ele pegou na minha mão, olhei para ele com os olhos fulminantes. Ele riu alto atraindo alguns olhares.

- Não acredito. - Alguém gritou e eu virei para trás curiosa.

Era uma prima minha que eu não via a muito tempo. Aliás não existia muita gente na minha família, os que sobraram me odiavam e não falavam comigo. Nós éramos amigas até, mas a mãe dela era tão nojenta que fez questão de me afastar da mesma.

- Oi Mia. - A cumprimentei com dois beijos no rosto. - O que faz aqui no Rio? - Perguntei.

- Vim morar aqui... Tu sabe que era meu sonho de consumo. - Murmurou e olhou para a Laura que dormia tranquilamente no meu colo. - Quem é essa neném?

- Minha filha, Laura. - Digo. Ela arregala os olhos e depois olha para minha mão entrelaçada na do GT.

Tratei de tirar, mas ele a apertou mais ainda.

- Meu Deus, parabéns, ela é linda. - Acariciou as costas da minha filha.

- Obrigada. - Eu disse e Gabriel fez um barulho com a garganta, em sinal para que eu o apresentasse. - Bom, esse é o... - Ele me interrompe.

- Gabriel, prazer. - Deu dois beijos na Mia. - Sou o namorado da Jade. - Se segurou para não rir.

- Ah sim... - Sorriu envergonhada. - Prazer, bom já vou indo, a gente se vê?! - Concordei e ela foi embora.

- Seu ridículo. - Bato no braço de Gabriel.

- Bem que tu gostou, se não iria passar de mãe solteira... - Disse e eu revirei os olhos com sua babaquice.

- Prefiro ser mãe solteira e dar carinho, amor e afeto a minha filha ao contrário de tudo o que você já fez por ela, então trata de ficar quieto, porque tu não está com moral nenhuma para falar desse jeito comigo.

- Tá estressada hein... - Revirou os olhos.

- Quero ir para casa agora! - Digo. - A Laura precisa dormir.

- Tá. - Disse seco e saímos do shopping.

Ajeitei a Laura na cadeirinha, com todo o cuidado para ela não acordar. Sentei na frente e encostei minha cabeça no vidro da janela. Acabei dormindo, eu estava muito cansada, quando despertei estava sendo levada pelo Gabriel.

- Porra. - Gritei e ele se assustou me pondo no chão.

- Garota maluca. - Murmurou e coçou a nuca.

- Porque você me trouxe aqui? - Perguntei analisando toda a casa por fora. Era linda demais, nem parecia que era na Rocinha, por fora tinha um jardim pequeno, conservado e uma piscina no fundo do quintal.

- Porque tu vai morar comigo agora. - Disse e eu gargalhei.

- Ai que piada. - Pus a mão na barriga me contendo.