Ricardo (RR)
Tudo foi exatamente na hora certa. A melhor coisa que eu fiz foi ter posto a Camila como x9. Ela era bem sagaz! Me trazia todos os tipos de informações, por ser íntima do Gabriel. As vezes a sua consciência pesava, mas eu fazia questão de lembrá-la de todos os benefícios que teria me trazendo essas respostas.
Todos acham que estou demorando muito para atacar! Mas muita informação nunca é demais. E dessa vez nada pode dar errado, fui muito calculista, pensei em absolutamente tudo. Era a minha missão e dessa vez daria certo. Tinha que dar certo.
Irei invadir a Rocinha nessa sexta-feira.
- 120 soldados já estão na atividade chefe! - Juninho me avisou e eu sorri de lado. - Tomara que dê certo.
- Não tem como dar errado não, Juninho. - Eu disse e ele assentiu.
Peguei meu celular e disquei o número da Camila.
Ligação.
- Fala Patricinha!
- O que tu quer, RR?
- Vou mandar o papo logo! Saí da Rocinha hoje mesmo, porquê depois de amanhã já é o ataque e como prometido não quero que tu morra.
- Tá bom. - Sua voz saiu como um sussurro.Eu sabia que se desse trela demais ela desistiria de tudo e eu não correto esse risco, então apenas desliguei o telefone e agitei as pendências com os meus soldados. Estava tudo no esquema.
Gabriel.
Abri minhas novas mercadorias. Meus olhos brilharam, que saudade que eu estava daquilo tudo.
Saudades de casa, dos amigos, da minha favela.- Ae chefe, fresquinhas. - Capivara disse.
- Estou louco para estreiar em alguém. - Apontei minha pistola e ele rendeu as mãos.
- Vai com calma aí... - Eu gargalhei e ele saiu da minha sala balançando a cabeça.
Abri minha gavetinha, peguei um cigarro de e acendi o mesmo. Logo depois não me contentei e preparei duas carreiras. Estava na onda máxima.
Eu devia parar, eu sei, mas tem horas que é inevitável. Só quem já sobreviveu disso sabe. Tua mente e teu corpo pedem. Parar não é simples.
***
Eu estava preparando tudo para ir embora quando ouvi alguém bater na porta. Murmurei um entra e logo a sombra se formou.
- Saudades de mim? - Larissa me pergunto e eu a analisei. Usava um short jeans, que parecia mais uma calcinha e um top rosa. Seus cabelos loiros estavam presos em um rabo de cavalo.
Espremi os olhos. Ela não valia a pena. Não valia meu tempo. Larissa não chegava aos pés de Jade, nunca chegaria.
- O que tu está fazendo aqui, porra?! - Eu disse rude e ela sorriu maliciosa.
- Que falta de educação, benzinho... - A loira levantou seu short e sentou na cadeira que tinha em minha frente.
A encarei estressado, sua expressão continuava debochada. Ela realmente não tinha medo do perigo. Era profissional nisso, em ser uma piranha de quinta que aceita qualquer proposta por fama e dinheiro fácil. Metade dessa favela já encostou nela, disso eu tô ligada. Ela não vale meu tempo.
- Tu não tem medo, garota? Se eu quiser eu te mato aqui mesmo. - Deu de ombros.
Ela se levantou e caminhou até mim. Tirou seu short e seu cropped, ficando apenas de calcinha e sutiã. Mordi os lábios e fechei meus olhos me contendo. Aquilo era apenas uma distração, a porra de uma distração, ela não vale a pena Gabriel.
- Vaza daqui, sua piranha... - Gritei e ela beijou o meu pescoço. Eu me arrepiei todo, caralho.
- Gosta disso? - Murmurou me fazendo cair na real.
- Vai embora daqui, Larissa, antes que eu te deixe careca, sua filha da puta! - Gritei novamente, fazendo a loira estremecer no meu colo.
Ela me encarou com raiva e colocou sua roupa novamente. Dei o dedo do meio para ela, que deu uma risada sem graça.
Depois da diaba me estressar, passei o resto do meu tempo estressado. Parece que essas coisas acontecem para me tirar do eixo, para mudar o meu humor e descontar em todos a minha volta.
Eu estava tentando mudar.
Jade.
Depois de esperar horas por Gabriel em sua cama, abri os meus olhos. Como já se passavam das três da manhã eu não quis esperar mais, eu estava completamente exausta. Levantei da cama e cocei os meus olhos.
fui até o quarto em que Laura dormia e dei um beijo de boa noite na sua testa, acendi o abajur, liguei o ar e fechei a porta do quarto.
Quando olhei para trás, meu corpo todo tremeu e meu coração ficou acelerado. Gabriel me encarava sério e de braços cruzados. Seus olhos estavam vermelhos e seu maxilar travado.
- Você demorou muito... - Murmurei sorrindo e ele se manteve sério.
- Estava resolvendo umas paradas aí. - Respondeu e eu assenti dando as costas e indo para o quarto. Ele segurou o meu braço e me empurrou de leve contra a parede do corredor. Suspirei fundo. E lá vamos nós.
- O que você tem? - Perguntei e ele levantou uma de suas sobrancelhas.
- Nada, só quero beija a minha mulher, posso não? - Disse rouco. - Tô com saudades...
- Não to no clima não. - Eu disse sem paciência.
- Por que? - Ele beijou o meu pescoço.
- Gabriel, eu não quero. - Eu disse entre dentes e ele me soltou. - Porra, o que eu fiz para tu? Primeiro dia que eu durmo nessa casa e você já me trata assim? Não dá. - Ele me encarou sério e saiu andando.
Eu caminhei até o quarto pisando fundo. Deitei na cama mas o sono não vinha. Gabriel passou, nem olhou pra mim e entrou direto para o banheiro que tinha dentro do quarto.
Eu não aguentava e nem sabia lidar com as suas crises de bipolaridade. Uma hora ele era o meu sonho e na outra... parecia que eu não o conhecia. Eu me sentia como uma qualquer. Era como se estivéssemos voltando para a estaca zero novamente, como se não tivéssemos vivido absolutamente nada de novo.
Fiquei pensando em tudo que estava acontecendo em minha vida e acabei adormecendo.
AHHHHHHH:60K porra!!!Vocês são os melhores do 🌍, muito obrigada, seus lindos.❤
Me desculpem pelo capítulo pequeno, juro que vou compensar. ✨
Votem e comentem muitão.☆
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Traficante.
Ficção AdolescenteEle vinha, ela ia. Eram opostos que se esbarraram na estrada da vida, e sonharam. Ele buscava sempre de forma fria ser calculista, e ela lindamente sonhava. Não eram bons uns com os outros, e não sabiam andar de mãos dadas, mesmo que os caminhos sem...