Caio.
Chegamos no Alemão com sigilo, eu já sabia qual era o barraco que todos eles estavam. Obriguei um vapor de lá a me levar até o local, a minha sorte é que ele era novo alí e prezava mais a vida do que a lealdade ao RR.
- Vai na frente capivara! - Acenei com a cabeça e ele assentiu.
Alguns minutos depois ele voltou com o rosto vermelho, sua expressão era de pânico.
- Uma velha está com a arma apontada para cabeça do chefe, vai dar ruim! - Ele disse desesperado.
- Pô capivara... Porque tu não tomou iniciativa seu filho da puta? Assim não dá caralho! - Suspirei e corri até o barraco.
Ouvi um disparo e o meu coração acelerou, distravei a arma que estava na minha cintura, arrombei a porta e adentrei naquele local. Fui disparando contra o ombro de Juninho que dessa vez estava imobilizando Rebecca, ele caiu no chão e a mesma saiu correndo pela mesma porta que eu entrei.
- Vamos embora meu parceiro, a essa altura já desconfiaram. - Ajudei Gabriel a se levantar.
Um sorriso brota nos meus lábios ao ver a cena de Juninho e RR agonizando com a própria dor. Caíram na própria cilada, cuzoes.
- Você me paga Gabriel. - RR balbuciou se arrastando no chão .Ele tentou pegar a sua pistola mas eu chutei ela para longe.
Ajudei Gabriel a levantar e o mesmo gemeu de dor assim que encostou o seu pé no chão. Aos poucós ele se acostumou e envolveu um de seus braços em meu ombro se apoiando completamente. Saímos daquele lugar deixando os vermes para trás.
Na esquina ao lado Dimenor nos esperava com o carro. Ele acenava com a cabeça para andarmos mais rápido pois tinha soldado do alemão se aproximando.
Os vermes já estavam metendo bala no carro, o vidro se quebrou e Dimenor fez uma manobra tentando impedir de acertarem no pneu. Abaixei com Gabriel no banco de trás.
- Acelera Dimenor! - Gritei e ele me obedeceu.
Gabriel.
Minha mãe olhava no fundo dos meus olhos com aquela arma apontada sobre mim. Meu peito subia e descia por conta da minha respiração acelerada.
Ela engatilhou e desengatilhou umas três vezes, o barulho a deixava ainda mais nervosa. Ela abaixou a arma, me olhou confusa e depois mirou no Ricardo. Ouvimos o disparo, ela tinha o acertado no peito.
Ele ajoelhou e pôs a ponta de seus dedos no local afetado. Logo depois olhou o seu sangue sem acreditar no que havia acabado de acontecer.
- Vagabunda, tu vai morrer! - Juninho gritou dando uma coronhada com a arma na cabeça da mesma.
Ela não desmaiou, apenas ficou tonta. Ela se apoiou na parede, olhou para mim e pôs o seu dedo indicador sobre os lábios fazendo sinal de silêncio. Ela sorriu e derramou algumas lágrimas.
Ouvi um barulho vindo de fora. Olhei para a porta e a mesma foi derrubada. Juninho segurou minha mãe e encostou sua pistola sobre a cabeça da mesma. Caio olhou para Juninho e disparou contra o mesmo, ele caiu no chão e minha mãe saiu correndo para fora do barraco.
- Essa é a famosa cede de vingança. - Caio sorri malicioso apontando a arma para RR.
- Deixa ele conviver com essa derrota. - Caio franziu os cenhos mas logo após assentiu obedecendo.
Ele me puxou pelo braço e eu me apoiei em seu ombro, fui mancando com ele até o carro adentrando o mesmo. Dimenor já foi metendo o pé no acelerador.
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Traficante.
ספרות נוערEle vinha, ela ia. Eram opostos que se esbarraram na estrada da vida, e sonharam. Ele buscava sempre de forma fria ser calculista, e ela lindamente sonhava. Não eram bons uns com os outros, e não sabiam andar de mãos dadas, mesmo que os caminhos sem...