Rebecca.
Depois do pé na bunda que o meu marido me deu, eu não vi outra alternativa a não ser recorrer ao meu filho.
Mas como o rancor é de família, nada aconteceu da forma que eu queria. Eu até tentei amolecer o coração de Gabriel mas não deu outra.
Depois que eu descobri a grana que a Rocinha faturava por dia eu pirei. Tentei de todas as formas descobrir como o dinheiro era controlado, como eles usavam e para quê usavam.
Gabriel nunca aceitaria fazer uma negociação comigo. Ele tinha ódio de mim, um ódio profundo, que ninguém nunca entenderá.
Mas eu não tenho culpa de tudo que eu fiz, não mesmo.
Eu tinha apenas quinze anos quando me apaixonei pelo chefe da Rocinha. Marcos sempre me deu tudo do bom e do melhor, dizia que me amava e que eu era a única mulher que lhe fazia feliz.
Ele abandonou todas as suas prostitutas para ficar comigo. Minha mãe descobriu e me proibiu de ver o mesmo, fiquei mal, o que eu sentia por ele já estava ficando verdadeiro. Com o tempo eu notei diferenças no meu corpo, minha barriga crescia de uma forma oval abaixo do umbigo, eu sentia enjoos contínuos e tinha um apetite muito aberto. Mamãe logo desconfiou e foi até a farmácia, comprou inúmeros testes de gravidez. Eu tive medo, mas fiz.
Aquele foi o pior dia da minha vida, o pior. Eu estava grávida, em pleno aos meu quinze anos, era uma garotinha, uma menina imatura. Aquele bebê que estava em meu ventre não era uma bênção e sim uma maldição em meio a tantos problemas na minha vida.
***
Ofereci RR uma socialização comigo. Ele capengou muito mas no final acabou aceitando aliás era vantagem para o mesmo, já que ele queria se vingar do meu filho.
Eu não queria contar para Ricardo que ele e Gabriel são primos, não mesmo. Isso arruinaria todos os meus planos, Ricardo mataria Gabriel e esse nunca foi meu plano, matar meu próprio filho.
Marcos passou o seu cargo de comandante para Gabriel pois ele já sabia que ele era seu filho legítimo. Um pouco antes dele morrer eu fui até a Rocinha... Eu sentia que tinha que contar para ele, ele tinha todo o direito.
Flash Back.
Minhas mãos soavam e minhas pernas tremiam. Eu entrava naquela casa em passos curtos e lentos.
Ouvi o som do chuveiro,da água escorrendo. Entrei em seu quarto e sentei em sua cama. Eu mexia com as pontas dos meus dedo sem parar,inquieta. A maçaneta se abriu e logo meus olhos cairam sobre ele. Seu físico mesmo depois de anos continuava mesmo.
Ele estava apenas com uma toalha na cintura. Mordo os lábios e desvio o olhar.
- Rebecca? O que está fazendo aqui? - Pergunta grosso como sempre.
- Eu preciso te contar algo que está me corroendo. - Suspirei.
- Depois de anos? - Assenti. - Me diz... - Cruzou os braços.
- Assim que minha mãe me proibiu de te ver eu notei diferenças,em mim. - Pausei e fechei os olhos. - No meu corpo... Minha mãe logo desconfiou e foi até a farmácia, comprou um teste de gravidez. Mas euu não esperava que eu em pleno aos meus quinze anos estivesse grávida, grávida de ti... Marcos. - Ele arregalou os olhos.
- Você só pode estar brincando. - Deu uma risada sarcástica. - Depois de anos você vem até mim e espera que eu acredite nisso?
- É a verdade,não teria o porquê de mentir... Nosso filho se chama Gabriel e ele tem dezesseis anos, o mesmo tempo que estamos afastados. Eu não mentiria para ti Marcos, nunca faria nada para te prejudicar e você sabe bem disso. Eu não quero seu dinheiro, não quero nada seu... Só vim aqui pois isso estava acabando comigo todos esses anos.
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Traficante.
Teen FictionEle vinha, ela ia. Eram opostos que se esbarraram na estrada da vida, e sonharam. Ele buscava sempre de forma fria ser calculista, e ela lindamente sonhava. Não eram bons uns com os outros, e não sabiam andar de mãos dadas, mesmo que os caminhos sem...