Jade.
Abro meus olhos lentamente, estava em um local desconhecido. Pisquei e por um segundo lembrei que tinha vindo para casa do Caio. Me virei para o outro lado e ele estava sentado mexendo no celular.
- Como você está? - Caio pergunta e beija minha testa.
- Dolorida. - Murmurei.
- Me diz o que realmente aconteceu...
Logo me veio na cabeça todos os momentos de ontem a noite, as lágrimas já molhavam minhas bochechas.
- GT me parou na rua e me fez entrar no carro com ele... Depois fomos para o barraco e nós transamos.
- Você tem certeza que quis isso, Jade?
- Tenho certeza absoluta. Infelizmente. - Murmurei. - Como eu vou voltar para casa? Eu não sei mentir e a Rosa vai pirar Caio. - Arregalei os olhos.
- Nao é o fim do mundo e você não precisa contar para ela agora. - Assenti.
- Tudo bem.
- Tu é toda princesinha, porra, me diz uma coisa. - Ele diz. - Tu era virgem né? - Mordi os lábios.
- Sim. - Desabafei e ele me olhou com pena.
- Caralho... - Balançou a cabeça. - Relaxa um pouco antes de ir para casa tá? Vou pedir para minha mãe trazer o almoço para você... também vou na sua casa buscar roupa e suas maquiagens para tu amenizar esse pescoço aí.
- Muito obrigada, de verdade Caio, você é muito importante para mim. - Eu disse e ele sorriu.
- Tu é minha família, morena! - Caio disse e saiu do quarto.
Tudo isso que tá acontecendo é algo que não sei explicar. Eu realmente não sei o que me deu e muito menos sei o que pode acontecer. O meu maior medo é Gabriel explanar para todo mundo, isso seria a pior coisa no momento. Logo comigo que nunca tive fama de nada nesse morro, aliás, até tinha, fama de menina certa, que não se envolvia com coisas e pessoas erradas.
Ouvi alguém bater na porta, murmurei apenas um entra.
- Está com fome, querida? Caio disse para trazer o almoço para ti. - Tia Regina, mãe do Caio, pergunta.
- Não tia, não sinto fome!
- Pois vai comer! Ram... tá muito magrinha. Tem que comer sim. - Ela disse trazendo um prato na mão. - Olha, preparei uma lasanha de frango para você.
- Sua lasanha de frango não tem como negar né? - Sorri abertamente.
Gabriel.
Porra, eu não sei o que deu em mim, eu não queria ter transado com essa mina, papo reto.
Fiquei muito louco ontem, passei dos limites. Mas foda-se também, não há o que fazer, se ela espalhar para favela toda eu desminto. Sou o GT porra, o chefe desse caralho, não devo nada a ninguém, se peguei essa novinha foi porque ela quis, posso fazer absolutamente nada.
- Gabriel, cê passou dos limites, caralho. - Caio andava de um lado para o outro. - Ela está cheia de marcas... - Diz preocupado.
- Idai caralho? Tô todo arranhado também. - Eu disse acendendo meu cigarro.
- Ela não vai esquecer isso nunca, será que você entende?
- Qual foi Caio Lucas? Vai ficar preocupadinho com a mina agora? Que se foda ela também, estou pouco me lixando para ela.
- Ela é importante para mim Gabriel, fez parte da minha infância, esteve comigo desde pequena e diferentes de muitos, ela continuou comigo após a vida do crime. - Disse. - Sabe o quanto essa garota zelava pela virgindade dela? Ao menos tratasse ela melhor...

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Traficante.
Teen FictionEle vinha, ela ia. Eram opostos que se esbarraram na estrada da vida, e sonharam. Ele buscava sempre de forma fria ser calculista, e ela lindamente sonhava. Não eram bons uns com os outros, e não sabiam andar de mãos dadas, mesmo que os caminhos sem...