Capítulo 6

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Jade.

Eu estava na rua caçando alguma coisa para comer, hoje é terça feira e infelizmente a Rosa já foi para o seu trabalho. Sentei em uma vendinha nova que tinha de tudo um pouco. Eu estava perdida no cardápio dentre os inúmeros sanduíches que tinha.

Ouvi gritos vindo de fora, olhei rapidamente, uma menina loira me encarava de braços cruzados, ela era bem bonita mas nunca havia visto a mesma aqui pela favela.

- Então é ela? - Perguntou para a menina que estava ao seu lado. - Como é que o Gabriel me trocou por isso? - A loira diz e caminha até mim.

- Desculpa, acho que está enganada. - Digo com receio.

- Seja mulher o suficiente e admita os seus erros, que onda é esse de pegar homem dos outros? - Ela me encarou com nojo - Na hora de ficar com ele tu não foi toda educado já assim né?

- Não sei do que você está falando! - Respondi, a loira riu irônica e apertou o meu braço.

- Falsa...

- Me solta, eu não fiz nada! - Gritei sentindo a mesma puxar meu cabelo.

- Fica no sapatinho, piranha. - Esmurra meu rosto.

Fiquei com tanto ódio que parti para cima da mesma a arranhando profundamente com minha unhas grandes, puxei seu cabelo e em uma questão de segundos estávamos agarradas no chão. Soquei a desgraçada e vi a mesma agonizar pedindo para eu parar, logo o sorriso parte de seus lábios e ela esfrega meu rosto no piso da loja.

- Que porra é essa aqui? - Ouvimos uma voz e logo viramos dando de cara com Gabriel, que por sinal, estava furioso.

Podia perceber apenas por seus olhos avermelhados e seu peito subindo e descendo descontroladamente.

- Só tô dando uma lição para essa vadia, mexeu com meu homem, mexeu comigo.

- Puta que pariu. - Passa as mãos em seus cabelos. - Tu nunca vai entender que tu só é gostosa, não? Não existe relação entre nós além das quatro paredes, rala daqui sua piranha. - Ele disse e a loira levantou com lágrimas sobre os olhos.

- Tu ainda vai ser meu. - Diz possessiva. Um vapor precisou tirar a mesma de lá a força.

- Tu vem comigo. - Gabriel me puxa pelo braço.

Eu me sentia uma criança, ele me empurrava e eu andava devagar com a cara emburrada. O mesmo me jogou dentro de seu carro, no banco passageiro, dessa única vez não saímos do morro, ele me levou para uma casa normal, era bem no alto.

O caminho foi silencioso, ele não falava absolutamente nada e eu não ousava a me pronunciar. Saímos do carro e entramos naquela casa desconhecida aos meus olhos, ela era toda branca e estava vazia, sinal de que estava em construção.

- O que você estava pensando? - Grita.

- Ela que partiu para cima de mim, nem eu sabia o motivo...

- Tu tem sido ruim comigo! Tudo que eu faço me leva a você, porque será?

Sinto sua respiração perto do meu pescoço. Ele morde o lóbulo da minha orelha e aperta minha bunda com sua mão direita.

- Você de está ficando louco... - Balbucio.

- Tu quer... Admite porra. - Murmurou perto do meu ouvido.

- Você nem sabe o meu nome. - Rosnei.

- Não preciso saber quem é contanto que você me satisfaça.

- Não basta o que tu fez para mim? - Pergunto criando coragem. - Não basta ter me tratado como lixo depois de transar contigo? Não é só porque tu é o chefe da Rocinha que qualquer uma é obrigada a virar sua escrava sexual. - Digo e ele tranca o maxilar.

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