Capítulo 4

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Jade.

Abro meus olhos lentamente, estava em um local desconhecido. Pisquei e por um segundo lembrei que tinha vindo para casa do Caio. Me virei para o outro lado e ele estava sentado mexendo no celular.

- Como você está? - Caio pergunta e beija minha testa.

- Dolorida. - Murmurei.

- Me diz o que realmente aconteceu...

Logo me veio na cabeça todos os momentos de ontem a noite, as lágrimas já molhavam minhas bochechas.

- GT me parou na rua e me fez entrar no carro com ele... Depois fomos para o barraco e nós transamos.

- Você tem certeza que quis isso, Jade?

- Tenho certeza absoluta. Infelizmente. - Murmurei. - Como eu vou voltar para casa? Eu não sei mentir e a Rosa vai pirar Caio. - Arregalei os olhos.

- Nao é o fim do mundo e você não precisa contar para ela agora. - Assenti.

- Tudo bem.

- Tu é toda princesinha, porra, me diz uma coisa. - Ele diz. - Tu era virgem né? - Mordi os lábios.

- Sim. - Desabafei e ele me olhou com pena.

- Caralho... - Balançou a cabeça. - Relaxa um pouco antes de ir para casa tá? Vou pedir para minha mãe trazer o almoço para você... também vou na sua casa buscar roupa e suas maquiagens para tu amenizar esse pescoço aí.

- Muito obrigada, de verdade Caio, você é muito importante para mim. - Eu disse e ele sorriu.

- Tu é minha família, morena! - Caio disse e saiu do quarto.

Tudo isso que tá acontecendo é algo que não sei explicar. Eu realmente não sei o que me deu e muito menos sei o que pode acontecer. O meu maior medo é Gabriel explanar para todo mundo, isso seria a pior coisa no momento. Logo comigo que nunca tive fama de nada nesse morro, aliás, até tinha, fama de menina certa, que não se envolvia com coisas e pessoas erradas.

Ouvi alguém bater na porta, murmurei apenas um entra.

- Está com fome, querida? Caio disse para trazer o almoço para ti. - Tia Regina, mãe do Caio, pergunta.

- Não tia, não sinto fome!

- Pois vai comer! Ram... tá muito magrinha. Tem que comer sim. - Ela disse trazendo um prato na mão. - Olha, preparei uma lasanha de frango para você.

- Sua lasanha de frango não tem como negar né? - Sorri abertamente.

Gabriel.

Porra, eu não sei o que deu em mim, eu não queria ter transado com essa mina, papo reto.

Fiquei muito louco ontem, passei dos limites. Mas foda-se também, não há o que fazer, se ela espalhar para favela toda eu desminto. Sou o GT porra, o chefe desse caralho, não devo nada a ninguém, se peguei essa novinha foi porque ela quis, posso fazer absolutamente nada.

- Gabriel, cê passou dos limites, caralho. - Caio andava de um lado para o outro. - Ela está cheia de marcas... - Diz preocupado.

- Idai caralho? Tô todo arranhado também. - Eu disse acendendo meu cigarro.

- Ela não vai esquecer isso nunca, será que você entende?

- Qual foi Caio Lucas? Vai ficar preocupadinho com a mina agora? Que se foda ela também, estou pouco me lixando para ela.

- Ela é importante para mim Gabriel, fez parte da minha infância, esteve comigo desde pequena e diferentes de muitos, ela continuou comigo após a vida do crime. - Disse. - Sabe o quanto essa garota zelava pela virgindade dela? Ao menos tratasse ela melhor...

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